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Sunday, June 30, 2013

Saturday, June 29, 2013

Há dias escrevi um texto sobre o saudoso Lago e Fonte Luminosa que existia na antiga Praça do Mercado, no antigo lugar da Feira, em Freamunde. Estou a usar o antigo como forma de fazer ver que o que é antigo está constantemente a ser desvalorizado. Parece que querem bani-lo do dicionário português o que não admira uma vez que o Acordo Ortográfico está a eliminar outras formas de escrever e pronúncia.
Assim é fácil acabar o que para muitos tinha um valor de afecto, carinho, amor e vaidade, passe a ser desprezado, porque está na moda a demolição, para elaborar outras obras, sem que se dê conhecimento à sua urbe. 

Faz-me lembrar o filho de um construtor civil, responsável por uma obra, quando o pai foi fazer uma inspecção e viu que uma das janelas não estava em sintonia com as outras. Chamado à atenção, depois de um raspanete, argumentou como única solução, a demolição da casa. O que não evitou de mais impropérios, o que a minha boa educação, os evita de descrever.
Assim é. Tudo tem solução enquanto é tempo. O que é preciso é andar em cima dos acontecimentos. Houve tempos em que se demolia tudo para se deixar obra e nome numa placa de inauguração. Da maneira que a economia vai, todos os eventos concretizados, merecem mais atenção para que não entrem em colapso como aconteceu com o Lago e Fonte Luminosa. A não ser..., servir de pretexto para depois se demolir.

Freamunde ganhou o estatuto de cidade em Abril de dois mil e um. Este estatuto trouxe mais responsabilidades aos edis responsáveis por estes pelouros. Assim, Freamunde, a partir dessa atribuição merecia ser melhor olhado pelos vários serviços da Câmara Municipal. Se houve interesse na passagem a cidade, também, devia haver interesse na melhoria e arranjo de pelo menos do seu centro.
Acontece que foi a partir dessa data que Freamunde ficou mais abandonado. Até o seu centro que até aí era um regalo ver, sempre limpo, os seus jardins bem arranjados, as ervas nas valetas e entre os paralelos sempre cortadas, a bica de água junto à Palmeira, sempre que se desejasse brotava água, a folha das árvores sempre apanhadas. O seu Lago e Fonte Luminosa a dar-nos uma coreografia, de várias formas, que constantemente eram modificadas pelos seus chafarizes e cor projectada pelos seus holofotes, assim como a aragem que vinha da água através da sua evaporação. Era como digo: um regalo.
Até confesso um elogio de um casal madeirense em visita a Freamunde a convite do meu irmão que se encontra na Madeira: gostou da maneira como Freamunde estava concebido, a sua arquitectura, o seu centro que denotava o antigo e a sua limpeza. Isto foi dito por um madeirense, residente no Funchal e, quem conhece o Funchal, sabe que ali a limpeza é um dever sagrado. Por isso os meus desabafos. Gosto de ver Freamunde no seu melhor. 
Como disse, desde que se tornou cidade, tem ido de mal a pior. O seu coração sangra. E, mais vai sangrar quando demolirem a queda de água na praça dezanove de Abril. 
Pelo abandono em que se encontra nada me admira que venha a ser demolida como o Lago e a Fonte Luminosa. E já vai nuns dois anos que não se vê correr pinga de água!
Admira-me a coragem da galinheira em se manter ali naquela situação. Outra qualquer já tinha dali fugido com vergonha de como está a ser tratada.   

A maldição do Magalhães.

Aquiaqui e aqui
A mulher mais abençoada é a Benta.
A mais perfumada é a Rosa.
A mais madrugadora é a Aurora.
A mais feliz é a Felicidade.
A mais triunfante é a Vitória.
A mais duradoura é a Perpétua.
A mais devota é a Piedade.
A mais bonita é a Graciosa.
A mais casta é a Pureza.
A mais limpa é a Branca.
A mais recatada é a Modesta.
A mais espiritual é a Gracinda.
A mais sofredora é a Dores.
A mais cruel é a Bárbara
A mais transparente é a Clara.
A mais valiosa é a Esmeralda.
A mais amiga do terço é a Rosário.
A com mais poder de cura é a Sara.
A mais risonha é a Rita.
A mais interessante é sempre a do vizinho.
A mais aborrecida é sempre a nossa.

Humor fim-de-semana:

Uma apresentadora de televisão foi a Londres entrevistar um fazendeiro sobre a doença da Vaca Louca.
Lá chegada, pegou um fazendeiro já meio invocado com o problema e sem muito bom humor para responder a perguntas sobre o assunto.
Ela começou a gravar:
- Boa noite, senhor. Nós estamos aqui para ouvir sua opinião. O que o senhor acha que é a razão principal das vacas terem apanhado esta doença, a Loucura das Vacas?
O fazendeiro olhou para a moça e respondeu:
- A senhorita sabia que o touro cobre a vaca somente uma vez por ano?
A repórter, visivelmente embaraçada disse:
- Bem, senhor, eu não sabia... Acho a informação interessante... Mas o que isso tem a ver com a doença?
- Bem, senhorita, você sabia que as vacas são ordenhadas quatro vezes por dia?
- Senhor, novamente agradeço a informação... Mas vamos diretamente ao ponto central da minha pergunta: a que o senhor atribui o fenómeno da doença da vaca louca?
O fazendeiro, já irritado, responde:
- Senhorita, eu estou tentando explicar. Imagine se eu ficasse brincando com as suas tetas por alguns minutos, quatro vezes por dia, e só transasse com você uma vez por ano, você também não ficaria louca?

Friday, June 28, 2013

Uma entrevista histórica:

A entrevista que Teixeira dos Santos deu esta semana à TVI é um documento histórico de enorme importância. Daqui para a frente, ninguém poderá fazer a história das razões que levaram Portugal ao pedido de ajuda externa sem referir este poderoso testemunho na primeira pessoa de quem participou na construção de uma alternativa ao pedido de resgate e presenciou a formalização das garantias de apoio do BCE e dos nossos parceiros europeus ao PEC IV, entendido como solução para estancar o "efeito dominó" provocado pela crise grega. A mensagem foi clara: Portugal foi forçado a pedir ajuda externa porque, em plena crise das dívidas soberanas, as oposições à direita e à esquerda se coligaram para rejeitar um PEC que tinha obtido o apoio formal da União Europeia e do BCE.
A especulação sobre o que teria acontecido se o PEC IV tivesse sido aprovado é uma discussão estéril, que só pode conduzir a conclusões especulativas. Mas o testemunho de Teixeira dos Santos não veio trazer nenhuma especulação. Trouxe, isso sim, um facto histórico inquestionável, sem o qual a história estará sempre falseada. E o facto é este: havia uma alternativa ao pedido de ajuda externa e essa alternativa, rejeitada no Parlamento (ante a passividade do Presidente da República), contava com o apoio europeu. É claro, nada disto será novidade para quem ainda se lembra das palavras secas que Ângela Merkel dirigiu na altura a Passos Coelho ou da reacção dura da chanceler, em pleno Parlamento alemão, quando teve a notícia da votação ocorrida na Assembleia da República. Mas o certo é que estas banais evidências históricas são hoje recebidas como se fossem "revelações" - foi assim com Sócrates, depois com Lobo Xavier e Pacheco Pereira, é assim agora com Teixeira dos Santos. A razão é simples: ao longo dos últimos anos, foi construída uma versão deturpada da história, assente na supressão grosseira dos factos inconvenientes, para justificar o assalto ao poder pelos partidos da direita e atacar o Partido Socialista. A novidade é que essa versão falsa da história já não está sozinha em campo e está a ser contraditada pelos factos.
Este vídeo é uma montagem do Nilton e um acrescento meu
O momento central da entrevista, recebido com estranha impaciência pela entrevistadora, foi aquele em que Teixeira dos Santos recordou, uma a uma, as datas das sucessivas descidas do "rating" da República e dos bancos nos dias que se seguiram ao "chumbo" do PEC IV. Foi essa queda abrupta dos "ratings" que provocou a subida exponencial dos juros e que, em menos de quinze dias, deteriorou a um extremo insustentável as condições de financiamento do País. E é esse, aliás, o contexto da célebre declaração do ex-Ministro das Finanças, tantas vezes desvirtuada, de que poderia chegar-se à situação de não haver dinheiro para "pagar salários e pensões". Ao contrário do que maldosamente se quis fazer crer, essa declaração não se referia a um pretenso esvaziamento dos cofres públicos causado por um alegado "despesismo socialista" (com o Orçamento para 2011 o País estava até a gastar bastante menos do que no ano anterior!) referia-se, sim, às consequências previsíveis do "chumbo" do PEC IV no normal financiamento da dívida pública. E, de facto, foi essa rejeição parlamentar, no dia 23 de Março de 2011, que traçou o destino de Portugal: entre o "chumbo" do PEC IV e o pedido de ajuda, a 6 de Abril, não passaram sequer quinze dias.
A entrevista de Teixeira dos Santos terá desiludido uma certa direita política e mediática: nem alimentou "fofocas" sobre questões pessoais, nem manifestou divergências sobre a justificação ou sequer sobre o momento do pedido de ajuda - pelo contrário, subscreveu a narrativa que Sócrates expôs na sua entrevista à RTP e desvalorizou, como se impunha, a relevância de, "chumbado" o PEC, o pedido de ajuda ser formulado um dia antes ou um dia depois. Não se desviou do ponto essencial: com o apoio europeu ao PEC IV, o pedido de ajuda externa podia e devia ter sido evitado. Ao fim de dois anos de austeridade "além da troika" e de uma dramática espiral recessiva, com 18% de desemprego, 127% de dívida pública e 10% de défice no primeiro trimestre deste ano, vai sendo tempo de se perceber quem é que tinha razão.
Pedro Silva Pereira, Jurista

Nacos de vida. Poesia de Rodela:

Cravo de Abril sorridente

Ó que cabecinha a minha
que já só fala de cor
esta minha cabecinha
parece um computador.

Pensou demais não devia
mas agora nem pensar
voltar a pensar um dia
deixou a fonte esgotar.

Minha pobre cabecinha
que nem pareces a minha
cravo de Abril sorridente.

Tanta vida e tanta luta
e tanto filho da puta
a rir por te ver doente. 

Thursday, June 27, 2013

Carta Aberta a um Pacense:

Meu amigo (!!)
 Lá te vi, naquele Domingo, no campo do Carvalhal! Grande dia hein?!... Lá estavas tu, no topo Sul, nervoso, roendo as unhas, com a alma em sobressalto, uma grande esperança no peito e uma não menor bandeira na mão. Sofrias - eu vi que sofrias!... Mas consola-te, porque eu também sofri… Só que, a mim, não me animava a esperança que te alumiava…, mas uma fé - uma fé chamada certeza - de que ainda não era desta que matavas o “carneiro”… E não foi!... Eu compreendo o teu desespero: vejo-te a deitar contas à vida e a ver o que hás-de hipotecar para contratares o Cruyjff e o Cubillas que acabem de vez com isto: sim, porque aquele Jesus e os seus apóstolos, ainda não é o almejado Messias que te há-de redimir de raiva de nunca teres ganho a meio dúzia de valentes moços, para quem o futebol não é coisa que lhes meta o pão na boca… Oh, se eles não tivessem de se levantar todos os dias às 7 e de dar ali no duro, para poderem sustentar a família…! Oh, se eles se limitassem a dar pontapés na bola…, bem treinados, bem comidos e… bem pagos…! Já te passou pela cabeça o que seria? Onde terias tu de ir recrutar jogadores para os venceres? Onde???!!... Diz-mo, pacense amigo, diz-me tu, que sabes discorrer, tu, que tens jardins floridos e relvados, tu, que tens monumentos e estátuas, tu, que tens Câmara Municipal e tudo… Diz-mo tu, que tens “snack-bares”, cafés sumptuosos para sumptuosas trocas de impressões, tu, que tens Palácio de Justiça!... Diz-mo! Ensina-me! Elucida-me, já que eu - pobre freamundense… - não tenho jardins, nem monumentos, nem estátuas, nem “snacks”, nem salões de chá, nem palácios de justiça e quase chego a duvidar que a Câmara também me pertença… Tu tens o dever de mo saberes dizer: quem tem Palácios de Justiça, tem obrigação de possuir um discorrer palaciano, pelo menos, de possuir fachada capaz de assombrar os outros, de os diminuir pela impotência, de os constranger ela majestade.
 Mas se não queres, se esse segredo for o teu grande trunfo, não mo digas… Não quero saber! Prefiro continuar na ignorância a ter de morder todo de inveja, por não possuir a tua astúcia, o teu perseverante querer, o teu poder financeiro, a tua teimosia, a tua arguta percepção destas coisas… Não mo digas, senão obrigas-me a ter de andar de porta em porta, suplicante e rasteiro, a implorar aos patrões dos meus rapazes que deixem ir aos treinos… Obrigas-me a ter de ir pedir ao banco a libertação do Ernesto às 4 horas… Tu sabes lá o que me custa ir pedir ao banco ao banco seja o que for: seja o Ernesto, seja um desconto, seja uma melhoria física, seja uma reforma a 90 dias… Lembra-te dos pobres dos accionistas, coitados, não queiras sentir na consciência o remorso de seres o causador da baixa das cotações… Não me obrigues a ter de prometer à rapaziada uma fatia de queijo suplementar por cada nova vitória, na sanduiche de marmelada que estão a auferir por domingo… Não mo digas, pois, pacense amigo! Não me faças quebrar o voto que fiz de só jogar com gente cá de casa… Não me obrigues a ter de ir a Lousada ou Vizela procurar reforços que te detenham… Não me obrigues a gastar gasolina, que está pela hora da morte… Sê patriota! Colabora com o Governo nos seus insistentes pedidos: poupa gasolina! Não mo digas; e se eu, depois, perder contigo…, paciência. Alguma teria de ser e uma vez não são vezes…
Mesmo, as coisas já estiveram piores para ti: desta vez já empatás-te! Bem sei que não meteste golo nenhum, mas empataste!... A propósito, queria fazer-te um pedido: O Martinho - sabes quem é? Aquele moço que te livrou de mais uma derrota… Pois, como dizia, o pobre do Martinho é casado, tem família a sustentar e está tudo tão caro… Não achas que seria justo os teus jogadores dividirem com ele o prémio do empate fora de casa? Era um gesto bonito! Vê lá se arranjas isso ao moço. Mesmo para calar as más-línguas, que andam por aí a dizer que te portaste mal, que atiraste com pedras, que o que querias era fazer interditar o nosso campo… Gente má! Gente perversa! Se são coisas que se digam de ti! Tu eras lá capaz de atirares com pedras!! Tu, cabeça de conselho, mentor dos seus destinos, com Palácios de Justiça e tudo, eras lá homem para uma atitude dessas?! Cabe lá na cabeça de alguém que viesses para Freamunde de pedra no bolso e intenção igual no sapato!! Para quê? Para as atirares aos nossos? Nem sequer viram que quem levou com elas foi um dos teus… Gente má! Não ligues: deixa-os falar… Bem… é certo que as atiraste, que - se calhar …. - até as trazias de casa… mas isso que tem? É proibido andar com pedras no bolso?... Não é gasolina em latas, LSD, marijuana ou qualquer droga, não é bacalhau sonegado ou artigo de contrabando… Há alguma lei que obrigue à licença de porte de pedra?? Não há, que eu saiba. Estavam bem servidos os bois ou e outras alimárias que andam na estrada a puxar esses carregamentos de esteios e de padieiras… Já viste o que seria a polícia a abordar na via pública um animal de carga e a dizer-lhe: “Senhor boi, mostre-me a sua licença!”… E o pobre do animal a ter de parar, de limpar o suor, de cumprimentar o guarda, de desabotoar o casaco, de puxar pela carteira e de ter de mostrar o papelinho sorridente?... Já viste? Era caricato? Ora tu não és menos que um boi, salvo seja! Se o animal anda sem licença, tu também podes andar ou então já não há justiça neste mundo! E desculpa a comparação, que não tem a mínima intenção de te ofender: é só um exemplo, é, - como diria o Solnado - um “supúnhamos”…
Todos viram, pois, que as pedras se destinavam aos teus e ninguém tem nada com isso. Se lhas atiraste, lá terás as tuas razões, que eu cá não sei quanto lhes pagaste para nos ganharem…, nem me interessa. Volto a aconselhar-te: Não lhes ligues. O que esses maus freamundenses estão é danados por só terem empatado com uma equipa como a tua e, agora, vingam-se a levantar calúnias destas! Que eu, para mim, ninguém me tira da cabeça que as tuas pedras eram uma pura intenção de amizade para com Freamunde. Tu não querias magoar ninguém, tu querias era ajudar o “Freamunde” a construir um estádio como o teu e trouxeste-lhe materiais de construção com a melhor das boas vontades… Lá disseste com os teus botões: “Não está certo que a Câmara nos tenha arranjado um estádio com o dinheiro de todo o concelho e que Freamunde, que joga futebol tão bem como nós - pelo menos nunca lhe ganhámos… - que também contribuiu para o nosso campo, que é tão pobre que nem pode contratar os “Cubillas” que por aí andam, que, ao fim e ao cabo, é que é o grupo do concelho, pois só o concelho tem atletas, e que em Freamunde - dizias - nem um mictório se construa onde o triste freamundense possa verter a sua mágoa de munícipe de 2ª…” Foi ou não foi assim? Não tenham dúvidas: cá para mim foi essa intenção que te fez levantar a mão que segurava a pedra; essa mão que me recuso a considerar criminosa; que me nego a apodar de suja e carente de lixívia educacional… e que se me depara amiga, luminosa, de verdadeiro irmão…!  Diz lá pacense amigo: foi ou não foi esta a tua verdadeira intenção? Não me desmintas! Não digas que não, que só te fica mal!!...
De resto, que inveja, que raiva te pode merecer os freamundenses para os vires apedrejar em sua própria casa com satânico furor? Que tem Freamunde, que possas cobiçar? Que tem Freamunde que tu não tenhas? O quê, o quê?... tu, que até tens palácios de justiça? As festas Sebastianas?... Ora, ora! E o teu santo Amaro tão concorrido, tão animado, tão redundante…., hein?! A Feira dos Capões?... Pois sim!... Uma Banda de Música mais ou menos afinadita?! Como se tu não tivesses por aí quem saiba vestir uma farda e quem bufe a preceito…! Um corpo de bombeiros abnegados e prestos? Se calhar a mangueira de Freamunde é mais comprida do que a de Paços… Um grupo de teatro menos mal engerocado? E tu, não tens também…? Ah, é verdade: não tens. Mas isso para que serve? Para que queres tu “cómicos” aí em casa? Para fazer rir os outros? Se ele há tanta gente maldosa que se ri de ti mesmo sem “cómicos”… Não queiras “cómicos”: quem se quiser rir que faça cócegas onde lhe der mais jeito. Um grupo de futebol certinho…? Se calhar é melhor do que o teu, que até já empata com ele - à custa dos “Martinhos”, é certo, mas empata pronto! (A propósito: tiveste boa ideia em mudares de amarelo para azul. Parabéns! Sempre é uma cor mais decente, ou não fosse a cor do Freamunde… É a cor do céu, a cor do mar, a cor ideal para os belos olhos… Já pensaste o que seria o céu amarelo? O mar, então, devia parecer um enorme bacio antes dos despejos. Já imaginaste um olho amarelo, de remeloso aspecto?... Credo que impressão! Eu logo já nem janto...! Vê lá a figura em que andavas! Fizeste bem em mudar de cor: só provaste, mais uma vez a tua inteligência e um notável refinamente de gosto, parabéns!).
Mas, voltando às comparações… Mas quais comparações?? Não há mais nada a comparar! Tudo o resto é teu, só tu possuis!... Tu tens tudo: tens Cartório Notarial, tens Delegação de Saúde, tens posto da G.N.R., tens Câmara Municipal, tens “Pop-2000”!!... E nós nada disso te invejamos! Pelo contrário: até ajudamos a essa justa posse, cedendo-te funcionários zelosos e competentes para o seu perfeito funcionamento. Demos-te escrivães para o Tribunal, delegado médico para a tua saúdinha, funcionário para o Grémio do Comércio, chefe para o Correio, empregada para o “Pop” ou lá o que é, presidente para a Câmara… Que mais queres de nós?!... Que outras provas de sincero amor!... E tu bem sabes que nenhum deles te atraiçoa, não os vês puxar mais para nós do que para ti… Antes pelo contrário! É certo que não te arranjamos ninguém para o Grémio da Lavoura, para a Cadeia ou para a guarda… Mas tu bem sabes que hoje todos são fidalgos e que ninguém quer ir para a lavoura, para a cadeia muito menos e com a guarda quanto menos conversa melhor. Como vês, nós somos teus amigos. Só te queremos bem. Tu é que parece até que nos tens raiva, o que eu não acredito. Pois se até já dizem que chegas a ter raiva dos próprios nomes que nos chamas: que nos chamas “espanhóis” e, afinal, andas a implantar aí a dinastia filipina, que já tens o Filipe I e o Filipe II, mas que, se não te deres bem com esta reinação, que hás-de arranjar o terceiro e o quarto e que no quarto é que ficarás bem…, mas fechado à chave… Vê lá bem as que se inventam!!!... Mas não ligues, volto a dizer-to! Não passes cartão: é tudo uma garotada… Quem tem Palácio de Justiça, quem tem “POP-2000” ou seja lá que número for, não deve dar ouvidos a gente reles que sabe lá o que são “pops”, que não andam “à lá pago”… Pipas! Pipas é que eles sabem! Para os emborracharem e dizerem mal dos outros!... Não ligues! Põe os olhos em mim, que sou teu amigo e sou-o porque sei que pagas na mesma moeda… O futebol é que é o culpado. Raio de praga! O que nos havia de aparecer! E fica sabendo que, na segunda volta, quando o Freamunde for jogar à tua hospitaleira casa, no tal estádio que nós sabemos, eu lá irei levar-te o meu abraço amigo e consolidar esta amizade… Desculpa se não te levar nenhuma lembrança, mas tu bem sabes que sou pobre… Nem pedras te poderei dar, com a franqueza que no-las trouxeste… Quem não tem Palácios de Justiça, não achas? Irei com as mãos vazias, mas com o coração cheio de boa vontade, de fraternal alegria… que ganhe o melhor … ou o que tiver mais sorte, não interessa… Pode ser, até, que algum dos teus queira retribuir a gentileza do nosso Martinho… Era um lindo gesto! Calava-nos cá dentro!... Mas, se os teus ganharem, não te aflijas por mim: paciência. Que diabo! Tu também tens direito a ter um gosto na vida… Palavra que até gostava. Se fosse eu a mandar, até te mandava as “reservas” para te facilitar a vida. Só para ver se dessa vez sempre era, se sempre matavas o malfadado “carneiro” que - rai´s o parta! - nem de velho quer morrer…
Até lá, saúde e gasolina que te deseja este amigo Freamundense.
Lisboa, Fevereiro de 1974                    

Gente da nossa terra (4):

Rodela, o nosso Poeta, foi premiado com a décima e décima primeira Menção Honrosa nas quadras de S. João que o Jornal de Notícias leva a efeito todos os anos. É um orgulho para nós Freamundenses ver um filho seu ser premiado. O prémio, um JN diário, por cada Menção Honrosa. Para ele conta mais o reconhecimento pelo seu trabalho. 
Todos os anos é-lhe atribuída uma Menção Honrosa o que honra qualquer concorrente, para mais, num concurso do quilate das Quadras do S. João e entre centenas e centenas de concorrentes. Sei que para ele tem mais valor o reconhecimento pelos seus versos. Tem-nos presenteado com vários livros, de versos, dando a conhecer figuras Freamundenses e, dentro de pouco tempo vai sair mais um.

Wednesday, June 26, 2013

Fado. A Voz de um Povo:

Não é nenhum improviso o vídeo que apresento pois os fadistas sabem quando devem entrar em cena mas para os transeuntes é uma surpresa. Tudo se passa numa bastante concorrida rua de Lisboa. Por ali passei várias vezes e várias vezes fui jantar à Casa do Alentejo que ali fica sediada.
Quem conhece Lisboa e as Portas de S. Antão sabe que os turistas acorrem ali com frequência derivado aos vários restaurantes e marisqueiras, ao bingo do Sport Lisboa e Benfica, teatro Politeama - em tempos cinema - e vários edifícios antigos que embelezam o centro e a cidade de Lisboa.
É uma forma bonita de divulgar o fado e quem por ali passa ou janta dá por bem empregue o tempo despendido. 
Estes eventos estão a despoletar um pouco por todas as cidades europeias sendo que nos aeroportos e estações de comboio tenham sido uma realidade para contento do público. É uma espécie de teatro de rua. 
Pena que estejam a desaparecer porque o consumidor - povo - não anda com alegria para tais eventos o que é uma pena. Para haver disposição tem existir alegria porque alegria é sinónimo de festa. 
E, Portugal não está a ser festa nenhuma. Embora, os nossos governantes, tudo façam crer que sim.  

Tuesday, June 25, 2013

Gente da nossa terra (3):

Hoje ao dar uma vista de olhos pela internet deparei com uma entrevista do Correio do Porto, a Fedra Santos, datada de vinte e oito de Novembro de dois mil e onze, intitulada: "sete perguntas". Como faço uso de personagens de Freamunde para lhes dar relevo aqui no meu blogue - espero que não se aborreçam por este meu abuso de confiança - com a finalidade de mostrar ao "mundo" de que tempera e cultura são dotados os seus filhos. 
A entrevista é antiga - desconhecia-a - mas mesmo assim não deixo de a publicar. Assim, tivesse eu, esses dotes, não me cansaria de os publicar.
Ainda há dias numa conversa entre amigos foi falado por um, não revelo o nome, que Freamunde muito lhe devia. Disse-lhe que me fazia lembrar o Fariseu e o Publicano. 
Freamunde não deve nada a ninguém. Quando muito somos nós a dever-lhe. Deu-nos um nome: Freamundenses. Saibamos nós respeitá-lo e fazer um pouco mais para o elevar. Assim fizeram os nossos antepassados e nada reclamaram. 
E nós devemos contribuir ainda mais pois Freamunde está a necessitar. Por isso enquanto puder não me hei-de de cansar de divulgar personagens que engrandecem Freamunde. 

O Lago na antiga Praça do Mercado:

Foi inaugurado em mil novecentos e noventa e três. Não faltaram convivas à inauguração. Para contento de uns e contestação de outros, o que é certo, é que a Fonte Luminosa começou a brotar a sua água através de vários efeitos de água e luz. Os que estavam a favor, envaidecidos pelas obras concluídas, os opositores não contestavam tanto mas, sempre iam dizendo alguma coisa. Era visitada por muita gente das redondezas que eram unânimes em dizer que era um valor acrescentado à Vila de Freamunde. Sim! Nesse tempo era ainda Vila.
Aos fins-de semana era um arraial de pessoas, principalmente crianças, a brincar em redor do Lago e abismadas com os efeitos da cor e luz. Até havia noivos que aproveitavam este evento para ali tirar fotografias. Em tempos, noutros locais, mas desde a inauguração do Lago, vários foram os que optaram por este local para um dia recordar e mostrar aos seus filhos como era o Lago e Fonte Luminosa de Freamunde - parece que adivinhavam que um dia ia aparecer alguém que ia mandar demoli-lo. E... não foi que apareceu! 
Só que o tempo não se compadece e começou a haver um desgaste no material que fazia mover a Fonte Luminosa e a manutenção começou a rarear. 
As lâmpadas, o chafariz e o motor começaram a mostrar o seu ar de cansaço e o Lago começou a definhar. Até a lousa que ornamentava em volta do lago começou a demonstrar a suas deficiências assim como a pastilha em volta e no fundo do Lago.
Tudo acontecia e o desleixo de quem tinha obrigação de preservar este evento não se fazia sentir. Até a própria água começou a faltar. Havia quem dizia que era derivado à seca que o País e o Concelho estavam a atravessar. Se fossemos a qualquer cidade ou vila essas coisas não aconteciam e muito mais quando foi inaugurada a Queda de Água na sede do concelho.
Estes chafarizes a brotar água não é em Freamunde
O Lago e a sua Fonte Luminosa iam de mal a pior. E, a partir da demolição das lojinhas é que foi de caixão à cova. Prometeram obras mas passados quatro anos tudo está na mesma. Até que no dia vinte quatro de Junho – dia de S. João - de dois mil e treze o Lago começou a ser demolido. Antes uns dias os seus artefactos em ferro e metal foram para a sucata. Tudo isto com a passividade dos Freamundenses e claro minha também.
O que estão a fazer a Freamunde. Se fosse noutros tempos isto não ia à avante! Pessoas como o senhor Mendes da "Padaria", Armando Oliveira e outros, não consentiam no tratamento que estão a dar a Freamunde. 
Passados vinte anos da sua inauguração alagar o que custou bastante ao erário público é algo a lamentar.
As indeminizações dadas aos donos das lojinhas, mais a construção da banca dos jornais em frente à Casa da Cultura, levaram uma pipa de massa como se usa dizer.
Mais a mais não se respeita uma obra feita pelo Presidente da Câmara que mais fez por Freamunde. Se eu fosse o professor Arménio ficava ofendido pelos Freamundenses não preservarem uma obra que deu muita celeuma e teve um custo considerável e tinha sido a sua aposta em Freamunde. Somos ingratos.
Se fosse numa altura em que o País e Câmara Municipal de Paços de Ferreira nadassem em dinheiro ainda se podia compreender uma vez que o emprego anda pela hora da morte. Assim não. 
E a demolição do Lago e da sua Fonte Luminosa ainda vai dar muito que falar. 
Dizem, que como estamos em vésperas de eleições autárquicas, esta é a forma de contentar os Freamundenses. É como dar um rebuçado a uma criança para a calar. A ver vamos.
"As palmas da vergonha" 

Vai-te Lago pobre Lago
nas asas dos passarinhos
já não tenho tempo vago
p´ra aturar tantos anjinhos

Com palmas tu foste erguido
com mais palmas derrubado
com palmas será corrido
quem te traçou este fado.

E tu povo que refilas
vem engrossar estas filas
não te deixes enganar

ganha coragem irmão
ajuda neste empurrão
não fales só por falar.

Versos autoria: Rodela     

Monday, June 24, 2013

Evento. Sport Clube de Freamunde:

O PERIGO ANDA À SOLTA. MUITO CUIDADO:

"Atenção a este novo PERIGO DE MORTE que já chegou a Lisboa!
*Atenção é mesmo importante. Pode ser mortal.
Quando forem abordados por um homem de muletas que lhes dê um papel com um número de telefone para ligar, não o faça; leia o que se segue, e quando for abordado por tal homem lembre-se disto.
É muito conveniente estar atento...
O último sábado procurava um telefone público e encontrei um apenas em frente ao estacionamento de Soriana (Praça de Espanha, Lisboa).
Estacionei a alguns metros mais atrás e desci do carro. Entretanto chegou um homem sem uma perna e com muletas.
Perguntou-me se podia ajudá-lo a marcar um número, deu-me o cartão de crédito para a chamada e um papel onde estava anotado o telefone.
Com muito prazer para ajudar, peguei no papel e comecei a marcar o número.
Então em poucos segundos comecei a sentir que desmaiava. Acontecia algo de anormal, corri para o carro e fechei-me enjoado.
Tonto, tentei ligar o carro e afastei-me um pouco, estacionando aí... Depois, não me lembro de mais nada. 

Mais tarde despertei enjoado, a cabeça estourava-me... consegui chegar a minha casa, seguindo de imediato para o hospital.
Após os exames ao sangue, confirmou-se o que já suspeitava. Era a droga que está na moda: a "Burundanga" ou "Escopolamina".
- "Tiveste sorte, - disse-me o médico". Não foi uma intoxicação, mas apenas a reacção à droga... Não quero imaginar o que teria acontecido se os teus dedos tivessem absorvido toda a droga ou ficasses lá mais 30 segundos...!
Com uma dose mais forte, uma pessoa pode ficar até 8 dias desligada deste mundo. Nunca tinha pensado que aquilo se podia passar comigo!
E foi tudo tão rápido... Escrevo não para os assustar, mas para os alertar.
Não se deixem surpreender! Oxalá não aconteça nada consigo!
O Médico do hospital (Dr. Raul Quesada) comentou que eram já vários os casos como este e falou dos mortos encontrados sem órgãos.
Encontraram-se restos dessa droga nos dedos dos mortos. Estão a traficar os órgãos!
Tenham cuidado e enviem a todos os familiares, amigos, vizinhos. Podem salvar uma vida!
A "Escolopamina ou Burundanga", usada também em medicina, provém da América do Sul e é a droga mais usada pelos criminosos (geralmente em número de 3) que escolhem as suas vítimas.
Actua em 2 minutos, faz parar a actividade do cérebro e com ela os criminosos roubam à vontade as vítimas fazendo-lhes o mal que pretendem: Roubos, Abusos, etc.
DEPOIS, NÃO se LEMBRARÃO de NADA!!! Em doses maiores pode fazer a vítima entrar em coma e até levar à morte.
Pode ser apresentada em rebuçados, doces, papel, num livro que se abre... um pano, que uma vez aberto, deixa escapar a droga em forma de gás.....Cuidado com pessoas que vêm falar convosco, como se nos conhecessem...especialmente nas estações... Não deixe entrar estranhos em casa!
Reenviem este alerta a toda a gente dos seus contactos.
Ana Paula Fradinho Instituto da Droga e da Toxicodependência, IP Departamento de Planeamento e Administração Geral Núcleo de Gestão de Recursos Humanos. Pç de Alvalade, n.º 7 - 8.ª piso 1700-036 Lisboa*.
Façam o favor de PARTILHAR para os vossos amigos e conhecidos, pois com estas coisas não se brinca, e há que ter em atenção a nossa rapaziada mais jovem, muitas das vezes, está cheia de boa vontade para ajudar o próximo e caem com mais facilidade numa armadilha destas."
Anónimo

Sunday, June 23, 2013

Criticavam o Novas Oportunidades:

O saber não ocupa lugar, é bendito e certo o ditado, que depois de se aprender, obtêm-se o resultado.
Todos os anos os festeiros surpreendem-nos com o cartaz das festas que nos vão apresentar nos dias dedicados a tal evento. Evento esse que vem do tempo dos nossos antepassados. Não há memória de como passaram a ser celebradas, a quem sabe-se, foi ao Mártir S. Sebastião patrono da peste, guerra e fome. Recordo-me delas a partir do meio da década de cinquenta. Eram vividas de uma forma bairrista como bairristas continuam hoje. Naquele tempo nós miúdos ansiávamos por elas como quem ansiava de pão para a boca. Os tempos eram difíceis. Esperava-se por elas para estriar uns sapatos, o mais velho, porque o que o sucedia recebia a sobra deste.
O senhor Gonçalves “Bisca”, que tinha uma sapataria -  confecção de sapatos, hoje utiliza-se o nome a quem os vende e não a quem os confecciona - do lugar de Moreira, na freguesia de Sousela, no fim da missa da manhã na Capela de S. António, aproveitava para tirar o molde num pedaço de papel de cartão e ali escrevia o modelo e material a usar - sola ou pneu - e não podia entrar em delongas porque as Sebastianas estavam próximas e os felizardos se preciso fosse iam a Moreira para saberem como estava a decorrer a sua confecção.
Hoje tudo se resume a Centros Comerciais em que uma pessoa pode entrar nu e sai dali vestido dos pés à cabeça. A tecnologia sofreu uma evolução que só quem passou por estas fases é que pode referenciar. Hoje tudo é fácil.
Esperávamos sentados ou jogar a bola no campo da Feira pelas barracas de diversão. Quando os camiões faziam a aparição até o miúdo que estava isolado em frente à baliza deixava a bola para correr para ver qual era a barraca de diversão: Carrossel, Carros Eléctricos, Cestinhas, Ratinho da Sorte, Aviões e Barracas de Matraquilhos.
Nos dias seguintes não faltavam miúdos a ver a sua montagem. Até se esqueciam do jogo da bola no campo da Feira. Também por esta altura o espaço era ocupado pelos festeiros para ali produzir qualquer evento.
Quando as barracas de diversões estavam montadas era usual fazerem a experiência e os miúdos que ali se encontravam eram convidados para essa experiência. Dessa maneira a maioria dos miúdos aparecia ali para não perder essa dádiva. Única forma de matar a curiosidade. Muitas vezes até nos esquecíamos de comer.
Chegava os dias de festa. Freamunde estava transformado. Que bonito! - Pensava eu - porque não sempre assim. O Ratinho da Sorte cheia de gente a comprar os bilhetes para a primeira rodada. Os namorados que estavam noivos aproveitavam para concorrer com a compra de um ou mais bilhetes. Quantos ali, depois de contemplados, escolhiam um trecho de cozinha - panelas ou tachos - para depois de casar confeccionar o almoço ou jantar. A vida... era assim.
Outros mais folgazões e com mais posses iam para os Carros Eléctricos dar azo à sua perícia. Tal era a condução que parecia que ia ao volante do seu. Mas só em pensamento. Porque ter carro nessa altura era só para milionários. 
A rapaziada de Freamunde o que que queria era chocar com outros carros. Lá vinham os empregados com cara de poucos amigos resolver o problema. Parecia um acidente em cadeia. Os mais sossegados iam para o carrocel e ali giravam sentados em bancos, cavalos, girafas ou leões, tudo em madeira.
Os casais de namorados iam para a pista de aviões para fazer voar o seu pensamento. Ali roubavam um beijo. Sim! - Naquele tempo os beijos não abundavam - era preciso uma eternidade para se receber um da sua namorada. Assim quando o avião estava no alto e escondidos do olhar das pessoas lá se roubava o beijo. Algumas coravam de vergonha. Outras exclamavam - Só agora!
Outros ainda mais aventureiros iam para as cestinhas. Ali davam uma quantas voltas que serviam de experiência a quem queria concorrer a para-quedista. 
A procissão já nessa altura era muita concorrida. Não faltava gente das freguesias vizinhas a assistir. Era de ver para crer. Contado não chegava.
A Marcha Alegórica era única aqui nas redondezas. Os seus carros tinham uma beleza que só vista. O senhor Leopoldo Saraiva tinha umas mãos de oiro. Entrou-se na era do plástico, - tudo era à base do papel de gazeta - este contribuiu e de que maneira para dar uma melhor manufactura e guardar para ser usado nos anos seguintes.
Chegava a hora da saída. O itinerário por onde passava era exíguo. As pessoas antes umas horas sentavam-se na borda da estrada a guardar lugar. Mas ainda faltava muito e o sono em falta fazia a sua aparição.
O Quim “Bica”, Adelino “Claudina” e outros, para conservar as pessoas de olhos abertos muniam-se de umas bisnagas com água e atiravam aos dormentes. Tudo feito com o maior respeito. 
Assim nasceu a moda do “mel”. Freamunde é uma terra de inventores. E tudo que inventa quer-lhe dar continuação. Por isso as Festas, outrora da Vila e hoje Sebastianas, têm a longevidade que tem. 
Há carinho pelo Mártir S. Sebastião mesmo não sendo o Padroeiro de Freamunde. Por isso o trabalho durante trezentos e sessenta e cinco dias. O esmero. A publicidade para que as Sebastianas sejam uma realidade.
Por isso o desabafo de um festeiro quando disse: - “As Sebastianas são o meu segundo filho, a minha segunda mulher, a minha segunda casa e a minha segunda vida…”
Se nunca cá veio está convidado para comprovar.

Putrica:

Saturday, June 22, 2013

"Não há pior analfabeto que o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. O analfabeto político é tão burro que se orgulha de o ser e, de peito feito, diz que detesta a política. Não sabe, o imbecil, que da sua ignorância política é que nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, desonesto, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo."
Bertolt Brecht (1898-1956)
Eugénio Rosa (economista)
A mentira e a ignorância estão cada vez mais presentes nos ataques às funções sociais do Estado pelos comentadores com acesso privilegiado aos media. É mais um exemplo concreto do pensamento único sem contraditório atualmente dominante nos grandes órgãos de comunicação social. Quem oiça esses comentadores habituais que muitas vezes revelam que não estudaram minimamente aquilo de que falam, poderá ficar com a ideia de que Portugal é um país diferente dos outros países da União Europeia onde o “Estado Social" é insustentável e está próximo da falência por ter garantido aos portugueses uma saúde, uma educação e uma proteção que inclui o sistema de pensões, mais “generosos” do que a dos outros países e que, por isso, é insustentável.
Um dos arautos mais conhecidos dessa tese, não porque seja um estudioso credível mas sim porque tem tido acesso fácil aos media, é Medina Carreira com as suas diatribes periódicas contra o “Estado Social". Mas antes de confrontarmos o que dizem estes comentadores com os próprios dados oficiais, divulgados até recentemente pelo Eurostat, para que o leitor possa tirar as suas próprias conclusões, interessa desconstruir uma outra grande mentira que tem sido sistematicamente repetida em muitos órgãos de comunicação social sem contraditório o que tem determinado que ela passe, a nível de opinião pública, como verdadeira.
SERÁ VERDADE QUE PORTUGAL FOI OBRIGADO A PEDIR O EMPRÉSTIMO À “TROIKA” PORQUE NÃO TINHA DINHEIRO PARA PAGAR SALÁRIOS E PENSÕES?
Esta é mais uma das grandes mentiras repetidas sistematicamente que não tem qualquer fundamento real, como os dados do quadro 1, retirados do relatório do OE-2013 do próprio Ministério das Finanças, provam.
Em 2011, as receitas dos impostos e contribuições foram superiores às despesas com Pessoal de todas as Administrações Públicas mais as despesas com pensões e outras prestações, incluindo as em espécie, que são as prestadas nomeadamente pelo SNS, em +4.229,6 milhões; em 2012 esse excedente subiu para 4,454,1 milhões e, para 2013, o governo previa que atingisse um excedente de +6.676,2 milhões. Para além das receitas consideradas, as Administrações Públicas têm mais receitas. Por ex. na rubrica de "Outras receitas" foram registadas, em 2012, mais 9.606,2 milhões, segundo o Ministério das Finanças. E tudo isto num período de recessão económica em que se verifica uma forte quebra nas receitas fiscais e contribuições. Afirmar, como fazem alguns comentadores e mesmo jornalistas, que o Estado foi obrigado a pedir um empréstimo à “troika” porque não tinha dinheiro para pagar salários e pensões é ignorância ou mentir descaradamente com o objetivo de manipular a opinião pública, pois os impostos e contribuições pagas todos os anos pelos portugueses são suficientes para pagar aquelas despesas. A razão porque se pediu o empréstimo à troika foi para pagar credores leoninos, que são grandes bancos, companhias de seguros, e fundos muitos deles especulativos e predadores.
A DESPESA DO ESTADO COM AS FUNÇÕES SOCIAIS SERÁ EXCESSIVA E INSUSTENTÁVEL EM PORTUGAL COMO AFIRMAM ESTES DEFENSORES DO PODER DOMINANTE?
Esta é uma questão que tem de ser esclarecida pois também é utilizada para manipular a opinião pública. Os dados do Eurostat constantes do quadro 1, em que é apresentada a despesa total do Estado em percentagem do PIB, permitem comparar a situação portuguesa com a de outros países da União Europeia.
Em 2011, e são os dados mais recentes disponibilizados pelo Eurostat, a despesa total das Administrações Públicas em Portugal representava 49,4% do PIB português, quando a média na União Europeia situava-se entre os 49,1% e 49,5%, portanto igual. E em 2012, segundo o Relatório do Orçamento do Estado para 2013 (pág. 90) do Ministério das Finanças, a despesa pública em Portugal reduziu-se para apenas 45,6% do PIB. E neste valor estão incluídos os juros da divida que atingiram 7.038,9 milhões em 2012 devido a juros leoninos pagos por Portugal. Se deduzirmos aquela percentagem desce para apenas 41,4%. Afirmar ou insinuar, como muitos fazem, que a despesa pública em Portugal é excessiva pois é superior à média dos países da União Europeia é uma mentira. Mas é desta forma que se procura manipular a opinião pública para levá-la a aceitar o ataque violento que está em curso em Portugal ao Estado Social, em que um dos instrumentos é ameaça de mais um corte de 4.000 milhões na despesa pública.
EM PORTUGAL A DESPESA PÚBLICA COM A SAÚDE É INFERIOR À MEDIA DA EU
O ataque ao Serviço Nacional de Saúde tem sido também um dos grandes objetivos destes defensores do poder económico e político com acesso privilegiado aos grandes media. O argumento é que a despesa em Portugal é excessiva e superior à média dos países da União Europeia. Os dados que o Eurostat divulgou, constantes do quadro 2, provam que isso é mentira.
Como mostram os dados do Eurostat, tanto em percentagem do PIB como euros por habitante, aquilo que o Estado gasta em Portugal com a saúde dos portugueses é significativamente inferior não só ao que se verifica nos países mais desenvolvidos da União Europeia, mas também em relação à média comunitária. Em 2011, a despesa pública com a saúde em Portugal correspondeu apenas a 6,8% do PIB quando a média na União Europeia variava entre 7,3% e 7,4% do PIB. E em euros por habitante, a diferença era ainda muito maior. Em 2011, em Portugal o gasto público com a saúde por habitante era apenas de 1.097, quando a média nos países da União Europeia variava entre 1.843 (+68% do que em Portugal) e 2.094 (+91%). E nos países desenvolvidos a despesa por habitante era muito superior à portuguesa (Bélgica: +142%; Dinamarca: +229%; Alemanha: +103%; Irlanda: +142%; França: +131%), embora a diferença de ganhos em saúde entre Portugal e esses países seja reduzida. Em 2012, com cortes nas transferências para o SNS e para os hospitais públicos, aquele valor ainda desceu mais.
A DESPESA COM A PROTEÇÃO SOCIAL EM PORTUGAL É INFERIOR TAMBÉM À MÉDIA DA EU
Uma outra mentira é a de que a despesa com proteção social em Portugal, que inclui as pensões, é superior às dos outros países. O quadro 4, com dados do Eurostat, mostra que não é verdade.
Como mostram os dados do Eurostat, quer se considere em percentagem do PIB, quer em euros por habitante, a despesa pública com a proteção social em Portugal, que inclui as pensões, é inferior quer à dos países mais desenvolvidos europeus quer à média dos países da União Europeia. Em 2011, a despesa pública com a proteção social em Portugal correspondia apenas a 18,1% do PIB quando a média na União Europeia variava entre 19,6% e 20,2% do PIB. E em euros por habitante, a diferença era ainda muito maior. Em Portugal o gasto público com a proteção social por habitante era apenas de 2.910, quando a média nos países da União Europeia variava entre 4.932 (+69% do que em Portugal) e 5.716 (+96%). E nos países desenvolvidos a despesa por habitante era muito superior à portuguesa (Bélgica: +126%; Dinamarca: +274%; Alemanha: +114%; Irlanda: +110%; França: +151%). Fazer cortes significativos nas prestações com a justificação de que as despesas em Portugal são excessivas quando se comparam com outros países da União Europeia é mais uma mentira para enganar a opinião pública.
EM PERCENTAGEM DA DESPESA TOTAL DO ESTADO, A DESPESA COM AS FUNÇÕES SOCIAIS EM PORTUGAL É TAMBÉM INFERIOR À MEDIA DOS PAÍSES DA EU
Por ignorância ou com o objetivo de enganar a opinião pública, Medina Carreira fala de um limite mítico acima do qual o Estado e as funções sociais seriam insustentáveis, e que em Portugal esse limite foi largamente ultrapassado. Observem-se os dados do Eurostat constantes do quadro 5 que mostram que esse limite mítico é também uma mistificação e mentira.
Como revelam os dados do Eurostat, em 2011, 63,4% da despesa do Estado em Portugal era com as funções sociais do Estado, quando a média nos países da União Europeia era de 65,7%. No entanto, na Dinamarca atingia 71,8%, na Alemanha 68,1%, e na França 68,1%, portanto superior e, alguns deles, muito superior. Afirmar como alguns fazem que as funções sociais do Estado apenas são sustentáveis se o Estado gastar com elas muito menos de 60% da sua despesa total revela ou ignorância ou a intenção deliberada de enganar a opinião pública, Será que a Alemanha, a Dinamarca, a França, são Estados inviáveis?
Por outro lado, a legitimidade do próprio Estado assenta fundamentalmente nas suas funções sociais já que elas, através dos seus efeitos redistributivos, reduzem as desigualdades e melhoram de uma forma significativa as condições de vida da esmagadora maioria da população. Querer reduzir significativamente a despesa com as funções sociais terá como consequência inevitável a redução da legitimidade do próprio Estado aos olhos da população e transformará a sociedade numa selva em que só quem tem muito dinheiro terá acesso aos principais bens necessários à vida e a uma vida humana com dignidade.
O que é insustentável e inaceitável é que se esteja a aplicar em Portugal uma politica fortemente recessiva em plena recessão económica, que está a destruir a economia e a sociedade portuguesa de uma forma irreparável, provocando a falência de milhares de empresas e fazendo disparar o desemprego, o que está a causar uma quebra significativa nas receitas dos Estado e da Segurança Social pondo em perigo a sustentabilidade de todas as funções sociais do Estado e do próprio Estado. Mas disto aqueles comentadores com acesso privilegiado aos média não falam nem querem falar. Os cortes sobre cortes na despesa pública não resolvem este problema, apenas agrava ainda mais a recessão económica, agravando ainda mais todos estes problemas. Como dizia Keynes só os imbecis é que não entendem isto.
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