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Monday, November 18, 2013

Contam os nossos avós que um certo agricultor, passando a fronteira de Espanha, se terá queixado ao seu amigo espanhol de que as colheitas iam de mal a pior e que já nem davam para alimentar os animais de carga. Este de imediato propôs-lhe um negócio: Vender-lhe uma raça de burro que, com o tempo, habituar-se-ia a não comer, contribuindo para a diminuição das despesas. Tal dito. Tal compra.
Regressado a Portugal, depressa começou com o plano de emagrecimento, que começava por alimentar o animal, dia sim, dia não, até que chegasse ao ponto de o animal não comer.
 Algumas semanas depois, mostrava todo orgulhoso o burro aos seus vizinhos dizendo: vejam só, a última vez que comeu foi há quatro dias. Mais umas semanas e posso garantir-vos que se habitua e deixa de precisar de comer. Os dias passaram e a dieta intensificava-se e o agricultor passeava. De repente, a aldeia deixou de ver o agricultor e o burro.
Estranhando ausência prolongada, um vizinho bateu à porta do agricultor e perguntou "Está tudo bem consigo, vizinho? E o burro, está tudo bem com ele?". O agricultor, em lágrimas, responde-lhe "Ai vizinho, que desgraça, não quer você acreditar que o raio do burro morreu? Logo agora que já se tinha habituado a não comer".
Aproveito esta estória para a comparar à entrevista que César das Neves concedeu à TSF em que disse que o aumentar o ordenado mínimo levaria a que os empregadores não pudessem contratar outros empregados que estivessem ou no desemprego ou à procura de emprego. O aumento de cinco cêntimos diários arrasaria as finanças portuguesas e do patronato. Seria um suicídio porque subir o salário mínimo é estragar a vida aos pobres.
Este “economista” e, ser economista, advém outros predicados tais como a parte social e humana, para compreender que a economia de qualquer país só floresce quando a sua população tem poder de compra. Se assim não for nada lhe resiste porque as exportações não garantem a subsistência de qualquer país caso não seja produtor de ouro amarelo ou negro.
 Nada custa dar conselhos. Aliás, se os conselhos tivessem alguma utilidade quem os dá passaria a cobrar um preço por eles como fazem os médicos e advogados pela consulta. Como não é assim estes Césares das Neves tudo faz para agradar aos donos do dinheiro para continuarem a ser recrutados para novas entrevistas.
Se há classe que beneficia com a crise uma dela é a dos economistas. Estão em todo o lado e rastejam por todo o lado. Digo, rastejam, porque o que proferem não é digno de um ser humano quer seja cristão ou agnóstico.
Numa altura em que o Supremo da Igreja Católica dá exemplos de como deve ser o ser humano estas individualidades de bater com as mãos no peito e papar hóstias pregam o seu contrário.
Nem Zaqueu com a sua humilde atitude ilumina o cérebro desta triste raça que pavoneia pela comunicação social seja escrita, vista ou falada. E, por quanto tempo os temos de suportar.                     

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