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Tuesday, December 10, 2013

Afinal não houve luto! Houve alegria:

Hoje Joanesburgo na África do Sul é a cidade mundial onde estão os Presidentes da maioria dos países do Mundo. O motivo é o luto que aquela nação cumpre com o seu filho mais conhecido no Mundo. Era bom que não fosse. Mas derivado à idade avançada e aos últimos dias complicados de Nelson Mandela com a sua saúde previa-se este desenlace. Esteve vários dias de coma e os Sul-africanos aperceberam-se que o seu fim estava próximo.
Lutou a maior parte da sua vida pela vida dos seus conterrâneos que tiveram a infeliz sorte de terem nascido de cor diferente da maioria dos decisores do Mundo. E quer queiramos ou não este Mundo sempre teve Hitleres. Seja pela cor da pele, pelos seus ideais, estes seres aberrantes nunca suportaram a diversidade. Ou eram iguais a eles ou desapareciam. Foi o que fez Hitler aos Judeus. 

Não suportava a sua inteligência e habilidade para o negócio. Assim há que persegui-los até os meter a todos nos vários campos de concentração. Só que como em todos os tempos houve e há pessoas imbuídas dos maiores sentimentos humanistas como Aristides Sousa Mendes e outros que com risco de vida valeram a esses infelizes seres. Aristides Sousa Mendes perdeu tudo. Menos a sua dignidade. E o que a história condena - caso, a de Portugal e Salazar - mais tarde essas pessoas tornaram-se heróis aos olhos dos familiares das vítimas e seu povo. E são acarinhados pelo povo mais simples.
Nelson Mandela pôs sempre a sua vida ao serviço dos seus concidadãos de cor. Vinte e sete anos preso é uma eternidade na vida de uma pessoa. Sempre as mesmas pessoas, as mesmas paredes e muros. É de tornar um ser lúcido num louco. Aristides de Sousa Mendes não passou por isso. Mas teve a sua dose. E que dose! Neste dez de Dezembro ao falar do que acontece em Joanesburgo não queria deixar passar em claro o grande feito de um português. Não teve o feito e sofrimento de Nelson Mandela. Mas Aristides de Sousa Mendes defendeu pessoas que não lhe diziam nada. A não ser a parte humana.
Como ia dizendo Joanesburgo está repleto de pessoas a homenagear Nelson Mandela. Na televisão vi Presidentes a discursar sobre a vida e obra de Nelson Mandela. Do nosso nada. Para nosso consolo e da nossa língua lá apareceu a Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, a fazer o elogio em seu nome e do povo brasileiro.
A maioria era anónima, não discursou, mas o seu fervor ia de encontro ao ideal de Nelson Mandela. Como se sabe entrou na cadeia como agitador ao governo da África do Sul e saiu dali passados vinte e sete anos como apaziguador desse governo. Juntou brancos e pretos, cristãos e não cristãos, homens e mulheres. Aqui se vê o erro que certa “humanidade” cometeu perante um homem que apenas queria que o seu povo fosse parte integrante dos problemas da África do Sul.
Uma grande parte do Mundo ignorou-o. Quiseram-no enjaular como se fosse um macaco. Aliás, tratavam-no assim a ele e ao seu povo. Foi como esconder lixo debaixo do tapete. Hoje muitos deles ali apareceram como se nada fosse. Fazem ou fizeram como Pôncio Pilatos. Pediram a pia de água e a toalha e depois de decidirem a sentença lavaram as mãos. Mas as suas consciências devem estar pesadas.
Ao contrário a de Nelson Mandela está leve como a de um passarinho. Por isso perdoou a quem lhe fez bastante mal. É a diferença que há entre os vultos grandes e pequenos. E Nelson Mandela sempre nos habituou a essa grandeza. Pena outros não. 
E… é com estas atitudes que a história se faz. Para depois dizermos: afinal não houve luto! Houve alegria.

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