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Saturday, August 31, 2013

A ler e reler:

Todos os dias dou uma vista de olhos ao que escreve Estrela Serrano. É um prazer. Não se vê jornalistas com a sua independência. Fala do que sabe. Por isso o aconselhamento de visitar o blogue “Vai e Vem” que fiz ligação no meu blogue. Aconselho o uso diário. Uma coisa lhes garanto: não ficam viciados. Ficam melhor informados.

Sei em quem não vou votar:

Estava sentado num banco na antiga Praça do Mercado a pensar na vida, no que ela se tornou, e dizia para os seus botões: não pode ser. Freamunde não merece esta desdita! Era assim que meditava o Rafael da “Bina”. No seu pensamento ainda ia as manhãs em que para ali se deslocava para receber a sombra das árvores e a frescura da água que subia e descia na Fonte Luminosa do Lago ali existente. Que bem lhe sabia! Com a evaporação e o vento das árvores a sua face recebia o salpicar da água como beatas recebem água benta. Estava ali todo prazenteiro. Neste vaivém de pensamentos, que neste momento eram irreais, pois o Lago e a Fonte Luminosa deixaram de ali ter o seu poiso, aproximou-se dele o Quim “Careca” que lhe pediu se podia sentar-se no banco.
- Porque não! Se o banco é público e a missão dele (banco) é dar poiso de quem dele necessita - respondeu Rafael da “Bina”. Aliás, continuou, antes havia vários mas não sei o motivo por que os estão a tirar. Se calhar querem fazer como o governo que está a tirar-nos tudo. Estas pessoas, nas escolas ou nas universidades, só aprenderam o verbo subtrair. Argumentaram que é para dar mais espaço para os divertimentos nas festas Sebastianas. Mas já vai em quase dois meses e não há maneira deles serem novamente colocados.
- Ouvi dizer, aqui entrou Quim “Careca” na conversa - que é com o intuito das pessoas passarem a ir com mais frequência para o Parque de Lazer! Será? É que eu há muito que não venho a Freamunde, embora seja aqui residente, mas como muitos tive de emigrar porque perdi o meu emprego e o subsídio de desemprego não dava para viver. Assim tive de me fazer à vida e ir para França.
- Então há muito que aqui não vem - disse-lhe Rafael da “Bina. Pois melhor que nós dá conta do mal que estão a fazer a Freamunde. Nós todos os dias nos apercebemos do que nos vão tirando. Quem vem de tempo a tempo melhor nota essas transformações.
-Transformações? - Diz Quim “Careca”. Se fosse anomalias vá que não vá! Ou acha que o Centro Cívico ou como lhe queiram chamar está melhor!
- Oh homem de deus não interprete mal as minhas palavras - disse Rafael da “Bina”. E… transformações tanto se pode aplicar para o bem ou para o mal.
- Eu sei, eu sei - respondeu o Quim “Careca”. Mas dá pena ver esta calamidade. Quando se candidatam à Junta de Freguesia prometem o céu e a terra, depois de ali estar, dizem que o dinheiro que o governo dá para as autarquias não chega a nada. Mas pactuam com isso. Não dão um murro na mesa e abandonam o cargo.
- Isso é que era bom - disse Rafael da “Bina”. Ficam com o gosto e não mais querem sair dali. É ver o que acontece com os que já completaram três mandatos! Vão candidatar-se a outras Câmaras ou Juntas de Freguesias. Devia ser como as juntas de bois: um ano ou dois.
- Tirou-me a palavra da boca - disse Quim “Careca”. Em França não se vê nada disso. Os eleitos têm um respeito pelos munícipes (ménages) que você nem julga. Ali anda tudo direitinho. Se assim não for nas próximas eleições não lhe dão o voto.
- Aqui não é assim - argumentou Rafael da “Bina”. Parece que quanto mais me bates mais gosto de ti. Não vê os outdoors. Da maneira que se apresentam parece que não fizeram parte da Junta de Freguesia ou da Câmara Municipal. Aqui basta mudar o candidato e tudo fica bem. Até parece que a culpa foi só do Presidente da Junta de Freguesia.
- É como no futebol quando os resultados não aparecem - contrapôs o Quim “Careca”, basta mudar de treinador. O pior é que os resultados continuam a não aparecer e volta-se a mudar o treinador. Quando se sabe quem devia ser mudado.  
- E, enquanto não se proceder assim tudo continua na mesma - estas palavras foram ditas por Rafael da “Bina”. E pode ficar ciente, porque o digo com toda a franqueza. Sei em quem não vou votar.

Humor fim-de-semana:

Dois jovens alentejanos passeavam pelo campo, quando a Maria parou e perguntou ao João:
- Como é que o cavalo sabe que a égua “o quer”?
Ao que o João responde:
- Pelo cheiro.
A Maria continua a andar e pouco mais à frente pára e pergunta:
- João, como é que o cão sabe que a cadela “o quer”?
João respondeu:
- Pelo cheiro, Maria.
Mais à frente a Maria torna a perguntar:
- João, como é que o touro sabe que a vaca “o quer”?
João responde (já impaciente):
- Maria, já te disse que é pelo cheiro!!!!!!!
Depois de uma curta pausa, Maria pergunta:
- E tu, ó João, és maricas ou tas engripado??!!

Friday, August 30, 2013

Quantas mais mortes serão precisas?

Pedro Santana Lopes deixou o ar condicionado do seu certamente elegante gabinete na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e foi até à Universidade de Verão do PSD falar de incêndios. Na sazonal academia laranjinha, que está para os candidatos a político como o "jamboree" para os escuteiros, Santana exibiu as suas credenciais de ex-autarca para pedir a responsabilização dos atuais presidentes de Câmara na prevenção dos fogos florestais. Santana Lopes tem meia razão. Diz que há leis e planos "que cheguem". Pragmático como sempre, o antigo primeiro-ministro considera que "só falta dizer quem manda". E, para ele, quem deve mandar são os que estão "junto da terra". A ideia não é nova. Miguel Cadilhe, no seu "Sobre o peso do Estado em Portugal", defende igualmente a entrega de "mais meios e atribuições" ao poder local porque a sua proximidade, garante, ajuda no "conhecimento do desmazelo e dos desmazelados" da propriedade.
Até aqui, tudo muito certo. Mas Santana parece não viver neste país quando preconiza que sejam as autarquias, só por si, a "obrigar as pessoas às limpezas das matas". Na verdade, todos conhecemos o grau de desertificação do nosso interior e Santana Lopes é obrigado a saber também que parte considerável da propriedade florestal ao abandono pertence ao Estado. A proposta, certamente bem intencionada, de reforçar os poderes municipais para prevenir os fogos não pode iludir as responsabilidades do poder em Lisboa nas políticas integradas que tanto fazem falta às nossas florestas. Para já não falar das outras políticas que ajudam ao êxodo para o litoral.
Talvez fosse mais eficaz, como considera Cadilhe, que a defesa das matas assentasse num princípio simples: "Quem é"pequeno e cuida, tem prémio. Quem é grande e cuida, tem regime normal. Quem não cuida, seja grande ou pequeno, tem castigo, maior no grande do que no pequeno". O Estado seria, naturalmente, tratado como um grande proprietário.
Estes contributos surgem em mais um dia dramático para os bombeiros portugueses. No Caramulo, voltou a morrer uma bombeira. Cátia Pereira Dias tinha 21 anos e não vai poder concretizar o sonho escrito na sua página no Facebook de formar uma equipa de futebol feminino para "mostrar a esses homens" que as mulheres também são capazes. Que os homens que nos governam sejam capazes de fazer o que tem de ser feito para que mortes prematuras, como as que ocorreram nos fogos florestais deste ano, não se repitam.
P.S.: Foram precisas cinco mortes para Cavaco Silva mudar de opinião e Pedro Passos Coelho ir ao terreno. Antes, o presidente justificou o seu silêncio público para com os bombeiros mortos com a "discrição e a seriedade que a situação humanitária reclama". Ontem, num comunicado dominado pela cronologia exaustiva dos falecidos e feridos no flagelo deste verão, Cavaco considerou que "todas estas dramáticas situações humanas merecem o nosso profundo respeito e pesar". Há declarações públicas que mais vale serem ditas tarde do que nunca. Mesmo quando se tem de dar o dito pelo não dito.

Nacos de vida. Poesia de Rodela:

O meu fado

Revoltado como eu,
o fado que eu vou cantar
é o retrato do meu
que nele vos vou mostrar.

Sou um poeta sem nome
que faço versos ao quilo
e bem morria de fome,
a contar com este asilo.

A versejar, deixo escrito
o que devia ter dito,
certamente noutra hora.

Mas a razão tem razões 
que em certas ocasiões
não se deitam cá p´ra fora.

Thursday, August 29, 2013

Movem-se Partidos e Individualidades:

O caso não é para menos. Ocupam-se os lugares mais estratégicos à procura de uma boa publicidade. Como se isso fosse a loção mágica para as promessas prometidas e não cumpridas. Há novos candidatos para lavar a “cara”. Mas não vale a pena porque o povo é sereno. Esquecem-se facilmente e convencem-se que agora é que vai ser a sério.
Os outdoors expostos trazem fotografias com candidatas/os sorridentes e com promessas que mais tarde se tornam surrealistas. Mas enquanto isso o que é preciso é iludir o meliante que o militante há muito que sabe que é utopia porque a conjuntura se tornou adversa.
O outro governo que já saiu há quase três anos ainda serve para bode expiatório. Se não fosse ele Freamunde estava melhor:
A Casa da Música concluída. A piscina não era um pavilhão que mais parece onde está instalada a SUMA e as Festas Sebastianas. Ao contrário de outra.
As obras no centro cívico de Freamunde estavam concluídas ou não se tinham alagado porque havia dinheiro para a sua manutenção.
O Sport Clube de Freamunde não tinha descido porque os subsídios da Câmara Municipal tinham chegado a tempo e horas.
O impasse para arranjar Direcção não existia. Era logo à primeira. A Capital do Móvel não tinha entrado em dificuldades e podia dar o patrocínio da publicidade que era usual ao Sport Clube de Freamunde.
Os buracos existentes nas várias artérias de Freamunde estavam todos tapados.
O Parque de Lazer bem conservado - como outro perto de nós. Não se via o lixo como há dias verifiquei quando ali me desloquei. A erva que ali existia, cada vez é menos, o que leva os seus visitantes irem munidos com uma manta para se sentarem e assim não se sujarem com o pó da terra. Assim, nem relva nem ervas.
As silvas e mato que em certos passeios das artérias é uma constante. O que faz com que os seus utilizadores se desviem, mesmo com carros de bebé, para a estrada, para não serem picados. Qualquer dia não são picados mas atropelados.
A relva nos canteiros, pertença da Junta de Freguesia, a ficar à cor de um clube do concelho: amarela.
Os baloiços das crianças que estavam colocados em frente à antiga loja do senhor “Armandinho” Oliveira, há tempos retirados e nunca mais colocados. Parece que o intuito é tirar as poucas crianças que ali se deslocavam para o Parque de Lazer.
Isto tudo que relato é culpa do anterior governo. Se não fosse o sacana do José Sócrates tudo resplandecia e Freamunde era um oásis.
Não era preciso mudar de candidato a Presidente da Junta de Freguesia e uns tantos vereadores.
A Assembleia de Freguesia reunia uma vez por mês com os munícipes a dar a sua opinião e quando não houvesse consenso de quinze em quinze dias.
Quase que não era preciso haver eleições porque o povo estava contente com a vereação que Deus lhe deu.
E… assim não tínhamos esta chatice de ver os lugares escavacados com outdoors de fotos de pessoas todas sorridentes com trabalho prometido e prestado.
Mas se assim fosse do que devíamos falar! Também não podíamos dizer: “Movem-se Partidos e Individualidades”.

Morrer em vão:

No distante dia 27 de Abril de 1971 subia à tribuna da Assembleia Nacional um deputado de 44 anos, integrado na chamada Ala Liberal da Primavera marcelista, de seu nome José Correia da Cunha. Licenciado em Agronomia (1949) e Geografia (1963), colaborador de Orlando Ribeiro, Correia da Cunha não saberia que ao ler o seu discurso intitulado "O Ordenamento do Território, Base de uma Política de Desenvolvimento Económico e Social", estava a inaugurar a política pública de ambiente, tentando transformar Portugal num país mais civilizado. Recordo Correia da Cunha, felizmente ainda entre nós, como homenagem aos corajosos bombeiros caídos na luta contra os incêndios que atingem o país. Como visionário e homem de acção, Correia da Cunha sabia que Portugal iria ficar desequilibrado demograficamente nas décadas seguintes. Milhões de portugueses sairiam das zonas rurais em direcção ao litoral. Era de interesse nacional ordenar o território, proteger a paisagem, a capacidade produtiva dos solos, preservar o capital natural para as gerações futuras. Nada disso aconteceu. Os interesses particulares prevaleceram sobre o interesse geral. Os incêndios que devastaram 426 000 e 256 000 hectares, respectivamente, em 2003 e 2005, fazendo de Portugal o campeão europeu de áreas ardidas, são o sinal de um país doente. Um país que ao fugir das chamas foge de si próprio. Uma das causas principais reside no desordenamento florestal. As reportagens televisivas mostram-nos, sistematicamente, bombeiros e populações cercados por eucaliptos em chamas. Chegado a Portugal em 1829, esta espécie exótica ocupa agora 26% do espaço florestal, e é o grande combustível dos incêndios florestais. Quando vejo ministros, com ar pesaroso, lamentarem a morte dos bombeiros, apetece-me perguntar-lhes: "Onde estavam os senhores no dia 19 de Julho de 2013?". Nesse dia foi aprovado, em Conselho de Ministros, o ignóbil Decreto-Lei n.º96/2013, que, debaixo da habitual linguagem tabeliónica usada para disfarce, estimula ainda mais a expansão caótica da plantação de eucaliptos, aumentando o risco de incêndio, e fazendo dos bombeiros vítimas duma política de terra queimada ao serviço dos poderosos.
Viriato Soromenho Marques 

Wednesday, August 28, 2013

As várias fases sexuais na vida do homem:


Canção do mar:

As russas Elmira Kalimullina e Pelageya arrasaram num programa televisivo do seu país, com uma interpretação fenomenal do tema português “Canção do Mar”, da versão de 1993 do álbum “Lágrimas” da Dulce Pontes.
O tema foi cantado inicialmente em português e por fim em russo e tártaro.

Manda quem pode, obedece quem precisa:

Os tempos eram difíceis. Um emprego não se conseguia com facilidade. Assim acontecia ao João da “Quelha”. Depois do último, foi despedido por não concordar com o corte no vencimento mensal, ganhava seiscentos euros, o patrão como birra por ele não se dispor a dar umas horas extraordinárias, reduziu-lhe o ordenado. Tanto valeu dizer que tinha de ir a assistir a uma missa de sétimo dia por um amigo seu, que pôs termo à vida, como nada. O patrão não aceitou a explicação e cortou-lhe o vencimento. Dos seiscentos euros que auferia, passou para o ordenado mínimo nacional: quatrocentos e oitenta e cinco. O corte de vencimento era grande. Mais a mais sabia que o motivo não foi esse.
O não comungar com a ideologia política do Quim “Faz tudo”, seu patrão, deu no que deu. Assim disse que não aceitava. Sabia de antemão que o seu patrão tinha a faca e o queijo na mão. O ganhar seiscentos euros mensais e assinar como recebia quatrocentos e oitenta e cinco foi o que estragou tudo, disseram-lhe quando se foi queixar ao sindicato. Agora compreendia as críticas que João Ambrósio, seu colega desde sempre, lhe dirigia por aceitar receber um ordenado e assinar como recebia outro. Dava-lhe o exemplo de que assim estava a prejudicar a Segurança Social e ao prejudicar esta, prejudicava muitos seus associados e a si um dia na reforma. Dizia que um dia mais tarde, quando estivesse próximo da reforma, acertava isso.
O que é certo resolveu despedir-se sem cumprir com as formalidades para com o seu patrão. Este, como acto de vingança, não lhe passou a justificação para beneficiar do subsídio de desemprego.
Que havia de fazer à vida! À mulher no mês anterior acabou o subsídio de desemprego. À filha que tinha passado de ano tinha-lhe de comprar uma catrefada de livros escolares que o novo ano lectivo começava em meados de Setembro. O que fazer?
O João Ambrósio, seu amigo inseparável, disse-lhe que ia mover a sua influência e pedir a um amigo que lhe devia uns favores para pedir ao Presidente da Câmara a colocação num qualquer serviço da Câmara. E, assim aconteceu. Só que João da “Quelha” que até essa data se dizia independente e senhor do seu” nariz” viu que com esta situação tinha que dizer adeus à sua independência. Mas o que havia de fazer!
Não queria que um outro seu amigo viesse a ser despedido por ter de ir à missa de sétimo dia. Não queria que em casa começasse a mingar ainda mais do que já mingava no que diz respeito aos bens alimentícios. Queria que a sua filha continuasse com os estudos porque agora compreendia a falta que lhe faz o décimo segundo ano. Sabia que ia ser convidado para fazer parte da lista para a Junta de Freguesia nas eleições que iam decorrer no dia vinte e nove de Setembro.
Nunca teve simpatias por aquele partido, embora se desse bem com quem concorria para Presidente da Câmara e da Junta de Freguesia da sua terra. Tanto condenou outras pessoas por serem um vira casacas. E… agora estava num dilema igual.
Mas tinha de resolver a situação, dizia-lhe João Ambrósio. O tempo urze e não falta quem queira a ocupação que te está reservada. Pensou para si. Não tenho alternativa. Sei que vou ser censurado pelos meus amigos. A forma de me vingar é aceitar mas no dia das eleições não votar na sua lista. Desabafou assim com o Quim “Tramela” a quem confiava muitas confidências. Podes e deves fazer isso mas ninguém acredita e te dá crédito, disse-lhe o Quim “Tramela”. Mas é onde me posso vingar, disse João da “Quelha”. Sabes que infelizmente estamos num tempo em que “manda quem pode e obedece quem precisa”. Olha que não, olha que não. Rematou Quim “Tramela”.  

Tuesday, August 27, 2013

Se têm casa à venda e querem adquirir outra não vendam, permutem. Aprendam como.
No dia 9 de Julho de 1998, a notária Maria do Carmo Santos deslocou-se ao escritório de Fernando Fantasia, na empresa industrial Sapec, Rua Vítor Cordon, em Lisboa, para proceder a uma escritura especial.
O casal Cavaco Silva entregava a sua casa de férias em Montechoro, Albufeira, e recebia em troca da Constralmada - Sociedade de Construções Lda. uma nova moradia no mesmo concelho.
Ambas foram avaliadas pelas partes no mesmo valor: 135 mil euros. Este tipo de permutas, entre imóveis do mesmo valor está isento do pagamento de sisa, o imposto que antecedeu o IMI, e vigorava à época.
Mas a escritura refere, na página 3, que Cavaco Silva recebe um "lote de terreno para construção", omitindo que a vivenda Gaivota Azul, no lote 18 da Urbanização da Coelha, já se encontrava em construção há cerca de nove meses.
Segundo o "livro de obras" que faz parte do registo da Câmara Municipal de Albufeira, as obras iniciaram-se em 10 de Outubro do ano anterior à escritura, em 1997. Tal como confirma Fernando Fantasia, presente na escritura, e dono da Opi 92, que detinha 33% do capital da Constralmada, o qual afirmou, na quinta-feira, 20, à VISÃO que o negócio escriturado incluía a vivenda."A casa estava incluída, com certeza. Não há duas escrituras. "Fantasia diz que a escritura devia referir "prédio”, mas não é isso que ficou no documento que pode ser consultado no cartório notarial de António José Alves Soares, em Lisboa, e que o site da revista Sábado.Ou seja, não houve lugar a qualquer pagamento suplementar, por parte de Cavaco Silva à Constralmada .A vivenda Mariani, mais pequena, e que na altura tinha mais de 20 anos, foi avaliada pelo mesmo preço da Gaivota Azul, com uma área superior (mais cerca de 500 metros quadrados), nova, e localizada em frente ao mar.
Fernando Fantasia, para justificar a avaliação feita, refere que Montechoro "é a zona cara" de Albufeira e que a Coelha era, na altura, "uma zona deserta". A Constralmada fechou portas em 2004.
Fernando Fantasia não sabe o que aconteceu à contabilidade da empresa. O empresário, amigo de infância e membro da Comissão de Honra da recandidatura presidencial de Cavaco Silva, não se recorda se houve "acerto de contas" entre o proprietário e a construtora. "Quem é que se lembra disso agora? A única pessoa que podia lembrar-se era o senhor Manuel Afonso [gerente da Constralmada), que já morreu, coitado...". No momento da escritura, Manuel Afonso não estava presente.
A representar a sociedade estavam Martinho Ribeiro da Silva e Manuel Martins Parra. Este último, já não pertencia à Constralmada desde 1996, data em que renunciou ao cargo de gerente.Parra era, de facto, administrador da Opi 92. Outro interveniente deste processo é o arquitecto Olavo Dias, contratado para projectar a casa de Cavaco Silva nove meses antes de este ser proprietário do lote 18. Olavo Dias é familiar do Presidente da República, por afinidade, e deu andamento ao projecto cujo alvará de construção foi aprovado no dia 22 de Setembro de 1997.
A "habitação com piscina" que ocupa "620,70 m2" num terreno de mais de1800, é composta por três pisos, e acabou de ser construída, segundo os registos da Câmara a 6 de Agosto de 1999. A única intervenção de Cavaco Silva nas obras deu-se poucos dias antes da conclusão, a 21 de Julho de 1999, quando requereu a prorrogação do prazo das obras (cujo prazo caducara em 25 de Junho).
A família Cavaco Silva ocupa, então, a moradia, em Agosto. A licença de utilização seria passada quatro meses depois, a 3 de Dezembro, pelo vereador (actual edil de Albufeira, do PSD) Desidério Silva, desrespeitando, segundo revela hoje a edição do Público, um embargo camarário à obra, decretado em Dezembro de 1997, e nunca levantado.
A VISÃO não conseguiu obter nenhum comentário do Presidente da República.
Permutas…Aprendam que ele não dura sempre.
Barra da Costa

Este querido mês de Agosto:

Que está perto de nos deixar, trouxe calor quanto baste e, incêndios que são demais. Por todo o lado só se ouve sirenes dos quartéis de bombeiros a chamá-los para nova missão. Ei-los a apresentarem-se mesmo sabendo que é para mais um incêndio que deflagrou no monte. Passam carros nos centros das localidades com os pirilampos acesos e as sirenes a tocar. Noutros tempos os curiosos ainda perguntavam onde era o incêndio. Hoje tudo é banal. Sabe-se que é mais um num monte ou serra qualquer.
Há uns três anos a comunicação social perguntava qual o motivo por que José Sócrates não interrompia as suas férias no Quénia para vir inteirar-se da situação. Os incêndios naquela época eram mais importantes. Morriam bombeiros como soldados numa guerra. Por isso o perguntar qual o motivo da sua ausência.
Hoje nem uma palavra a perguntar por onde anda Passos Coelho. O País arde, os bombeiros morrem e não há uma palavra de conforto para as corporações de bombeiros, quando muito, a dizer que o País está com eles e, nem aos familiares os sentidos pêsames.
Eu sei que os bombeiros hoje são carne para assador como os militares antigamente eram carne para canhão. Na primeira situação estava-se numa ditadura. Na segunda será que é uma “dura dita”! Se não é parece que sim.
Temos um Presidente da República que não sabe valorizar o trabalho voluntário. Valoriza mais as seitas que as corporações. Para ele interessa-lhe mais os António Borges. 
Por isso os artigos de opinião de alguns jornalistas a mimoseá-lo e a remessa de comentários na sua página do Facebook a criticar a sua acção. Será que ele se importa? Acho que não! Mas os portugueses aos ingratos respondem-lhe com a ingratidão.       

Monday, August 26, 2013

A grande fraude
Os dados recentemente divulgados pelo Banco de Portugal sobre a dívida pública revelam que esta entrou numa espiral, aparentemente, incontrolável. Com efeito, no final do primeiro semestre deste ano a dívida ultrapassou o nível recorde de 214 500 000 de euros (duzentos e catorze mil e quinhentos milhões de euros), o que corresponde a 131,4% do nosso PIB (produto interno bruto). Sublinhe-se que em dezembro de 2012 o total da dívida correspondia a 123,8% do PIB e que em março já era superior a 127%.
De salientar ainda que esse agravamento aumentou de forma incomportável para um país como Portugal - pobre e sujeito a medidas de austeridade que tornam ainda mais insustentável e incompreensível esse progressivo endividamento. Só nos primeiros seis meses de 2013 a dívida pública cresceu a um ritmo superior a 67 milhões de euros por dia, ou seja, por cada dia que passou acrescentou-se mais de 67 milhões de euros ao seu total acumulado, enquanto em 2012 o agravamento era de 53,6 milhões de euros por dia. Esta situação revela que, no mínimo, são levianas as promessas de superação da crise que têm sido feitas aos portugueses pelos atuais governantes e por alguns dos seus seguidores. Por isso, torna-se inevitável a pergunta: a dívida pública teria crescido tanto, em relação ao PIB, se tivesse sido adotada uma política diferente da que foi seguida pelo Governo do PSD e do CDS, ou seja, uma política de expansão da economia, com forte investimento público e sem empobrecimento deliberado da classe média? Sejamos ainda mais incisivos: este aumento da dívida pública ocorreu apesar das medidas de austeridade ou, justamente, por causa das medidas de austeridade? É óbvio que as respostas a estas perguntas dificilmente se conterão nos parâmetros de rigor próprios da ciência económica e financeira e, facilmente, resvalarão para o terreno movediço da mentira e da demagogia políticas. Mas nem por isso deixa de ser pertinente (quase diria premente) perguntar: como é possível este progressivo endividamento do país quando todo o discurso público do Governo (e dos partidos que o constituem) nos garantia que os sacrifícios impostos ao povo português, sobretudo aos mais desfavorecidos, seriam a única via para nos libertarmos dos grilhões asfixiantes da própria dívida?
O grande responsável pela política financeira do Governo era o anterior ministro das Finanças, Vítor Gaspar, que bateu estrondosamente com a porta cansado que estava de esperar que o substituíssem na nave de loucos em que se transformara o Governo. E o que nos deixa perplexos nem é tanto a forma espalhafatosa como ele abandonou o Executivo, divulgando ao país a carta de demissão que acabava de enviar ao primeiro-ministro. O que verdadeiramente espanta é que ele tenha saído sozinho como se mais ninguém tivesse a ver com a política de austeridade do Governo. Por isso, novas interrogações se nos deparam: se a política seguida pelo Governo era correta e estava em vias de dar os seus benfazejos resultados, por que é que o seu principal responsável não esperou para colher ele próprio os bons frutos dos sacrifícios que impusera ao povo português? Por que é que, estando em vias de alcançar os tão desejados leite e mel da sua árdua caminhada ele desertou, precisamente quando as trombetas do próprio Governo já anunciavam que a terra prometida estava à vista? Algo está muito mal contado nesta história. Ou estamos perante um homem que foge do seu próprio triunfo ou então perante uma gigantesca fraude política como não há memória na história da República.
O mais certo é estarmos perante uma burla continuada ao povo português que, entre outros efeitos, conduziu à entronização do setor mais aventureiro e oportunista do próprio bloco do poder. Uma coisa é certa: a saída do antigo ministro das Finanças possibilitou a ascensão de pessoas pouco recomendáveis devido aos escândalos em que estão envolvidos. Algumas delas têm (senão as mãos, pelo menos) as reputações manchadas pela suspeita de recebimento de luvas em aquisições de equipamentos para o Estado, por swaps fraudulentos em empresas públicas e pela fuligem de negociatas leoninas com o BPN.

Sunday, August 25, 2013

A crítica:

Hoje a Internet através dos jornais dá-nos notícias para todos os gostos. Recorda-nos o incêndio do Chiado em Lisboa, faz hoje vinte e cinco anos, noticia a morte de António Borges, onde há vários comentários a regozijar-se com a sua morte, outros a condenar esses comentários. Não sei se é o calor que se faz sentir que lhes sobe à cabeça. Os portugueses são os oito e os oitenta. Nascemos assim e assim havemos de morrer.
Se se critica algo há alguém que vem censurar. Não compreendem que a crítica é o maior dom que se alcançou com o vinte e cinco de Abril. Quem não gosta da crítica deve pautar para não dar azo a que ela exista.
Quando se crítica, que é o meu caso, não critico a individualidade mas sim a sua função. Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele. Se a resposta à crítica viesse a quem ela é dirigida ainda se compreendia. Agora por quem não tem responsabilidades entendo que são dores de barriga ou quer ver quem tem ideias contrárias a estar calado. Como os portugueses usam nos seus adágios: come e cala-te.
Mas não estamos nesse tempo. E, se querem que não ajam críticas façam pelos munícipes o que se comprometeram a fazer. Ou querem que sejamos iguais aos alunos de uma turma que o professor quis ver a sua reacção no primeiro dia de aula. Passo a explicar:
“Primeiro dia de aula, o professor de 'Introdução ao Direito' entrou na sala e a primeira coisa que fez foi perguntar o nome a um aluno que estava sentado na primeira fila:
- Qual é o seu nome?
- Chamo-me Nelson, Senhor.
- Saia de minha aula e não volte nunca mais! - Gritou o desagradável professor.
Nelson estava desconcertado. Quando voltou a si, levantou-se rapidamente, recolheu suas coisas e saiu da sala.
Todos estavam assustados e indignados, porém ninguém falou nada.
- Agora sim! Vamos começar. Para que servem as leis? Perguntou o professor.
 Seguiam assustados ainda os alunos, porém pouco a pouco começaram a responder à pergunta:
- Para que haja uma ordem em nossa sociedade.
- Não! - Respondia o professor.
- Para cumpri-las.
- Não!
- Para que as pessoas paguem por seus actos.
- Não! Será que ninguém sabe responder a esta pergunta?!
- Para que haja justiça - falou timidamente uma garota.
- Até que enfim! É isso, para que haja justiça.
E agora, para que serve a justiça?
Todos começaram a ficar incomodados pela atitude tão grosseira.
Porém, seguiam respondendo:
- Para salvaguardar os direitos humanos...
- Bem, que mais? - Perguntava o professor.
- Para diferençar o certo do errado, para premiar a quem faz o bem...
- Ok, não está mal porém respondam a esta pergunta:
"Agi correctamente ao expulsar Nelson da sala de aula?"
Todos ficaram calados, ninguém respondia.
- Quero uma resposta decidida e unânime!
- Não! - Responderam todos a uma só voz.
- Poderia dizer-se que cometi uma injustiça?
- Sim!
- E por que ninguém fez nada a respeito? Para que queremos leis e regras se não dispomos da vontade necessária para praticá-las? Cada um de vocês tem a obrigação de reclamar quando presenciar uma injustiça. Todos. Não voltem a ficar calados, nunca mais!
Depois de uma breve pausa, continuou:
Alguém vá buscar o Nelson. Afinal, ele é o professor, eu sou aluno de outro período.
Aprenda: Quando não defendemos nossos direitos, perdemos a dignidade e a dignidade não se negoceia.”
Se é assim que querem que eu me comporte desenganem-se. Enquanto vir promessas não cumpridas vou aqui reclamá-las. Sejam elas praticadas por A ou B porque o que me interessa é o progresso de Freamunde. E, quanto a isso vamos de mal a pior. Só quem não dá por isso ou é cego ou como a coruja.      

Saturday, August 24, 2013

Já se nota por todas as localidades e Freamunde não é excepção. Os outdoors já abundam pelo centro da cidade e daqui para a frente é ver o que consegue melhor lugar. Como se isso fosse a principal circunstância para receber mais votos. O que acho é que todos deviam primar pelos lugares públicos. Não é em qualquer lugar colocar os referidos outdoors.
Há dias os jovens que pertencem à organização “Putrica” (Propostas Urbanas Temporárias de Reabilitação e Intervenção Cultural e Artística) para exporem as suas pinturas fizeram um pedido público e particular aos donos ou responsáveis por esse espaço. Sabe-se que fizeram um belo trabalho, quanto a mim, que serviu para esconder as anomalias em vários prédios devolutos. Quando assim acontece é de louvar estes eventos. Não prejudicaram nem foram postos e expostos ao deus dará como diz o povo.
Sabe-se que os partidos ou independentes que concorram às eleições autárquicas não precisam de autorização porque a lei já o confere. Também a lei não diz quais os locais. Deixa à consideração de cada um a urbanidade.
Com isto quero dizer que devia ponderar o bom senso sobre o espaço a ocupar para não obstruir ou desfeitear esse mesmo espaço. Sabe-se que aparece um ou outro partido a não respeitar o que a todos pertence mas o que mais deixa a desejar é que quem devia de dar o exemplo seja o primeiro a desrespeitá-lo.
A colocação do outdoor “Juntos. Conseguimos” junto ao anfiteatro no centro da cidade, para mim, é de uma péssima escolha e um abuso de confiança pelo bem público. Não faltam lugares no centro da cidade para esse fim. Se fosse outra força política a ter a atitude da - "Juntos. Conseguimos" - já estava a ser alvo de críticas e intimação para o retirar.
Para exemplo exponho os outdoors até à data no centro da cidade e deixo à consideração dos Freamundenses para ver quem respeita o bem público. 

Humor fim-de-semana:

Zulmira era moça do campo e um dia foi convidada para um baile.
Lá arranjou um vestido, mas faltavam as cuecas. Então pensou e teve uma ideia....
Foi ao armazém e, de um saco de serapilheira lá fez umas cuecas.
E toda contente entrou no autocarro em direcção ao baile.
Sentou-se de perna aberta deixando um homem que ia em frente a olhar embasbacado.
E ela: - Ai o carago! Oiça lá....nunca viu umas cuecas?
-Ver já vi... mas a dizer " ração para porcos", é que não!

Abortos intelectuais:

O assunto não faz parte da agenda nem da ordem do dia e, tão pouco, ocupa lugar nas preocupações dos portugueses. O desemprego que cresce descontrolado, a economia que não avança, os novos cortes nas pensões e nos salários que aí vêm, a degradação de serviços públicos essenciais como sejam o Serviço Nacional de Saúde ou a escola pública, a falta de dinheiro para pôr comida na mesa é, natural e legitimamente, o que aflige milhões de cidadãos que, porque pobrezinhos, nem sequer se podem dar ao luxo de sonhar com um fim de semana na Comporta para brincar aos ricos. E nem os mais recentes indicadores económicos, inegavelmente positivos, abafam esta realidade.

Mas há sempre quem seja capaz de surpreender pela desonestidade e ausência de noção do sentido de oportunidade. Nas páginas do Público de ontem, o padre Gonçalo Portocarrero de Almada, ou melhor, D. Gonçalo Nuno Ary Portocarrero de Almada, 4.º visconde de Macieira e sacerdote secular da prelatura do Opus Dei, dedica-se a um exercício, lamentável e chocante, de falta de ética e de honestidade intelectual mas, também, de cobardia. Que, à luz dos princípios da sagrada Igreja Católica, deveria ser classificado como pecado.
Vamos por partes. O dito presbítero decide, de pleno direito, escrever sobre esse assunto premente nos dias de hoje que é a interrupção voluntária da gravidez. Para tal, socorre-se da tese de licenciatura de Álvaro Cunhal "O Aborto, Causas e Soluções", defendida em 1940 em circunstâncias históricas que são conhecidas e me dispenso agora de recordar. A dado passo, o padre Gonçalo cita o referido trabalho - "o aborto é um mal. Nisto estão de acordo todos os escritores" -, para extrair desta afirmação de princípio a conclusão de que "sendo o aborto um mal, para Cunhal e, segundo ele, para "todos os escritores" que sobre este tema se pronunciaram, não faz portanto sentido defender um pretenso direito ao aborto, porque não há nenhum direito ao mal". Mais adiante, e talvez por ter nascido em Haia, ter estudado em Madrid e em Roma e nunca ter tido o azar de viver em Portugal durante a ditadura, o padre Portucarrero enaltece, de forma despudorada, o facto de no Estado Novo haver até "alguma liberdade de opinião e de expressão nos meios universitários", porque até se permitia a um aluno finalista de Direito, estando preso por ser comunista, a defesa de uma tese em que se faz a apologia do sistema soviético.
Gonçalo Portocarrero sabe que eu sei que ele sabe que nenhuma mulher aborta de ânimo leve ou porque sim. Sabe que, apesar do folclore, tantas vezes pernicioso a um lado e a outro das barricadas morais, ninguém defende o aborto livre do tipo "a barriga é minha" ou "em cada mulher uma abortadeira". O que se pretende e pretendeu, sem prejuízo do inalienável direito à vida, é acabar com uma prática sucedânea da santa inquisição em que, como aconteceu nos julgamentos da Maia em 2002 ou de Aveiro em 2004, as mulheres sejam humilhadas e devassadas em público. Isto já para não falar daquelas, demasiadas, que morreram por serem forçadas a recorrer ao vão de escada. E isso é, a par de outros, um avanço civilizacional que não tem preço. O exercício do sacerdote é pois ética e intelectualmente desonesto porque, na melhor prática estalinista, deturpa e reescreve as palavras de Álvaro Cunhal e ignora deliberadamente a verdade factual de quem defendeu a despenalização da interrupção voluntária da gravidez. Mas é também um ato de cobardia. Ao descontextualizar as palavras do antigo líder comunista, redigidas há mais de 70 anos, Gonçalo Portocarrero sabe que não será contraditado simplesmente porque o autor já cá não está para se defender e repor a verdade.
NUNO SARAIVA
Hoje no DN

Friday, August 23, 2013

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce:

Ainda dizem que as eleições não trazem progresso à urbe. Quem como eu esperou quatro anos para ver o centro cívico de Freamunde diferente - não falo de destruir, mas sim, obra feita - concordará comigo que a que apareceu hoje junto ao anfiteatro é de uma beleza estonteante e forte recurso monetário. Haja vontade que a obra aparece. No sítio em que está, entendo que foi bem pensado, porque confronta com a célebre obra, que é o quiosque dos jornais, ali próximo.
Assim Freamunde cresce e floresce. Não consta que Freamunde seja uma terra de engenheiros, arquitectos há muitos, por isso proponho uma estátua ao inventor desta última obra. De certeza que o diploma é igual ao do Miguel Relvas. É por estas e outras que as localidades do concelho de Paços de Ferreira nos invejam e dizem que em Freamunde as obras são concluídas enquanto o diabo esfrega um olho.
Estou de acordo. Obras destas devem ser feitas no coração de uma qualquer terra. Para isso tem de se ser um iluminado. E, Freamunde, têm-nos aos montes. Não sei quando vai ser a inauguração mas os Freamundenses deviam estar presente. Para que um dia os anais da nossa história dêem conhecimento deste facto.

O euromilhões sai sempre ao mesmo:

A Alemanha tem todo o interesse em manter a zona euro em lume brando
"Um deputado social-democrata alemão, Joachim Poss, perguntou ao Ministério das Finanças local quanto a Alemanha tinha lucrado com a crise do euro. A resposta do ministério liderado por Wolfgang Schäuble é objectiva: todas as hesitações sobre o euro e o afundamento dos países do Sul permitiram à Alemanha arrecadar 41 mil milhões de euros. O ganho veio de uma forma simples: enquanto os juros da dívida disparavam nos países em perigo, os investidores refugiavam-se na velha Alemanha, a economia mais forte e sólida da zona euro. Em muitas ocasiões, a Alemanha conseguiu vender dívida a juros negativos – ou seja, os investidores pagavam à Alemanha para os deixar investir as suas poupanças nos cofres seguros de Berlim. Afinal, desmentindo toda a propaganda sobre os custos para o contribuinte alemão com a “ajuda” aos países em dificuldades – propaganda não só veiculada na Alemanha como, qual síndrome de Estocolmo, absorvida pelos representantes da europaranóia dominante em cada país europeu, incluindo o nosso – a crise do euro ajudou a Alemanha a encher os cofres. Foi uma espécie de euromilhões em que o jackpot saiu sistematicamente ao mesmo apostador. A crise do euro afinal só custou à Alemanha 599 milhões de euros e o país de Merkel desistiu de se endividar mais 73 mil milhões de euros, como tinha inicialmente previsto o Ministério das Finanças.
Enquanto isto, a dívida pública portuguesa conseguiu ontem novo recorde: chegou aos 130% do PIB, mais uma vez acima do esperado pelos técnicos que elaboraram o fantástico plano que iria acabar com os nossos problemas de endividamento excessivo. A sétima avaliação da troika previa que a dívida pública não iria exceder os 122,9% no fim de 2013.
É por isso natural que a Alemanha tenha todo o interesse em manter a zona euro em lume brando e nem se importe de anunciar em plena campanha eleitoral o terceiro resgate à Grécia, declaração que indignou os gregos mas que, como disse Angela Merkel, toda a gente já sabia que ia acontecer. O pior que podia acontecer à Alemanha em campanha seria uma rebelião dos países do Sul contra as políticas europeias ditadas em Berlim – e o risco do fim do euro, que acabava com a alegria alemã num ápice. Mas o Sul encontra-se apático, venerador, obrigado, exausto, e vive como os ingleses no tempo do Blitz: acorda todos os dias sem saber se lhe cai uma bomba em casa à noite. Pôr em causa o euro é a única atitude politicamente sensata."
Ana Sá Lopes no jornal i

Nacos de vida. Poesia de Rodela:

Um sonho adormecido

No regaço da minha mãe sonhei
um dos sonhos mais lindos deste mundo
enterrei a caridade no fundo
do poço mais imundo que encontrei.

Mas não passou de um sonho de quem sonha
logo na mesma altura que acordei
nas lágrimas da minha mãe lavei
este rosto que dele se envergonha.

Que lindo sonho mãe, o sonho meu
ele ainda está vivo como eu
e só vai sendo sonho por agora.

Porque quando o Zé Povo resolver
este meu sonho vai deixar de o ser
e passa a ser real naquela hora.

Thursday, August 22, 2013

A. C. R. Pedaços de Nós de Freamunde:

Wednesday, August 21, 2013

Se a moda pega. Acaba com o de e o da:

O presidente da junta
Rui Madeira é presidente da Junta de Freguesia de Alvalade, no Alentejo. Ele faz aquilo que esperam dele. Procura estar próximo dos problemas das 2098 pessoas que moram por ali e que não são muito diferentes dos problemas que existem noutros lados e que se agravaram com a falta de dinheiro, apesar de estarmos em ano de autárquicas. Já vão longe os tempos de abundância pré-eleitoral em que havia ideias - boas e más -, projetos, também bons e maus, dinheiro para contratar pessoas a prazo ou, imagine-se, até para o quadro da Junta. O orçamento não aumentou, tem vindo até a encolher, como acontece pelo país inteiro. Hoje Rui Madeira tem o mesmo dinheiro - "a verba" - que tinha há uma década, embora agora haja mais custos.
É a vida, claro, mas o problema dele é outro, é de natureza um pouco diferente. Com ou sem recessão, as pessoas morrem e também morrem próximas do fim de semana; uma inconveniência biológica que não tem solução. Se morrem têm de ser enterradas, não há alternativa, porque as famílias, depois do velório, não querem esperar pela segunda-feira. Ora bem, ao sábado e ao domingo há agora um transtorno logístico delicado: deixou de haver coveiro na Junta de Alvalade. A pessoa que lá estava e que tinha essa função demitiu-se em 2012. Recebia o salário mínimo e cansou-se. Digamos que a posição não era bem paga e não oferecia boas perspetivas laborais. Coveiro é emprego, não é vocação; ou é remunerado como deve ser ou ninguém anseia pelo lugar.
Apesar da ausência de coveiro, entre segunda e sexta-feira não há embaraço nenhum. Rui Madeira pede uma equipa emprestada ao Cercal ou a Ermidas, que ficam ali perto - no município de Santiago do Cacém -, e o assunto é resolvido por especialistas habituados a estes assuntos terrenos. Mas ao fim de semana é um sarilho. Tem de ser ele também a meter mãos à empreitada, porque não tem mais ninguém em quem possa delegar. O presidente da junta de freguesia vira, portanto, coveiro em part-time. Teve de aprender a tratar do serviço, a enfiar-se na cova e, quando chove, a tirar de lá a água. Não acontece todos os fins de semana e tem sempre a ajuda de quem sabe, mas as sextas-feiras passaram a dar-lhe a volta ao estômago.
Quando foi eleito, Rui Madeira - aluno de Arquitetura Paisagista -, nunca pensou que teria de passar por isto. Acomodar um caixão, fazê-lo pousar na terra e depois tapá-lo com todos os cuidados não estava, digamos, no job description de presidente da junta. A austeridade tem destas coisas, diz-me. "Tive de aprender a jogá-los lá para dentro. Sei que isto está a acontecer noutros sítios. Não é agradável." Pois não, não deve ser. A crise vai do princípio ao fim na freguesia de Alvalade - vai; mas encontrou um adversário à altura.
ANDRÉ MACEDO no DN

Tuesday, August 20, 2013

Notícias desagradáveis:

Ao dar uma vista de olhos pelos blogues na Internet deparei com uma notícia, ainda por confirmar, no “A barbearia do senhor Luís, que o administrador do blogue “O Jumento” teve um problema grave de saúde na Praia do Cabeço onde talvez estivesse em gozo de férias. Todos os dias, é meu costume, ir ali saber novas da política portuguesa porque acho que é um dos melhores blogues sobre política. Realmente estranhava não vir nenhuma notícia. Mas pensava e como é usual na segunda quinzena de Agosto a maioria dos portugueses entrarem de férias. Era isso que pensava o que tinha acontecido com “O Jumento”. E, ainda é o que penso e não outro motivo. Caso seja verdade o que o “A barbearia do senhor Luís se confirme só me resta desejar rápidas melhoras e que seja breve a sua presença para descascar na direita portuguesa que anda de papo cheio com a conjuntura do momento. Por isso mais uma vez rápidas melhoras.   

Monday, August 19, 2013

Gente da nossa terra 6:

Pressões:

Este fim-de-semana houve quantas baste. No Pontal, Passos Coelho começou-se a lamuriar pelo facto do Presidente da República mandar para o Tribunal Constitucional o diploma da Requalificação da Função Pública. As pressões logo começaram a sentir-se por parte do Governo, comentadores políticos pró governo e jornais da sua área. 
Tem de haver pressão para panela ferver. Assim há que deitar achas para a fogueira que elas depois fazem o seu dever. Assim, caso a governação comece a piorar que é o que vai acontecer há umas desculpas e culpas a imputar.
Também com pressões começou o campeonato da 1ª. Liga de Futebol Profissional. Os árbitros vieram para a baila e só se tem olhos para um ou outro deslize por parte deles. 
Os jogadores podem falhar que não são alvos de crítica pela sua massa associativa. Quando assim acontece há os árbitros a quem endereçar culpas. 
Os treinadores podem errar as vezes que quiserem que também são os árbitros os maus da fita. E, assim vai o burgo.
Nos cafés são discussões sem fim, por causa de uma “má” decisão do árbitro, que para a maioria do Zé-povo não vai ter influência na sua vida quotidiana. 
Outros discutem pela pressão que se faz aos árbitros. Discute-se… discute-se até se aborrecerem uns com os outros mas no caso do Governo que pressiona e de que maneira o Tribunal Constitucional, único garante da nossa democracia, ninguém se importa.
Um dia vão levar um preto e nós não vamos importar porque não somos pretos. 
O pior é quando nos levar a nós. Não nos vamos poder lamuriar como faz o Governo. Assim vai este Portugal.  

Sunday, August 18, 2013

Gente da Nossa Terra (5):

Dia vinte e um de Setembro vai ser lançado mais um livro sobre personagens de Freamunde, muitos já falecidos, outros entre nós, de autoria de António Taipa, (Rodela), nos versos e Vitorino Ribeiro, (Inô Vítor), na ilustração.
 
Depois da publicação, há anos, do livro “Pedaços de Nós”, estou em crer, que “Gente da Nossa Terra” vai ser mais um estrondoso êxito. A qualidade dos seus autores assim me faz crer. E para o êxito ser um facto todos os Freamundenses deviam adquirir um exemplar.
Este evento não tem fins lucrativos. Se por ventura, depois de todas as despesas pagas, o que sobejar, é para financiar um próximo que já está em vista.
 
Eventos destes deviam ter o patrocínio do pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Paços de Ferreira e da Junta de Freguesia de Freamunde.
Estou em crer que o Vereador da Cultura, António Coelho, se sensibilize e abra os cordões à bolsa. Não é todos os dias e em todas as terras que aparecem autores a disponibilizarem o seu tempo de ócio para relatar personagens que contribuíram, uns com pouco outros com muito, para o engrandecimento da sua terra.
Assim as entidades Camarárias e as da Junta de Freguesia de Freamunde escrevessem nos seus anais da história, o que António (Rodela) e Vitorino Ribeiro escrevem sobre Freamunde.
Uma terra sem história não é terra. E Freamunde tem o privilégio de mostrar a quem quer que seja esse seu historial.
Depois podemos ficar obrigados e dizer aos quatros ventos de que massa é feita os seus habitantes. Tanto nascidos como residentes.      
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