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Wednesday, May 1, 2013


Ainda recordo o primeiro de Maio de mil novecentos e setenta e quatro. O vinte e cinco de Abril tinha sido antes uns dias. O povo saiu à rua e encheu esse dia primeiro de Maio. Esperou pela vinda de Mário Soares e Álvaro Cunhal. Recebeu-os como verdadeiros heróis. Os Capitães de Abril tiveram papel preponderante mas se não fossem estes dois Homens não sabíamos para onde ir.











António de Spínola, a quem os capitães confiaram o destino da Nação, tentou a todo custo entregá-lo à direita da qual faziam parte Sá Carneiro e Freitas do Amaral. Deram-se as convulsões de que os portugueses da minha idade bem conhecem: os atentados bombistas em que morreu o padre Max e sua secretária e um sem número de coisas.
A direita lutava afincadamente por esse tipo de regime que Spínola lhe oferecia. Só que o Conselho da Revolução tinha dentro das suas hostes homens como Melo Antunes e destituíram Spínola.
A vida continuou até que se chegou ao primeiro aniversário do vinte de Abril e do primeiro de Maio. E novamente no mesmo Estádio, com o mesmo nome, encheu-se de trabalhadores para festejar em liberdade esse mesmo dia. 
“Queriam lembrar a data que surgiu do protesto da classe trabalhadora contra o Massacre de Haymarket, acontecido em 1886 em Chigago (EUA), no qual policiais abriram fogo contra uma multidão de manifestantes em resposta a uma bomba lançada contra a polícia; que por supostamente haver lançado a bomba foram condenados à morte Georg Engel, Adolf Fischer, Albert Parsons, Auguste Spies e Louis Lingg, sendo que este último se suicidou para não ser enforcado; que em resposta a estas execuções, os trabalhadores de todo o mundo resolveram paralisar suas atividades todos os anos no dia Primeiro de Maio.”
Muitos primeiros de Maio surgiram. Uns com mais afinco que outros. Mas o capitalismo não dormia. E tentou tudo por tudo dividir a classe trabalhadora. E, conseguiu-o. Nada do que era se compara. O desemprego cresceu. Há quem se regozije com este infortúnio. A crise dá mais riqueza ao capital. É ver os lucros das grandes empresas.
Por isso o título hoje dedicado por um jornal ao dia do desempregado e não do trabalhador. Será que tem de haver um novo Massacre de Haymarket para que as coisas tomem outro rumo? As pessoas que amam a paz sabem bem que não. Mas com consensos como apregoa o governo também não resolvem nada. Pelo contrário só originam mais confusão. Mas governo que se diz só governa na confusão e calúnia. E nisto Passos Coelho estudou bem a lição de Salazar.

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