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Monday, December 30, 2013

Todos os dias são dias de aniversário:

Mas o de trinta de Dezembro tem muito de especial. Mais a mais quando é o oitavo na “construção” de um homem. Sim! Que de pequenino se torce o pepino. E o Diogo vai sendo torcido para essa construção. Os primeiros anos fê-los em casa dos avós paternos. Ali soprava as velas - conforme os anos - do bolo que a avó “Bina” lhe confeccionava. Enchia o peito de ar e de uma assentada punha a sala às escuras. Quem passa por estas situações sabe que ao acender as velas apaga-se a luz eléctrica do local onde se esteja a festejar o aniversário. Seja na cozinha, na sala ou na garagem. As crianças sabem isso. E… regra geral, nestas situações gritam: aaapppaaaggggaaarrr aaasss llluuuzzzeeesss. É uma gritaria em uníssono. Depois cantam: Parabéns a você, nesta data querida, muita felicidade, muitos anos de vida / hoje é dia de festa vivam as nossas almas para menino Diogo uma salva de palmas / Tenha tudo de bom do que a vida contém, tenha muita saúde e os amigos também". / Hoje o Diogo faz anos. Porque Deus assim quis. O que mais desejamos. É que seja feliz!
Mas sabe bem ouvir e ver a alegria do aniversariante e convivas. Não se importam do bolo. O que querem é brincadeira. E em redor lá escolhem os jogos a jogar: Play Station, Legos, Monstros, Aéreos, Futebol, querendo aqui imitar o Cristiano Ronaldo e que o aniversariante regra geral tem de ganhar. É que se assim não fosse a festa ficava estragada.
Ao ver a realidade de hoje vou ao baú das minhas memórias e recordo a malga de café com um trigo de quatro cantos que a minha mãe oferecia aos filhos quando faziam anos. Tempo difícil e pobre. Para dar essa prenda as finanças semanais iam padecer. E para demonstrar essa pobreza nesse dia não se dizia, aniversário. Dizia-se: fazer anos. Hoje tudo é diferente. Mas… nestes últimos aniversários do Diogo quase que aposto que não se importava de ser uma malga de café com o trigo de quatro cantos e em casa dos avós paternos. Não pode ser por força das circunstâncias. Tem de ser em La Ricamarie, S. Étienne, França, sua segunda terra e Pátria. Quase que aposto que trocava todos os presentes a receber por poder celebrar o aniversário na sua terra (Freamunde) e no seu Portugal. Mas como a situação não o permite que tenha um melhor aniversário que os outros sete.
De certeza que não vai ter muitos miúdos para apagar as oito velas. Assim como não se vão sentar em redor e escolher os brinquedos. Mas de uma coisa estou certo. Vai ligar o “brinquedo” do seu pai para brincar e apagar as velas, não na presença real dos seus avós, mas na virtual, nessa coisa maravilhosa que se chama computador e internet. E assim os avós, tia e primo paternos vão estar a assistir ao sopro das velas dos seus oito anos.
Que venham cheios de felicidade são os votos dos teus avós Manel e Bina, tia Sónia e primo Duarte.             

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