Ao rebuscar, no Youtube, vídeos de canções de cantores portugueses deparei com a do “Velho” de Mafalda Veiga. Não a conhecia, embora, este vídeo fosse carregado em Março de dois mil e nove. Aqui Mafalda Veiga já adverte a sociedade pelo abandono dos velhos. Fala dos bancos dos jardins.
Mas nos dias de hoje o abandono é em qualquer lugar. Não querem entender a chamada gente grisalha. Gente que tudo deu para os mais novos, os tais que os não querem entender, mas que um dia quando outros lhes fizeram o mesmo vão entender o que quer dizer: “estava um velho sentado no banco do jardim a recordar fragmentos do passado, na telefonia tocava uma velha canção e um jovem cantor falava de solidão”.
Mas nos dias de hoje o abandono é em qualquer lugar. Não querem entender a chamada gente grisalha. Gente que tudo deu para os mais novos, os tais que os não querem entender, mas que um dia quando outros lhes fizeram o mesmo vão entender o que quer dizer: “estava um velho sentado no banco do jardim a recordar fragmentos do passado, na telefonia tocava uma velha canção e um jovem cantor falava de solidão”.
Mafalda Veiga ou quem compôs a letra estava longe de supor que ela ia ser uma realidade portuguesa. Muitos dos que nos governam querem que o caminho dos grisalhos chegue mesmo ao fim. Ninguém quer saber desta classe. São como os descartáveis: usam-se e deita-se fora.
Ainda há dias numa conversa no Parque de Lazer de Freamunde estavam uns quantos reformados e desempregados, ali para passar um pouco de tempo, do pouco que vai rareando da suas vidas e, foi falado do frio que estes meses nos trazem, embora soalheiros, com um vento inóspito à mistura o que torna a permanência ali num martírio. Vão para ali, a maioria, jogar a sueca porque em Freamunde rareiam as tascas e a vida está má para se fazer despesa.
Sabem que existe um lugar próprio para essa - Junta de Freguesia - finalidade mas não dá para muitos que o queiram fazer e têm de se sujeitar às regras impostas por quem ali vela por essa instituição. Sabe-se de antemão que nos jogos de cartas não há silêncio. Se assim fosse ia-se jogar para as igrejas.
Como não, então porque não pensar num lugar onde possa albergar a maioria dos reformados e desempregados que têm esse vício! Refiro-me à parte diurna que a nocturna eles preferem estar em casa. A maioria, claro!
Assim, foi lembrado que um coberto no Parque de Lazer era o essencial. Porque não tirar o mostrengo que está a servir ou serviu de quiosque junto ao antigo campo da bola na Feira e com um arranjo e mais alguns módulos não se transforma num lugar de jogo de cartas! Pensem nisso enquanto há tempo e velhos. Porque depois acaba o tempo e velhos e as eleições vão-se à vida. Porque os mais novos não se importam com elas.
Só assim o alerta de Mafalda Veiga tem razão de ser. Espero que Freamunde não se transforme num banco de jardim, aliás, os poucos que existiam desapareceram, assim como os jardins cada vez piores tratados, para os velhos irem para ali parados e atentos à raiva do silêncio de um relógio partido e gasto pelo tempo. Tempo de espera que a morte os venha buscar.
Instituições de Freamunde que podem fazer algo pelos de cabelo grisalho. Lembrem-se da canção de Mafalda Veiga.
Instituições de Freamunde que podem fazer algo pelos de cabelo grisalho. Lembrem-se da canção de Mafalda Veiga.
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