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Tuesday, December 31, 2013

Quem devia acabar hoje era o governo:

Caminhava pela rua fora com dificuldade. O peso dos dias fazia-se sentir no seu “lombo” além do saco de sarapilheira com os poucos haveres que sobraram dos trezentos e sessenta e cinco dias. Sabia que o seu fim estava por horas. Por isso o arrastar pelas ruas da sua terra para todos verem o quanto é difícil chegar a velho. Nestas situações todos esperam a sua “ida” com alegria. Fazem festas. Gasta-se rios de dinheiro para comemorar a vinda de outro. Desde que o Mundo é Mundo é o que tem acontecido.
Mas se olharmos para o passado cada vez mais somos contemplados com anos piores. Mesmo assim continua-se a gastar rios de dinheiro para termos anos piores. O povo enlouqueceu. Fazem-se greves por tudo e nada. Porque não para mantermos este ano sabendo de antemão que vem aí um ainda pior. Mesmo assim este não foi tão mau como o que substituiu. Conseguiu a reposição de certas regalias sociais através do Tribunal Constitucional o que veio dar mais folga às finanças dos portugueses. Por isso não compreendo a ânsia de o mandarem embora. Usa-se dizer: “atrás de mim virá quem bom me fará”. É o que vai acontecer. Embora este fizesse esquecer o de dois mil e doze. Assim, aconselho a não se exorbitarem com a vinda do de dois mil e catorze porque as uvas passas vão sair estragadas.  
Depois desta reflexão vai continuar pela rua fora com dificuldade e o saco de sarapilheira com os poucos haveres que conseguiu juntar. Aliás, o que este governo permitiu que juntasse: miséria! Não se envergonha da sua situação. O mesmo está a acontecer a ele como aos idosos deste País. Só que com os idosos não lhes fazem festa e gasta-se rios de dinheiro: esperam que morram. 

Monday, December 30, 2013

Todos os dias são dias de aniversário:

Mas o de trinta de Dezembro tem muito de especial. Mais a mais quando é o oitavo na “construção” de um homem. Sim! Que de pequenino se torce o pepino. E o Diogo vai sendo torcido para essa construção. Os primeiros anos fê-los em casa dos avós paternos. Ali soprava as velas - conforme os anos - do bolo que a avó “Bina” lhe confeccionava. Enchia o peito de ar e de uma assentada punha a sala às escuras. Quem passa por estas situações sabe que ao acender as velas apaga-se a luz eléctrica do local onde se esteja a festejar o aniversário. Seja na cozinha, na sala ou na garagem. As crianças sabem isso. E… regra geral, nestas situações gritam: aaapppaaaggggaaarrr aaasss llluuuzzzeeesss. É uma gritaria em uníssono. Depois cantam: Parabéns a você, nesta data querida, muita felicidade, muitos anos de vida / hoje é dia de festa vivam as nossas almas para menino Diogo uma salva de palmas / Tenha tudo de bom do que a vida contém, tenha muita saúde e os amigos também". / Hoje o Diogo faz anos. Porque Deus assim quis. O que mais desejamos. É que seja feliz!
Mas sabe bem ouvir e ver a alegria do aniversariante e convivas. Não se importam do bolo. O que querem é brincadeira. E em redor lá escolhem os jogos a jogar: Play Station, Legos, Monstros, Aéreos, Futebol, querendo aqui imitar o Cristiano Ronaldo e que o aniversariante regra geral tem de ganhar. É que se assim não fosse a festa ficava estragada.
Ao ver a realidade de hoje vou ao baú das minhas memórias e recordo a malga de café com um trigo de quatro cantos que a minha mãe oferecia aos filhos quando faziam anos. Tempo difícil e pobre. Para dar essa prenda as finanças semanais iam padecer. E para demonstrar essa pobreza nesse dia não se dizia, aniversário. Dizia-se: fazer anos. Hoje tudo é diferente. Mas… nestes últimos aniversários do Diogo quase que aposto que não se importava de ser uma malga de café com o trigo de quatro cantos e em casa dos avós paternos. Não pode ser por força das circunstâncias. Tem de ser em La Ricamarie, S. Étienne, França, sua segunda terra e Pátria. Quase que aposto que trocava todos os presentes a receber por poder celebrar o aniversário na sua terra (Freamunde) e no seu Portugal. Mas como a situação não o permite que tenha um melhor aniversário que os outros sete.
De certeza que não vai ter muitos miúdos para apagar as oito velas. Assim como não se vão sentar em redor e escolher os brinquedos. Mas de uma coisa estou certo. Vai ligar o “brinquedo” do seu pai para brincar e apagar as velas, não na presença real dos seus avós, mas na virtual, nessa coisa maravilhosa que se chama computador e internet. E assim os avós, tia e primo paternos vão estar a assistir ao sopro das velas dos seus oito anos.
Que venham cheios de felicidade são os votos dos teus avós Manel e Bina, tia Sónia e primo Duarte.             

Sunday, December 29, 2013

A greve ao lixo em Lisboa:

António Costa, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, tem feito apelos para os lisboetas reterem o lixo dentro de casa enquanto vigorar a greve. Acontece que há cidadãos que não querem cumprir o apelo. Para os lados de Belém, como se sabe, é onde há mais lixo em Lisboa, os moradores estão a contrariar o apelo e pedem para o depositar no Palácio de Belém pois dizem que é mais tonelada menos tonelada e que ali é onde está o maior contentor de lixo. 

Saturday, December 28, 2013



Humor fim-de-semana:

No primeiro dia após o casamento, diz o Maneli:
- Alzira, agora que és minha mulheri, vou explicar as regras.
- Às segundas à nôti vou à taberna com os mês amigos.
- Às terças à nôti há jogo de futebol que vou ver na taberna.
- Às quartas à nôti tenho treino de matraquilhos lá na taberna.
- Às quintas à nôti há vinho de borla para o pessoali.
- Às sextas à nôti há campeonato de sueca.
- Aos sábados e domingos preciso de descansari.
- Entendeste, mulheri?
Responde a Alzira:
- Tá entendido, homi. Cá para mim só há uma regra: cá em casa há sexo todos os dias. Quem tá, tá! Quem nã tá cá, estivesse!

Friday, December 27, 2013

Nacos de vida. Poesia de Rodela:

Desafiem o louco

O botão vai ficar ao Deus dará
corroeu-se, a balança já não pesa
se o louco se lembrar carregar lá
não vai haver razão que fique ilesa.

Vibrem os p´la injustiça condenados
o louco não atende o compadrio,
todos vamos ficar encarcerados
ele é quem vai vencer o desafio.

Anda assustado já quem te ruiu
com medo que essa cova que ele abriu
um dia seja a sua sepultura.

Louco, não custa nada ser defunto
dói menos quando morre tudo junto
ninguém mais ri da fome, com fartura!

O Natal passou:

Agora as pessoas esperam a vinda do Ano Novo. Não com a ânsia de outrora. Essa já era como costumamos dizer. Até o tempo nos lembra como este Natal foi pobre. A chuva que caía parecia lágrimas nas faces dos portugueses. Sim! Que quando chove há quem diga que são lágrimas da mãe Natureza. 
Os seres mortos não têm vida mas quase que nos fazem lembrar o contrário. E para não fugir a essa regra Freamunde também mostrou essa pobreza. Os tempos não estão para flostrias. Outras necessidades podem ser mais prementes. Assim para poupar há que inovar. E, com poucos gastos há que dar um aspecto de como é Freamunde. Terra e gente de eventos. Terra e gente de simplicidade. 

Thursday, December 26, 2013

O Madeiro e a conversa em Família:

Hoje o apetite é pouco para escrever um texto. Temas não faltam. Desde o madeiro em Penamacor à conversa em família de Passos Coelho. Se em Penamacor era queimar o Madeiro em S. Bento era queimar os últimos cartuchos para convencer os portugueses. 
Mas eles não vão em cantigas. Gato escaldado de água fria tem medo. E Passos Coelho não é fiável. António José Seguro não faz uso do apelido. Coitados dos dois. Não convencem ninguém. A não ser a comunicação social que anda ávida de notícias. E quando isso acontece tudo o que vem à rede é peixe.    

Wednesday, December 25, 2013

A noite de Natal:

Nunca mais passava. O relógio não fazia os ponteiros movimentarem-se como o Diogo desejava. Nos seus “míseros” sete anos custava-lhe compreender porque os minutos tinham sessenta segundos as horas sessenta minutos e os dias vinte e quatro horas. Para alguns momentos vá que não vá. Agora numa noite de natal! Isso não. São muitos minutos e horas. Ou havia de estarem munidos com outro ponteiro para situações como estas. Ah se estivesse! Há muito que tinha ido ali mexer e o manobrava à sua feição.
Neste momento o relógio da igreja matriz de La Ricamarrie acabou de dar as cinco horas. Que lentidão. O espaço entre uma e outra badalada parecia uma eternidade. É impossível que não esteja com “fome” e custe-lhe “trabalhar”. Quando acabar as férias da catequese vai pôr este problema à catequista. Ou ao padre. Não pode ser tão molengão. Ou será que a ânsia de receber os presentes do pai natal o leve a adjectivar o relógio da igreja.
De certeza que não o merece. Está ali há vários anos. Lembra-se de o ver sempre ali. Também só tem uns “míseros” sete anos. Mas ainda se recorda de alguns meninos lhe atirar pedras. E… ele sem resmungar continuava na sua lenta agonia de subir e descer. Para mais até alcançar a hora os últimos trinta minutos são a subir. Por isso lhe custe dar as badaladas. Vê-se que está ofegante pelo sacrifício dos últimos trinta minutos.
A continuar assim nunca mais chega a hora de clarear o dia. Sim! Noutros anos só ia buscar as prendas ao sapatinho com o dia já “levantado”. É que lhe dizia a sua mãe se o fizesse ainda com a noite a “pé” no ano seguinte não era contemplado. Por isso o aguentar todos os minutos e horas para no ano seguinte não ser rejeitado. Mas que dá vontade de o fazer isso dá.
Deram as sete horas. A lentidão com que foram badaladas trouxera o clarear do dia. Agora a ânsia que tinha passou a receio. Não sabia qual a sua prenda. Em casa ouvia dizer que o pai natal dava conforme recebia. E o que ele tinha dado ao pai natal! Só aborrecimentos? Não. Na escola não era dos melhores mas dos piores também não. Na catequese era assim, assim. O pior era nas lides de casa e nos recados que a mãe lhe mandava fazer. Mas isto não era o bastante para estar com receio. Então os meninos que atiraram pedras ao relógio da igreja matriz ainda tinham que dar prendas ao pai natal pelas malfeitorias. Não! O pai natal não é vingativo. É uma espécie de avô materno ou paterno. Assim como o meu. Que só vê o mal julgando-o bem.
Agora as horas no relógio da igreja matriz passam normalmente. Os minutos tem sessenta segundos as horas sessenta minutos e o dia vinte e quatro horas. Já antes o tinham. Só que as suas precisões queriam se sobrepor à normalidade da vida. Agora pensa assim porque já viu a sua prenda. E que prenda! Ali está ela ao pé do seu sapatinho. Sabe que é dele porque é filho único. Que linda! Era assim que via a sua bicicleta. 
Toda azul.

Tuesday, December 24, 2013

Monday, December 23, 2013

Os cinquenta anos do G. T. Freamundense:

O dia vinte e dois de Dezembro de mil novecentos e sessenta e três ficou célebre no coração dos Freamundenses. Há dias que são mais felizes que outros. Ou porque relembram datas que perduram para todo o sempre ou datas mais singelas. Foi o que aconteceu com o evento realizado a vinte e dois de Dezembro de mil novecentos e sessenta e três. 
A ousadia de levar à cena a opereta em dois actos com o nome Gandarela podia dar em duas coisas: insucesso ou sucesso. Quando se produz algo há que pensar nestas duas hipóteses. Quis a sorte ou destino que fosse sucesso. E… então passados cinquenta anos há que festejar esse acontecimento. São muitos anos em cima da carcaça de qualquer ser humano. E uma longa vida numa Associação. Para festejar nada mais que reunir os seus mentores ainda vivos e quem também viveu esses acontecimentos. Fui um dos felizardos. Assim ontem revivi o vinte e dois de Dezembro de mil novecentos e sessenta e três. 
Para que não passasse despercebido aos Freamundenses - a mim não - logo de manhã foram lembrados com o estoirar de cinquenta bombas de foguete. Tantas quantas a efeméride. Assim aprontei-me para ir assistir à missa das dez horas  em memória dos actores e de mais membros do G. T. Freamundense. Aqui residiu a minha primeira surpresa. Quem ia celebrar a missa era o nosso conterrâneo Padre Arlindo Pinto. 
Dei conta disso quando se dirigia para o local que serve de sacristia no Salão Paroquial. Passou por mim, cumprimentou-me e, referiu-se à cor do meu bigode: branco como a cor da neve! Mas contracenou logo: não posso ironizar porque a minha calvície também é profunda. Apeteceu-me retorquir: quem andou não tem para andar e nada melhor que não esconder a beleza da Natureza.
Entrou-se na dita missa. Não sou um praticante assíduo mas algumas vezes ali vou e admiro a forma como o Padre Brito, Pároco de Freamunde, as celebra. Com homilias dignas de ser ouvidas. Boa dicção, boa locução e entoação. Quem ali vai dá o tempo por bem empregue. Pelo menos nas vezes que vou, dou-o.
Nunca tinha assistido a uma missa celebrada pelo Padre Arlindo. Como todos os Freamundenses sabem anda à volta do Mundo: África, Ásia, continente Sul Americano e Europa. O pertencer aos Missionários Combonianos assim o exige. Foi uma missa diferente das que estou habituado. “Mais tu para lá e para cá” como se ousa dizer.
Com isto refiro-me a ser mais participativa com os fiéis, sejam eles, crianças ou adultos. Depois perguntar o nome às crianças para as tratar pelo nome cai bem. E assim fazia perguntas ao Pedro, ao Nuno e à Carolina. E… Carolina que nome bonito! Desabafou. Perguntava o que explicou na homilia. E... assim fiquei a saber que “Emanuel” quer dizer "Deus connosco". Há coisas que levam uma vida a aprender. Mas nunca é tarde.
A homilia ia para o seu fim. Interroguei-me. Não vai falar no G. T. Freamundense? Mas a minha interrogação foi fugaz. Porque para a celebração da missa em memória do G. T. Freamundense nada melhor que um Freamundense. Não porque o Padre Brito não esteja a par do que se passa em Freamunde. Está e tem contribuído para que a cultura de Freamunde seja uma realidade. Mas não viveu o nascer da Opereta Gandarela. E o Padre Arlindo sim. Vivia “paredes meias” com o local do espectáculo. 
Tenho a certeza que sabe trautear toda a música da opereta Gandarela e de cor as canções. Por isso nada melhor para celebrar a missa e fazer o elogio ou critica das pessoas que conheceu e não estão entre nós: Alberto Matos, Alfredo Rego, Costa Alves, aqui soletrou “o meu pro fes sor de his tó ria” e Fernando Santos. Outros e outras não foram lembrados como: Zulmira Viana, Cacilda Costa, Ricardo Manassés, António Lopes e Zeca “Pataco”. Mas também não se podia lembrar de todos e a missa já ia longa. Às onze horas havia que rumar aos cemitérios nº. 1 e 2 para prestar a homenagem devida aos enumerados em cima e as onze horas há um bom par de minutos que tinham deixado de o ser. 
Às dezasseis horas continuava o evento. Havia a sessão solene, comemorativa do cinquentenário no “Auditório Fernando Santos” na Casa da Cultura. Para ali me desloquei pelas quinze horas e quarenta e cinco. Mas houve um grande atraso. Só pela volta das dezassete horas se deu início. Cantaram Carla Lopes - do Frei Fado del Rei - e Fernando Correia temas da Gandarela que foram acompanhados pelo imenso público que enchia o Auditório Fernando Santos.
Depois, Nelson Lopes fez uma longa retrospectiva do G. T. Freamundense. Falou de todas as peças que o G. T. Freamundense levou a cena. “O Comissário de Polícia, Sapo e a Doninha, Amor de Perdição, As Árvores morrem de Pé” e, tantas outras que com medo de esquecer alguma não vou enumerar mais. Fê-lo com ardor que até comoveu a assistência. Também ele estava muito emocionado.
Seguiu-se Francisco Graça, presidente do G. T. Freamundense que fez um rasgado elogio a estes cinquenta anos. Por vezes a fala começou a falhar-lhe. Estávamos a ver que íamos ficar sem orador: tal era a emoção. Também falou a Presidente da Junta de Freguesia de Freamunde, Armanda Fernandez, que disse que a Junta tudo fazia em prol do G. T. Freamundense e das mais colectividades existentes em Freamunde. Humberto Brito foi o último orador. Demonstrou estar a par da situação do G. T. Freamundense. Até referiu que já tinha incumbido um arquitecto para se pôr a par das necessidades da Associação dos Socorros Mútuos Freamundense. Que se ia dar início a beneficiações e com a ajuda da Junta de Freguesia - esta contribuía com os materiais - para as obras serem uma realidade e não continuar como promessa. Não esquecendo de referir as dificuldades que a Câmara Municipal de Paços de Ferreira atravessa. Tudo decorria normalmente.
Deu-se a entrega de prémios a várias individualidades e instituições. Entre elas: Carvalho Machado & Filhos Lda., Gomes e Gomes, Serração de Leigal e outros mais. Como sócios beneméritos, Júlia Taipa, A. Vieira e J. C. A.. Foi entre palmarias que os prémios foram recebidos. É bonito o reconhecimento para quem dá um pouco de si e seu. 
Depois foram homenageados os actores e colaboradores. Entre eles: Nelson Lopes, Mariazinha Correia, Fernando Correia, Alberto Graça - este prémio foi entregue às netas dado a impossibilidade do mesmo não poder estar presente - e Vitorino Ribeiro. Só que aqui surgiu uma situação de injustiça - quanto a mim - porque deviam outros também serem homenageados. Estou-me a referir a Maria José Ribeiro da Costa que foi quem desempenhou o primeiro papel de “Aurora” uma das sardinheiras da Gandarela. Aliás, a peça desenrola-se quase toda na sua personagem. Entendo que devia de haver mais cuidado com estas atribuições. Uma festa, principalmente comemorações, deve ter o contributo de unir e não desunir e ali sentiu-se uma desunião para com a Maria José. Quando a convidaram para ir ao palco, para ali também interpretar canções que interpretou como “Aurora”, rejeitou esse convite de forma veemente o que é raro noutras circunstâncias. 
Como o texto já vai extenso acabo com um reparo de maior importância. Todos os Freamundenses têm a noção se não fossem os caprichos de uma pessoa o dia vinte e dois de Dezembro de mil novecentos e sessenta e três não existia na forma como existiu. Nem hoje se dava este evento. Referenciar tão pouco Fernando Santos neste dia é fraca gratidão. Fernando Santos merecia mais. Ele foi o expoente máximo do G. T. Freamundense e dos maiores divulgadores da cultura de Freamunde. Por isso estes cinquenta anos a ele são devidos.                        

Prendas do Pai Natal:

Por estarmos na quadra das oferendas e como a situação das famílias portuguesas é difícil o blogue "Coisas que podem acontecer" apresenta uma modalidade fictícia para que cada um escolha a sua oferenda. Para isso basta clicar aqui para que a escolha se concretize. 

Sunday, December 22, 2013

Naquele tempo não havia Pai Natal:

A noite estava horrível. Quem se importava com o estado da noite! Naquele tempo não se sabia de antemão como ia estar o tempo. Eram tempos em que a tecnologia só nos tinha dado o Telefone e o Rádio. Ainda recordo o primeiro telefone público na minha terra. Estava afixado na Padaria Mendes. Alguns iam ali efectuar chamadas telefónicas ou recebê-las. Os mais humildes até tinham receio de enfrentar o telefone. E quando ali eram chamados para receber uma chamada mais medo tinham. Sabiam que não iam ser boas notícias. Uma desgraça ou a morte de qualquer familiar que vivia fora da terra. Eram estas notícias que vinham pelo telefone. Se outra fosse era mandada por recado.  
O rádio era diferente. Transmitia relatos de futebol e música. Mas também era raro nas casas dos mais pobres. Não era só pelo seu custo. Também era porque a maioria das casas não eram possuidoras de electricidade. Assim só restava ir para um café ou taberna ouvir a rádio. De ouvidos bem atentos ouviam o relato do Benfica do Sporting ou Porto. Música era o que mais dava. Convinha ter o povo distraído com este tipo de emissões. Assim não pensavam na política. Não reclamavam da miséria que lhes ia porta adentro.
A noite continuava horrível. A chuva e a trovoada fazia-se ouvir. Que interessava. Se naquela noite não ia sair de casa. Só pensava nisso porque estava para chegar a casa uma filha que era criada de servir no Porto. A camioneta da carreira já devia estar a chegar. Como precaução mandou o seu filho mais velho esperar a irmã. Mas estava aflito porque a noite estava horrível. Raramente vinha a casa. Mas neste dia que já entrava na noite, vinha.
Vinha três vezes no ano. Pela Páscoa, festas da Vila e Natal. Era o que acontecia nesta noite. A hora do jantar aproximava-se e eles não chegavam. Já não era só pela noite horrível. Era também pelos presentes que tinha pedido a sua filha para comprar no Porto. Não era que não houvesse em Freamunde casas com tais quinquilharias. Haver havia. Mas o dinheiro era tão pouco. Como a sua filha ia receber a mensalidade comprava no Porto. Por que ele só recebia a semanada no sábado, último dia, de trabalho semanal. E como a véspera de Natal tinha calhado numa quarta-feira não havia dinheiro de sobra para esse efeito. E como pai gostava de dar algo aos filhos. Fosse a coisa mais insignificante. Mas que gostava de dar gostava.
No seu tempo de criança era raro receber. Também não tinha um par de sapatos para pôr ao pé da lareira. Tempos horríveis. E a noite continuava horrível. E não havia maneira de chegar. Teria perdido a camioneta! Oxalá que não. Estava entretido neste pensamento e nem deu pela chegada dos dois. Também quem podia ver com uma noite horrível. Não havia luz pública no lugar em que habitava.
Ainda recorda uma noite em que uma sua filha adoeceu e teve que a levar a casa do médico. Ele com a filha ao colo a mulher com um candeeiro a petróleo para os alumiar. Mesmo assim era topada atrás de topada. O que interessava era não deixar cair a menina. Já bastava o estar doente.
Cogitava nisto quando a sua filha chegou junto dele e lhe deu beijo. Estás mais gorda e bonita, disse para sua filha. Mas deixemo-nos destas formalidades porque está na hora de jantar. Está bem mas primeiro vou desfazer a mala, disse a filha. Não quer ver os presentes para os meninos? É melhor não. Eles podem-se aperceber e depois não crêem no menino Jesus. Sim! Naquele tempo não havia Pai Natal. Era o Menino Jesus que trazia as prendas. 

Saturday, December 21, 2013

Humor fim-de-semana:

Dois casais inseparáveis iam a toda a parte juntas mas certo dia as mulheres ficaram viúvas: E qual foi o espanto quando souberam que os maridos ficaram enterrados ao pé um do outro. Sempre que se deslocavam ao cemitério para prestarem homenagem aos maridos encontravam-se sempre. Uma fartava-se de chorar lágrimas de dor e a outra fazia chichi na campa do seu bem-amado. Então aquela que chorava perguntou à amiga porque fazes chichi por cima do teu marido? Ela respondeu. Cada uma chora por onde sente mais falta.

Friday, December 20, 2013

Nacos de vida. Poesia de Rodela:

O meu rico bagacinho

É com bagaço e mais nada
que curo as constipações,
não julguem ser a pomada
com que curo os trambolhões.

Ele até pode matar
lá por dentro outras paixões,
mas a ideia é só curar
apenas constipações!

Eu sinto-me consolado
quando fico constipado,
pra te beber aguardente!

O que me irrita é sarar
porque tenho que arranjar,
de novo a ficar doente.

Thursday, December 19, 2013

Exemplo:

De vez em quando “passeio” pelo YouTube à procura de vídeos de referência para neles rebuscar actos ou estórias que nos digam algo sobre a humanidade. Estou farto de ver ou ouvir na comunicação social sempre o mesmo. São tão repetitivas as notícias de hora a hora nos canais fechados e, nos generalistas sempre os mesmos programas com um prémio diário mediante chamadas telefónicas de custo acrescido. 
Anda quase toda a gente depressiva e para nos pôr com maior depressão ainda temos essas televisões e pivôs sempre a dizerem o mesmo. Ou em contrapartida levam ali pessoas para entrevistar o que tem acontecido amiúde mas todos com estórias surpreendentes quando não são os do Big Brother. Não aparece ali ninguém com um passado de insucesso. Sabe-se que nem tudo são rosas. E as mais bonitas têm espinhos. E que espinhos!
Quantos de nós damos uma retrospectiva totalmente falsa. Ou queremos dar o passo maior que a perna. Neste nosso Portugal quantos de nós mostramos uma imagem não condizente com o que somos. Começando pelos políticos. Dizem uma coisa e é outra. Nesta época natalícia - não devia ser só nesta - todos devíamos dar a mão em prol da humanidade. Todos mas todos voltarmos à nossa condição. Deixarmos de grandezas e repararmos que somos uns insignificantes. Que o Mundo é grande mas não é grande coisa. Que ao mínimo sopro entra em colapso. É tempo de darmos as mãos. De não nos julgarmos superiores. Ver no nosso concidadão algo de útil. E não à mínima coisa não o desconsiderar. Por que ele às vezes dá-nos lições de moral.
O vídeo é sobre um poema de Fernando Pessoa. 
"Poema em linha recta" 

Wednesday, December 18, 2013

Cinquenta anos é muito tempo:

Faço este intróito para publicar o texto escrito a vinte e nove de Maio do ano passado sobre o Grupo Teatral Freamundense (G. T. F.) e a opereta Gandarela que publiquei no meu blogue nesse dia. Resolvi repeti-lo porque ali revelo factos e estórias vividas em mil, novecentos e sessenta e três. Entre esse ano e hoje distanciam-se cinquenta anos. E cinquenta anos é muito tempo para uma colectividade, mais a mais quando o Governo, Câmaras Municipais e Juntas de Freguesias retiram a essas mesmas colectividades parte do subsídio que atribuíam.
É também sabido - principalmente pela maioria dos habitantes de Freamunde - que de dez em dez anos o G. T. F. põe em cena a opereta Gandarela. Evento de louvar e, este ainda mais, porque vem recordar e homenagear o seu mentor falecido há anos. Por esse motivo e, julgo ser bastante, para incluir neste texto este intróito onde quero lembrar Fernando Santos (Edurisa Filho), para mim, o expoente máximo da cultura Freamundense.
Relato nele - texto - como disse factos e estórias próprias da época. E… como as vivi. Hoje em dia há um sem número de coisas a que socorremos para passatempo. Naquele tempo era os programas de televisão. Só havia a RTP e só um canal. Ia dizer o primeiro mas nem isso se podia dizer que para se dizer primeiro tem de haver pelo menos um outro. Mas não. Era tudo a preto e branco como era a preto e branco a situação do País. Que faria a Gandarela! Lugar pobre mas honrado. 
Por aqui fico. Já vou um pouco extenso mas não queria deixar, aos que me lêem, notícias do cinquentenário da Opereta Gandarela que vai a cena dia vinte e dois de Dezembro de dois mil e treze.

Recordar é viver

“Estávamos no ano de mil novecentos e sessenta e três. Freamunde não era o que é hoje, aliás, o mundo estava em pleno desenvolvimento. Portugal tinha recebido um revés nas suas províncias ultramarinas. A quatro de Fevereiro de mil novecentos e sessenta e um dá-se a revolta em Luanda, com ataques à Casa de Reclusão, ao quartel da PSP e à Emissora Nacional, acção considerada como o início da luta armada em Angola. Já tínhamos o assalto ao paquete Santa Maria, levado a cabo pelo Capitão, Henrique Galvão, a evasão a Goa, Damão e Diu, o que acabou por acontecer em Dezembro com a sua tomada por parte da India.
A RTP estava em franco desenvolvimento mas ainda não chegava a todos as localidades de Portugal Continental. As notícias eram dadas através da RDP durante as vinte e quatro horas e a televisão só abria os seus estúdios a partir das dezanove horas. Ansiávamos por notícias. Muitas famílias tinham os seus familiares a cumprir o serviço militar nas províncias ultramarinas, principalmente em Angola, Moçambique e Guiné e nada se sabia, para além da correspondência trocada entre ambos. O senhor Hernâni Cabral, de tempos, em tempos, expunha um filme que era exibido em frente da barbearia do Rosário e Aprígio da “Riqueta” na casa pertença da família Torres, àquela época. A parede exterior fazia de tela. Era um mar de gente a assistir aos filmes, geralmente sobre Charlot e no início os comentários davam-nos uma panorâmica sobre a vida mundial.
Para ocupar o tempo e a vida cultural dos Freamundenses o senhor Fernando Santos (Edurisa Filho) e outros, resolveram criar uma peça de teatro e assim levantar de novo o Grupo Teatral Freamundense. A peça, uma opereta, teve um nome ousado: Gandarela. Constava-se que era uma sátira sobre aquele lugar. Sobre ela nada se sabia. Parece que todos os actores foram incumbidos de nada revelar o que acabou por acontecer.
No lugar da Gandarela começou a criar-se grupos de oposição pois os residentes, a maioria ali nascida, não queria que andassem a gozar com a sua desdita. Sabiam que eram de um lugar, em que a maioria dos outros, se julgavam superiores, caso do lugar da Feira, que tinha a sorte de ser o centro da vila. Mas como em tudo, para haver ricos tem de haver pobres, senão não se diferenciava as classes sociais, à Gandarela aconteceu a sina dos mais humildes.
Entre os seus filhos havia de tudo: pedreiros, trolhas, sardinheiras, vendedores de feiras, operários fabris e alguns que viviam à custa do alheio. O receio deles era serem retratados pelos maus motivos o que acontecia no teatro de revista que nos apresentava a RTP e as radionovelas. A família dos Loreiras, com o Quim e o Abílio à cabeça, tudo fizeram para saber se era essa a intenção, chegando a solicitar ao seu irmão Teodoro, que era empregado da fábrica do Calvário, pertença do sogro de Fernando Santos, que ali também era gerente, do que constava a peça. De nada valeu. A peça continuava nos segredos dos deuses.
Os dias e os meses decorriam assim como os ensaios do teatro que agora eram duas vezes por semana. Ultimavam-se os preparativos e o mês de Dezembro estava à porta. Se por parte dos residentes do lugar da Gandarela havia curiosidade sobre o que a peça retratava, por parte do encenador e restantes actores, havia uma certa ânsia sobre a forma como a peça ia ser recebida por parte dos Freamundenses, principalmente os residentes da Gandarela.
Até que chegou o dia vinte e dois de Dezembro de mil novecentos e sessenta e três. Era um domingo. Neste tempo trabalhava-se de segunda-feira a sábado, das oito horas às dezassete, havendo firmas que tinham um horário diferente: das sete às vinte horas, caso da indústria têxtil. Sabia-se que ia ser uma enchente. Os bilhetes estavam quase todos vendidos, poucos eram, os disponíveis nas bilheteiras. Abriram-se as portas para dar entrada ao público. Havia um ou outro morador da Gandarela que foi assistir à estreia. Acompanhava-os um certo receio.  Mas queriam ser dos primeiros a saber o que havia para mostrar da sua Gandarela. 
O lugar da Gandarela era um amontoado de casas que os anos foram consumindo, ruas muito estreitas, gente pobre mas laboriosa, alguns com idade avançada, que se dedicavam aos ofícios da época, algumas mercearias que também se dedicavam ao serviço de tabernas, aonde se juntavam alguns clientes a dar azo à sua desdita, vivas às vitórias do seu Sport Clube Freamunde onde vários dos seus filhos o representavam. E que jogadores se tornaram! Basta referir o Quintela, Ivo e os Mirras. Era disto que os seus moradores gostavam de ver retratado assim como os amores e desamores, os que partiram para a guerrilha do ultramar, enfim um pouco de tudo.
Entre actores foi dita a palavra talismã: "merda". Todos a disseram em uníssono, o que representava um bom início. Soaram as pancadas de Molière. Faltava correr as cortinas e entrar em cena os primeiros actores. Todos ficaram deslumbrados! Actores e espectadores. Os primeiros pela recepção que tiveram. Ainda não tinham pronunciado uma palavra e já lhes batiam palmas. Em Freamunde é assim. Quando se vê ou se ouve ser referida pelas melhores acções, os Freamundenses não resistem e demonstram um dos seus melhores sentimentos: a gratidão. Era o que acontecia nesse momento. Os cenários e caracterização já valia o tempo dispensado e o dinheiro gasto na aquisição do bilhete. Até os moradores da Gandarela que ali se encontravam mostravam-se encantados com o que viam. Dali para a frente era estar atento ao que era dito.
Há medida que o espectáculo decorria o agrado era cada vez maior. Além dos cenários que davam uma real imagem da Gandarela as canções tocavam nos sentimentos daquela gente. “Gandarela, Gandarela! / De ti muito mal se diz, / mas a verdade revela. / Que mais vale uma chinela. / Que um sapato de verniz!... / Deixa lá falar quem fala / Que a inveja é que os faz falar! / Não é isso que te rala, / Pois a ti ninguém te cala / Se tens que desabafar...” Era e é verdade. Não são um povo impostor. Se tem que desabar, desabafam, ainda que com isso sejam prejudicados.
Acabou o primeiro acto. Os espectadores aproveitaram para apanhar ar e fumar um cigarro. A maioria era para desabar e saber a opinião dos restantes sobre o que estavam a ver. Alguns mais velhos lembravam que fez bem a interrupção de dez anos. O que agora viam era de uma verdade nua e crua sobre um lugar que conheciam bem. Nas outras peças interpretadas há dez anos sabiam o que elas relatavam mas não tinham conhecimento de causa, a não ser na revista “Freamunde é Coisa Boa”.
À medida que o espectáculo decorria em que os cenários eram mudados para dar lugar a outras cenas a admiração era maior. Não havia dúvidas. Fernando Santos tinha unicamente a intenção de valorizar um lugar pobre de Freamunde em ex-libris. Demonstrar que aquela gente muitas vezes ironizada com frases: és da Gandarela... nota-se bem! Não correspondia à verdade. Os músicos da Banda de Freamunde acomodados no porão davam os seus acordes nas várias canções sobre a Gandarela.
Eis a Gandarela / Olhai pra ela /Se quereis aprender / Como, num momento, / O sofrimento / Se muda em prazer!... / Lá vai jovial / Não tem rival / Pra cá da serra da Agrela! / Ninguém a confunde / E até Freamunde / Não era nada sem ela!...” O público tinha tomado o tom da música e trauteavam as canções. Era bonito. Parecia uma simbiose.
O espectáculo caminhava para o seu fim. Via-se nos rostos e olhos, quer de actores e público, um brilho rasgado de alegria. Alguns diziam: passava aqui a noite a ver este espectáculo. Outros, que parecia que se estava numa sala de teatro da capital a ver uma companhia profissional tal era o rigor que os actores empregavam aos seus papéis. Até que se ouve através de som de fundo e aqui o público apercebeu-se do seu final. 
Ah, gente da Gandarela! / Bairro pobre, mas honrado! / Vale mais a tua chinela / Que pantufa de fivela / Ou sapato envernizado!... / És pobre. Porém espanta / Tua alegre condição!... / Gente que sofre e que canta:  / A alma junto à garganta / E, nas mãos o coração... / Gente tão mal compreendida, / Que não a querem compreender!... / Mostra aos outros o que é vida:  / Diz-lhes que é prazer e lida / Diz-lhes que é rir e sofrer!”
O público, todo de pé aplaudia. Os actores tiveram de vir por várias vezes ao palco para receber os aplausos e agradecer a bondade deles. Na última aparição trouxeram o seu encenador, Fernando Santos, e os aplausos eram tantos que a sala parecia que vinha abaixo. Aqui ouviu-se os poucos moradores da Gandarela que assistiram ao espectáculo, dizerem: Bravo, a Gandarela e o seu povo é isso! O que confirmo. Foi naquele lugar que vim ao Mundo.
Mas, mal sabíamos a fama que ia ter a nossa Gandarela.”

Tuesday, December 17, 2013

Só pode ser:

Os deuses - a Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal - deve(m) estar loucos! Ou são todos marxistas. Só pode ser. Então vão eleger Mário Soares como a personalidade portuguesa de 2013. Continuo a dizer que só pode ser. Mas… olho para o calendário e nele vejo o dia de hoje como sendo dezassete de Dezembro e não dia um de Abril. E… pela terceira vez digo: só pode ser. Então não eram carradas de comentaristas, politólogos, comentadores e jornalistas que diziam que Mário Soares devia estar calado porque da sua boca só saía asneira!
A confusão que me causou esta notícia. Li e reli para ver se não estava a cair em erro de simpatia. Sim. O erro de simpatia dá-se quando lemos conforme queremos e não o que está escrito. Era o que julgava que me estava a acontecer. E… em vez disso o nome ali escrito era o de Cavaco Silva. Mas logo esta ideia desvaneceu-se. O muito que Cavaco Silva pode ter feito foi dar cabo da Agricultura, Pesca e Indústria em favor dos jipes dos seus amigos e ter denunciado o seu sogro por ser casado em segundas núpcias. Fui ver o seu cadastro e currículo e é isso que lá consta.
Assim não acreditei que a dita Associação ia eleger um tipo por feitos desses. Mas também não fiquei muito convencido pela atribuição a Mário Soares. Então um sujeito que há muito já não devia andar neste mundo anda a arrecadar prémios a outros que também o merecem! Por isso lembrei-me logo de Henrique Monteiro, Braga de Macedo, Alberto Gonçalves, César das Neves, Marcelo Rebelo de Sousa e tantos outros que vêem Mário Soares como um cadavérico.
Coitados! Cadavéricos são eles. Ou aliás. Mário Soares é um corpo velho com cabeça nova. Os outros são uns corpos novos com cabeças velhas. Por isso não me admira que Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal tenha elegido Mário Soares. É que eles avaliam cabeças e não corpos. Se assim fosse iam buscar uma Misse Mundo.       

Monday, December 16, 2013

O efeito Sócrates:

O Governo, ou melhor dizendo Miguel Relvas, deve estar com as orelhas a arder pela iniciativa de dar um programa semanal a José Sócrates aos domingos na RTP 1. Julgo que quando acederam nunca pensaram que o tal programa viesse a ter o efeito contraproducente que está a ter. Fizeram-no no sentido das audiências mas não se importavam de as perder.  Se agora pudessem voltar atrás de certeza que o fariam. Estão habituados a fazer o mal e a caramunha. Mas com José Sócrates desenganam-se.
Todos os domingos demonstra como este governo engana os portugueses. E fá-lo com documentação. O mais bonito é que os membros do governo atingidos não vêm para a “praça pública” contestar. Sendo assim admitem. Por mim fico feliz por ver tal argumentação. Não perco um programa - se não o puder ver em directo gravo-o - mas há seguidores fidedignos que além de os gravar põem-nos no Youtube, Blogues ou Facebook.
Não é preciso ter uma eternidade de tempo de programa. A concorrência - como agora é usual dizer-se - bem prolonga o tempo de duração de entrevista do seu entrevistado dominical mas, mesmo assim, a maioria dos portugueses que gostam de estar informados não deixam de ouvir José Sócrates. Preferem ouvir a realidade da política e não a encomendada como faz Judite de Sousa. Não faz perguntas pertinentes a Marcelo Rebelo de Sousa como o caso de Braga Macedo com a Constituição da República Portuguesa e o Tribunal Constitucional. Prefere ouvir a publicidade aos livros.
Se em Portugal houvesse um Presidente da República chamava à pedra Braga de Macedo por lesar a Pátria. Mas como não temos Portugal está ao sabor destes traidores. Braga de Macedo não dizia que a Constituição está cheia de artigos marxistas se pudesse fazer as trafulhices a favor da sua filha Ana de Macedo. Tantos portugueses que tudo deram pela Pátria, mesmo no apogeu da sua juventude e, que nada beneficiaram, devem-se sentir indignados com tais declarações. Mas isso são os verdadeiros portugueses e não os plastificados.
Pois era isto que gostava de ouvir da boca de Marcelo Rebelo de Sousa. Mas não! Vai ali para fazer a sua homilia. Podia dizer que há muitas e boas pessoas que não se importam que lhes chamem marxista. Por exemplo: Papa Francisco assegura que não é marxista, mas que não se ofende se o apelidarem.
Por isso prefiro mil vezes ouvir José Sócrates que outros troca-tintas.   

Sunday, December 15, 2013

Ainda sobre a feira dos capões e Santa Luzia:

Como é bom enviar responsabilidades a outras pessoas esquecendo as que realmente fazem parte do evento. Há muitos anos que Associação de Jovens ao Futuro (AJAF) e desde que se formou a Confraria do Capão têm sido as impulsionadoras da divulgação do Capão à Freamunde e da feira dos capões. No que concerne à parte religiosa esta está a cargo da igreja. Por isso quando se desresponsabiliza estas duas agremiações não se está a ser justo nas críticas. Mais a mais sabendo que a Junta de Freguesia de Freamunde só foi eleita em finais de Outubro o que tornava curto o tempo para o evento. Além do mais não se tem a experiência de quem há vários anos assumia esse evento.
De qualquer maneira não estou a desculpar a Presidente da Junta de Freguesia de Freamunde porque entendo que não tem culpas. Se assim fosse estava aqui quem a criticava. Aliás, quando ontem me foi dito que a Junta de Freguesia não autorizou nova feira no dia de ontem escrevi a revelar esse dito. Mas não é como dizem.
Sempre que se repetiu a Santa Luzia calhou num sábado. Até porque não faz sentido uma vez que há várias feiras e mercados aos sábados. Por isso a maioria dos feirantes tem lugar marcado nessas feiras ou mercados. Agora… sempre que a Santa Luzia calhava ao sábado no domingo havia continuação da feira.
Também não me recordo de a Santa Luzia ser festejada ao domingo em troca com o seu dia de calendário. Não sou velho nem novo. Mas tenho idade suficiente para me recordar a partir do meio século do século passado a celebração da Santa Luzia no dia treze de Dezembro. E… como me recordo de andar a carregar capões.
Por isso quando se critica deve-se criticar mas com crítica construtiva. Porque parece que se anda atrás de defeitos para se angariar votos. Mas as eleições autárquicas só são para dois mil e dezassete. E não queiram que um bebé que ainda não tem dois meses saiba andar como um adulto. A Santa Luzia de uma forma ou de outra é de todos os Freamundenses e de quem nos visita nesse dia. Não queiram ser mestres. A Santa Luzia agradece que não se meta política.
Critiquem a Junta de Freguesia noutras áreas. Mas até nisto não podem porque como disse o tempo ainda não dá para análises. Até lá fazia bem um chá de Tília ou a esfrega de barriga. Porque quando as dores não passam dizem que faz bem. E mais não digo.

Saturday, December 14, 2013

Não há provérbio mais verdadeiro. Mas muitas vezes não se faz o que ele nos manda. Umas vezes por deixar andar, outras porque somos preguiçosos e ainda outras porque contamos com ovo no cu da galinha. Se assim não fosse e como o dia de ontem, de S. Luzia, foi uma desgraça para o comércio local e feirantes que, todos os dias treze ou vinte e sete de cada mês, dias de feira em Freamunde, aqui vem no intuito de fazer negócio. Os ganhos nas feiras quinzenais são irrisórios e por isso os feirantes esperam que a feira de S. Luzia lhes traga outros proveitos.
Assim como as pessoas que vão feirar esperam uma variedade de artigos para ali poderem regatear. É sabido que a economia do país vai pela hora da morte e todos os cêntimos aproveitados vão fazer um melhor equilíbrio nas finanças domésticas.
Sendo assim, hoje fiquei admirado de não ver exposto no lugar da Feira nenhum feirante. Pensei para mim: mesmo com o dia mau (de ontem) foi bom para o negócio. Senão aproveitavam o dia de hoje para voltarem a expor os seus artigos. Isto é o que eu pensava.
À tarde foi-me dito que a razão de não haver artigos expostos se deveu a que a Junta de Freguesia não autorizou a comercialização neste sábado. Quem me disse assegurou-me que foi um feirante que lhe deu a notícia. Tenho por pessoa cordata quem me deu a notícia.
Mas… também não me convenço que a Junta de Freguesia não autorizasse tal iniciativa. Porque sabe a falta de negócio que passa o comércio de Freamunde. E tudo o que se possa angariar só traz vantagens à Junta de Freguesia. Uma Junta de Freguesia governa bem se vir os seus fregueses bem de vida. E não o seu contrário.
Por isso ser favorável a que o que não se faz no dia de S. Luzia se faça ao outro dia.  

Da grandeza e do deslumbramento:

Podíamos falar da chegada do homem à Lua em 1969, das bombas atómicas em Hiroxima ou Nagasáqui em agosto de 1945, do princípio da libertação da Europa ocupada pelos nazis com o desembarque na Normandia em 1944, da queda do Muro de Berlim em 1989, da morte criminosa de seis milhões de judeus durante a II Guerra Mundial, dos gulags estalinistas que marcaram o século XX, ou dos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos da América, só para dar alguns exemplos.
Podíamos até ser mais frugais (ou paroquiais) e falar do nosso regresso à liberdade a 25 de abril de 1974. Ou, até, comezinhos e apontar o nascimento de um primeiro filho ou de um neto.
Mas Cavaco Silva, com a sua proverbial hipocrisia política e notório provincianismo, elegeu para acontecimento "mais marcante" de sempre não o desaparecimento de Ben Laden ou de Hitler, de Kadhafi ou de Saddam, mas a morte esperada e natural de um ancião de 95 anos. "O Presidente Obama veio, foi simpático e cumprimentou-nos muito à vontade. Estava sentado muito próximo de mim e do senhor ministro dos Negócios Estrangeiros", disse, sem disfarçar o deslumbramento de quem esteve no mesmo palco com algumas das maiores figuras do planeta.
Ao contrário do Presidente da República, nunca estive com Nelson Mandela. Nunca o conheci pessoalmente. Mas nem era preciso para descortinar naquela figura e naqueles olhos a grandeza moral do personagem.
De facto, se houve acontecimento marcante e inspirador, foi a vida e não a morte de Mandela. Se há motivo para celebrar, é o exemplo de luta travada com coragem, em todas as suas dimensões, em nome da libertação de um povo subjugado por um regime racista e criminoso. Se há memória ou legado que não podemos ignorar é, por exemplo, o discurso proferido no Supremo Tribunal de Pretoria, a 20 de abril de 1964, antes de ser condenado a perpétua, em que justificou as razões do recurso à violência, "depois de tudo o resto ter fracassado" na defesa dos mais elementares direitos humanos da maioria negra, abjurando o racismo, "venha ele de brancos ou de negros". Do que se tratou, durante demasiados anos, foi do pleno exercício de legítima defesa contra a selvajaria desumana de um governo opressor e delinquente que nem sequer reconhecia coisas tão básicas como o facto de "os negros também terem emoções, também se apaixonarem". E é por isto que, mesmo que com prejuízo da realpolitik, do que se tratava em 1987 era de estar do lado justo da história.
E nem sequer vale a pena invocar o artigo 21.º da nossa Constituição - Todos têm o direito de resistir a qualquer ordem que ofenda os seus direitos, liberdades e garantias e de repelir pela força qualquer agressão, quando não seja possível recorrer à autoridade pública - ou o falso argumento da defesa dos interesses da comunidade portuguesa. Nessa época, já todos tinham percebido que o apartheid estava, felizmente, a chegar ao fim e que uma nova era haveria de nascer, mais dia menos dia, na África do Sul. Daí que, não fora o gigantismo moral de Mandela, muito provavelmente os primeiros alvos dos hoje impensáveis ajustes de contas teriam sido os emigrantes dos poucos países que, como nós, eram condescendentes com o regime.
Inesquecível foi o dia da sua libertação após 27 anos de cárcere ou a data em que foi eleito o primeiro presidente negro da África do Sul.
A estatura de Mandela, que tinha obviamente muitos defeitos e assumiu tantas vezes opções discutíveis, mede-se pelo exemplo. Pela capacidade de pegar em armas quando foi preciso para defender a dignidade humana, de dar a mão aos carniceiros quando foi necessário evitar banhos de sangue e apaziguar um país inteiro, de pedir também ele perdão pelos excessos cometidos pelo ANC plasmados nos documentos finais da Comissão de Verdade e Reconciliação.
E é por isto e muito mais que Nelson Mandela ficará para sempre como figura maior da história. Outros, nem que nasçam duas vezes, jamais passarão de uma nota de rodapé.
NUNO SARAIVA
Hoje no DN

Humor fim-de-semana:

Por terra dos arcebispos, ou seja Braga, durante a semana santa três jovens amigos, um português, um espanhol e um brasileiro resolveram confessar-se. Foram à Igreja da paróquia, e o jovem português resolveu ir primeiro. Ajoelhou-se, benzeu-se e o prior perguntou-lhe: - Quais são os teus pecados meu jovem? - Senhor padre comi Pipocas- Ó meu rapaz isso não é pecado, é mais uma guloseima sem importância. Estás absolvido. Entra o espanhol no confessionário. - E tu jovem quais os teus pecados?- Padre comi Pipocas. - Também estás perdoado meu rapaz. Finalmente entra o brasileiro com muita pouca vontade de se confessar, ajoelha-se e o prior ao ver mais outro jovem começa a perder a paciência dizendo-lhe: - Tu também vens confessar que comeste pipocas? - Não, senhor prior, eu sou o Pipocas....

Friday, December 13, 2013

Feira dos capões:

Se não fosse a má disposição do Cônsul Romano, Caio Cânio, cansado da perda de sono por causa do cantar dos galos, conseguiu fazer aprovar uma lei impeditiva da existência destas aves na cidade de Roma. Houve quem contornar-se esta lei. Não olhando ao sofrimento desses galináceos, quem os possuía, arranjou forma de os capar. Assim saiu-lhe toda a altivez e passou a capão. Se não houvesse a ideia de os capar no dia de hoje não se dava este evento em Freamunde.
Julgo ser doloroso tal acto. Mas há males que vêm por bem. Por que traz benefício para quem os cria. Nesta quadra natalícia não há mãos a medir. Não só os criadores como a restauração. À pala disso ganha a Santa Luzia.
Feira/festa que se celebra todos os anos no dia treze de Dezembro e que traz bastante gente até Freamunde. Uma parte para satisfazer promessas, outra para vender e outra para comprar não só capões. Nesta feira há toda a variedade de artigo. Do mel às nozes e pinhões, a quadra é propícia, vestuário, artigos hortícolas e frutícolas e outra variedade de artigos que estas feiras proporcionam aos visitantes. Pena haver pouco dinheiro para tanto artigo. O comércio local, ávido de negócio, agradece esta dádiva que antes quinze dias do Natal lhes aparece porta adentro. Sabe-se como está difícil a vida. Por isso todos os cêntimos que venham são de bom grado.
De há anos a esta parte a Associação de Jovens ao Futuro (AJAF), juntamente com a Junta de Freguesia de Freamunde, Confraria do Capão, Câmara Municipal de Paços de Ferreira e Restauração do concelho envidam todos os esforços para que cada vez mais a feira dos capões seja um êxito.
Não falta publicidade e eventos sobre esta feira. Antes oito dias, um restaurante por noite - os que entram no concurso - confecciona um capão para se apurar o melhor confeccionado e assim ganhar o primeiro prémio. No dia doze o júri escolhido para o efeito elege o restaurante que melhor confeccionou o capão. Além deste evento acontece outros para publicitar a feira e a terra. Tudo é preciso. Assim como durante uns dias no Aeroporto Sá Carneiro é exposto num cabaz um capão com o seguinte dizer: “Vim passear ao Porto e Norte!”
Por falar nisso e para que fique escrito nos anais da história de Freamunde, há uns anos na Marcha Alegórica das festas Sebastianas, um carro era alusivo ao marceneiro que aqui foi nado e criado. Em Paços de Ferreira resolveram implantar na Rotunda uma estátua a lembrar essa efeméride mas como patente deles. Mas é pertença de Freamunde. Acontece que esse carro alegórico retratava essa estátua com os seguintes dizeres: desculpem a minha ausência por três dias mas não resisti de ir às festas à minha terra (Freamunde).
E verdade seja dita. A arte de marceneiro nasceu aqui em Freamunde. Albino de Matos, no início do século passado, deu realidade à indústria do mobiliário em Freamunde e com isso a profissão de marceneiro. Mais tarde com a confecção de material didáctico tanto em madeira ou ferro. Para isso foi criada a fábricaAlbino de Matos Pereira & Barros Lda.
Acontece o mesmo com a exposição do capão no Aeroporto Sá Carneiro. Ele não foi só passear. Foi mostrar-se para que quem passa pelo aeroporto tenha conhecimento do evento que Freamunde leva a treze de Dezembro. Esperamos que não nos venham surripiar também este evento. Vontade não falta. Além da feira também se celebra o dia de Santa Luzia protectora da visão.
Vem muitos crentes assistir à missa (11 horas) para satisfazer promessas de vários pontos do concelho e concelhos limítrofes. A Capela de S. António no centro da cidade, de pequena dimensão, ainda se torna mais derivado à afluência de crentes. Se não fosse o Largo de S. António onde também se juntam muitos crentes a assistir à missa que a ouve através da aparelhagem sonora não sei como satisfaziam as promessas. Faço este reparo para afirmar da maneira como é venerada a Santa Luzia pelos crentes. Tem sido muita referenciada a feira dos capões e levada ao conhecimento pelos quatro cantos de Portugal. Assim, além da publicidade doméstica, há também a que é feita pela Comunicação Social ou através do Facebook e Blogues.
Pena que o dia ameace com chuva. Assim, quer feirantes e compradores passam por momentos arreliadores para satisfazer os seus anseios. E os capões, que têm um lugar coberto, também sentem esses momentos de arrelia. Mais a mais quando se dá o momento do seu concurso. Andaram durante dias todos garbosos, para agora estarem de crista caída, derivado à chuva. É assim. Mais um ano a profecia triunfou: Conceição se sol Luzia de Chuva.
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