Ao rebuscar pela Internet notícias sobre Freamunde, deparei com esta, para gáudio meu e, julgo da comunidade Freamundense. Sei que a maioria desta comunidade não se lembra - eu incluído - destas celebrações porque não fazia parte deste mundo. Imagino a alegria sentida. Nesse tempo havia bairrismo e julgo mais que hoje.
Homens como Arnaldo da Costa Brito, Armando Oliveira - ai… se este hoje fosse vivo o que não diria ao neto - e Abílio Barros, hoje não abundam, não falando do senhor Tenente, mais tarde Brigadeiro, Carlos Alves de Sousa.
Como disse Freamunde está a perder o bairrismo e está a tornar-se numa terra como várias do concelho de Paços de Ferreira. Por isso a perda de identidade e revindicação. Há que dar uma sapatada nesta apatia a ver se voltamos a ser o que outrora fomos.
Homens como Arnaldo da Costa Brito, Armando Oliveira - ai… se este hoje fosse vivo o que não diria ao neto - e Abílio Barros, hoje não abundam, não falando do senhor Tenente, mais tarde Brigadeiro, Carlos Alves de Sousa.
Como disse Freamunde está a perder o bairrismo e está a tornar-se numa terra como várias do concelho de Paços de Ferreira. Por isso a perda de identidade e revindicação. Há que dar uma sapatada nesta apatia a ver se voltamos a ser o que outrora fomos.
"Ontem, á tarde, correu rapida a noticia de que o «Diario do Governo», inseria nas suas colunas a efectivação duma justa aspiração dos habitantes de Freamunde.
E quando, ao anoitecer, os repiques dos sinos das nossas três igrejas se juntavam anunciando uma festa religiosa que hoje solenemente se realisou, parecia que a alegria do seu som e a vibração das suas ondulações traduziam sinceramente, e apregoavam ao longe, o prazer imenso do nosso povo por mais um passo dado no progresso da nossa querida terra.
Queimaram-se foguetes, rebentaram bombas, trocaram-se felicitações, e a Junta da Freguesia constituida pelos srs. Arnaldo da Costa Brito, Armando de Oliveira e Abilio Barros, tomou a iniciativa da organisação dos festejos que hoje á noite deverão realisar-se, os quais contarão de numeros populares abrilhantados pela nossa excelente «Banda Freamundense» e duma «marcha aux flambeaux» na qual se encorporarão todas as colectividades e povo de Freamunde, que, em massa, vão testemunhar ao sr. tenente Carlos Alves de Sousa, nosso querido conterraneo, e actual administrador de Paços de Ferreira, a sua gratidão pela sua valiosa interferencia junto do Governo da Republica para a realisação desta concessão. A sua ex.ª, cuja fotografia temos a honra de fazer gravar nas paginas do «Jornal de Noticias» - apresentamos os nossos cumprimentos e felicitações. - (C.)
Freamunde, 17. - Conforme haviamos anunciado, realisaram-se no passado dia 15, entusiasticas festas e vibrantes manifestações de regosijo pela elevação da povoação de Freamunde á categoria de vila.
Freamunde, 17. - Conforme haviamos anunciado, realisaram-se no passado dia 15, entusiasticas festas e vibrantes manifestações de regosijo pela elevação da povoação de Freamunde á categoria de vila.
Os nosso conterraneos Arnaldo Brito, Armando de Oliveira e Abilio Barros, que constituem a Junta de Paroquia, organizaram um belo programa, no qual cooperaram todos os freamundenses, as suas colectividades recreativas, Associação de Socorros Mutuos, Bombeiros Voluntarios, e a Banda de Freamunde.
Ao entardecer a importante Fabrica de Material e Mobiliario Escolar de Albino de Matos, Pereira & Barros, Lda, mandou acender as caldeiras das suas maquinas, pondo-as em pressão para inundar de luz e de sons, o ambiente apregoador do trabalho, e do progresso.
No lado oposta da vila, ao Norte, igual azáfama na grande Fabrica de Moveis do Calvário, do nosso querido amigo António Pereira da Costa, que preparava as suas sirénes e dispunha a iluminação das suas casas de trabalho, de modo a merecer a admiração e os elogios de todos os que a contemplavam.
A Banda de Freamunde excelente agrupamento musical que a batuta do nosso amigo sr. Leitão, conseguiu igualar, em mérito artistico, a qualquer banda dos grandes centros, entrou inexperadamente na povoação ás 16 horas, vinda da Trofa, donde apressou os seus trabalhos, para não faltar ás festas dos seus conterraneos.
E quando soavam as 21 horas, já no Largo da Feira, sob as frondosas tilias - a multidão se comprimia, deliciada pela audição de alguns trechos de musica que a nossa Banda ia executando.
Ao longe destacava-se, dominando a arteria principal da vila, um grande «placard» luminoso, como que uma barreira de fogo que constantemente bradasse - em grandes letras - «Viva a Vila de Freamunde».
A's 21 e meia da torre da Igreja Matriz subiu um foguete que anunciou o começo do desfilar da imponente marcha au flambeaux.
Milhares de venezianas e archotes festivamente conduzidos, ao som dum passe doble enervante e animador, e do repicar dos sinos das nossas igrejas e do silvar estridente das nossas fabricas, começaram a deslocar-se lentamente ao longo da estrada em direcção á casa do sr. tenente Carlos Alves Sousa, administrador do concelho, a quem se ia, em romagem de agradecimento, levar também a homenagem do muito apreço em que Freamunde tinha os seus dedicados esforços pela vitória alcançada.
No cortejo iam incorporados os briosos os Bombeiros Voluntários, comandados pelo 1º patrão Henrique Felgueiras.
A assembleia Freamundense ia representada pela quasi totalidade dos seus associados, e o Club Recreativo Freamundense ia representado pela sua direcção com o seu estandarte conduzido pelo sr. João Rodrigues, seu presidente. O sr. Guilherme Gomes levava o glorioso estandarte da nossa querida e florescente Associação de Socorros Mutuos Freamundense, a que todos os presentes pertenciam.
Todos os prédios estavam iluminados, destacando-se a bela iluminação da Fabrica de Moveis do Calvario, da Assembleia Freamundense, do dr. Antonio Vasconcelos, da casa Antonio José de Brito & Filhos, da Fabrica de Material e Mobiliario Escolar Albino de Matos, Pereira & Barros, L.da, etc., ao que se juntava a iluminação publica que a nossa Empresa Electrica Freamundense mandou reforçar com fortes lampadas, destacando-se a colocada no alto da torre da nossa igreja.
Com grande entusiasmo e alegria, chegou o cortejo á porta da residencia do sr. tenente Carlos de Sousa, esperando-o s. ex.ª á varanda da mesma ao lado de sua ex. ma esposa e demais familia. Junto dêle o sr. D. José de Lencastre, a unica pessoa estranha á terra, que aqui compareceu. Os vivas repetiam-se e o conflito dos sons que animavam a atmosfera davam á manifestação um aspecto verdadeiramente extraordinario.
O sr. tenente Carlos de Sousa foi recebendo os cumprimentos e felicitações das pessoas gradas da vila, e da sua varanda falou á multidão renunciando os agradecimentos que lhe eram dirigidos, e endereçando-os ao govêrno da Republica, que tão interessada e tão patrioticamente tem cuidado do bem-estar da Patria Portuguesa. Enumerou os beneficios realisados pelo Estado Novo e terminou saudando Freamunde, o govêrno e o sr. Presidente da Republica.
Seguiu-se-lhe o sr. presidente da Camara, D. José de Lencastre, que acorreu a Freamunde logo que teve conhecimento da realisação das festas. Veio trazer as suas saudações aos habitantes de Freamunde cujas tradições, habitos e costumes ha muito conhece, aprecia e admira. Confirma as palavras do sr. tenente, a quem felicita, e dirige as suas saudações aos srs. Presidentes da Republica e Ministerio.
A seguir, o rev. Francisco Peixoto, um dos padres ilustrados do por mostrar a sua alegria e entusiasmo por mais êste passo dado no progresso de Freamunde.
O sr. dr. Alberto Cruz, afirmou que gostosamente havia tomado parte naquela romagem de gratidão, porque todo o habitante de Freamunde é sensivel e grato aos favores que lhe fazem.
Conhecendo ha muito a psicologia do povo da sua terra, e tendo apreciado muitas vezes a sua solidariedade, reconhece que é do coração que lhe sai esta homenagem, costumes, et., e terminou a historia de Freamunde, sua origem de agradecimento ao sr. tenente, pelo interesse que lhe mereceu a satisfação desta justa aspiração do povo freamundense. Povo essencialmente trabalhador, trabalha sempre para que a sua pequena parcela dentro da Republica Portuguesa, avance e progrida, tanto quanto permite e determina o acendrado amor ao seu torrão.
Rematou com um Viva á Republica Portuguesa que foi delirantemente correspondido.
Para terminar o rev. Alberto Brito, digno abade de Rande - Felgueiras, e acidentalmente entre nós, apresentou em nome do velho e honesto parroco de Freamunde, a quem a idade e a doença haviam aconselhado ficar em casa, os seus cumprimentos e felicitações ao sr. tenente Carlos de Sousa.
A Banda de Freamunde foi executando alguns trechos do seu reportorio selecto, e o sr. tenente convidou então para um «Porto de Honra» - na sua sala de jantar, lindamente adornada.
O sr. tenente agradeceu de novo a todos os presentes e o dr. Alberto Cruz, brindando pela sua saude e pela da sua ex. ma familia, aproveitou a oportunidade para lembrar as necessidades de se estabelecer a ligação telefonica de Freamunde com o resto do país.
Dirigiu-se, tambem, ao sr. presidente da Camara aqui presente, afirmando que a rêde telefonica em Freamunde constituirá um passo agigantado dado no desenvolvimento do seu comercio e industria, e um grande auxilio para a vida profissional particular.
O sr. presidente bebeu pela saude do sr. tenente e sua familia e informou que brevemente teriamos a rêde telefonica.
Terminado o «Porto de Honra» o cortejo poz-se novamente em marcha, visitando a Assembleia Freamundense, a Associação de Socorros Mutuos Freamundense, o Club Recreativo Freamundense, e o quartel da Associação dos Bombeiros Voluntarios de Freamunde.
Durante o trajecto queimaram-se muitos foguetes, e os sinos da vila, e as sirenes das fabricas fizeram-se ouvir.
A' meia noite, a Banda de Freamunde subiu para o corêto do Largo da Feira, onde permaneceu até ás 3 horas da madrugada, deliciando gratuitamente, e com o maior entusiasmo, os seus queridos conterraneos e amigos."
A' meia noite, a Banda de Freamunde subiu para o corêto do Largo da Feira, onde permaneceu até ás 3 horas da madrugada, deliciando gratuitamente, e com o maior entusiasmo, os seus queridos conterraneos e amigos."
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