LEIA O TEXTO ESCRITO POR ELA... E PERCEBERÁ PORQUÊ...!
"Ontem tive o azar de apanhar o PM do país onde nasci, a explicar das suas razões para uma mais que certa retroactividade de cortes aos pensionistas "que estão a receber".(sic)
Fui educada numa família de gente séria que trabalhava para sustentar os seus e que considerava ser essa a obrigação de todos aqueles que tinham decidido constitui-la.
Trabalho para viver do modo que sempre vivi, pois a reforma que recebo e o que este Estado me tira - estou a ser educada - não me permitiriam viver apenas dela. E tenho a sorte de ainda haver quem prefira comprar um livro meu a uma camisola básica. Essa é que é essa.
Dito isto, desliguei a televisão irritadíssima. Pronunciei alto umas palavras que não costumo usar e deitei-me. Tive uma noite de insónia, revoltada com o que ouvira e decidi que ninguém me poria a vista em cima nesta fim de semana. Era a minha única forma de evitar eventuais desaguisados.
Hoje levantei-me e fui à missa pela minha Mãe, que faria anos se fosse viva. E sabem que mais? Fui comer sardinhas assadas lá para as bandas do Tejo, beber sangria e caminhar ao sol. Desanuviei
O Dr Gaspar e a reforma do Estado podem levar-me a pensão, podem levar-me o pouco que tenho no banco para uma doença, mas não hão-de conseguir nem levar-me a voz, nem levar-me a alegria de estar viva. Porque eu não quero e porque eu não deixo!
(Helena Sacadura Cabral)
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