RSS
Facebook
Twitter

Saturday, November 30, 2013

Humor fim-de-semana:

A criada diz para o padre: "Sr. Padre, o nosso vinho da missa acabou de chegar!"
O padre responde: "Maria, não é o nosso vinho da missa pois tu não tens o direito de o beber, tu deves dizer o SEU vinho da missa. Compreendes?"
No dia seguinte a Maria diz-lhe: "Sr. Padre a sua lenha para a lareira chegou!"
Diz o padre: "Maria tu deves dizer a NOSSA lenha para a lareira, pois ambos nos servimos dela! Compreendeste desta vez?"
"Sim" disse a Maria.
"E é tudo por hoje Maria?"
"Não" responde a criada. "Sr. Padre, tem a SUA braguilha aberta, e o NOSSO pénis está a espreitar".

Friday, November 29, 2013

O esperado não se fez esperar muito:

Comentei aqui, neste blogue, no dia da manifestação das Forças de Segurança que o que se passou foi um negócio de família. Porque atitude idêntica, com outras personagens, o seu final tinha sido diferente. E como o título sugere bastaram oito dias para termos a confirmação. E, assim sucedeu. Com isto não quero dizer que não compreendo uma e outra parte.
As cenas que as televisões mostraram em Cabo Ruivo, sobre a greve dos CTT, por parte da PSP, não dignificam esta força de segurança. Sabe-se e tem-se dito que a CGTP, na pessoa de Arménio Carlos, tem sido de uma coragem e coerência para além dos limites. Não é por acaso que tem sido elogiado por todos os quadrantes, forças políticas e laborais, como um homem de paz. Todas as manifestações levadas a efeito pela CGTP e com a presença de Arménio Carlos têm sido cordatas. Por isso não havia razões para a PSP tomar tal atitude.
Entendo que a PSP devia fazer um melhor serviço público. Não é por dá aquela palha que se deve exibir com cassetetes e empurrões, a pessoas que se dispõem ao frio e por vezes à chuva, a lutar pelos seus direitos.
Não foi o que fizeram as Forças de Segurança no passado dia vinte e um do corrente mês? Só que havia uma diferença entre o dia vinte e um e de vinte e oito. E… não me estou a referir à passagem de oito dias entre uma data e outra. Estou-me a referir que os manifestantes (Piquetes de Greve) tinham como arma a força da sua voz. Ao contrário as Forças de Segurança, com justas reivindicações, diga-se em abono da verdade, tinham na sua posse a arma de serviço. Era o que relatava a comunicação social.
Portanto não vejo motivo para a atitude de ontem tomada por parte da PSP. Mais a mais o que fizeram a dois deputados da Nação. Isolaram-nos na berma da estrada juntamente com os outros manifestantes. Só mais tarde é que lhes deram livre circulação. Após isso a Polícia de Choque deu por terminada a sua actuação. Coisa que nem devia ter começado.
Mas como foram avisados pelo Ministro da Administração Interna que casos iguais não deviam acontecer lá fizeram a sua aparição. De qualquer maneira também é a forma de agradecimento pela promoção recebida há oito dias. Assim cumpriu-se a profecia: não há almoços grátis.
Toda a Polícia está a ser recrutada para defender Ministérios e Organismos Públicos pondo a nu a segurança dos cidadãos que cada vez mais tem medo de sair à rua.
Termino a apelar para que haja bom senso de parte a parte, mais da PSP, porque estão a ser usados como peões de brega. 
Depois os versos de Bertolt Brecht cada vez estão mais actuais:

Primeiro levaram os negros
mas não me importei com isso, eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso, eu também não era operário

depois prenderam os miseráveis
mas não me importei com isso, eu não sou miserável

depois agarraram uns desempregados
mas como tenho meu emprego, também não me importei

Agora levam-me a mim
mas já é tarde
como não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

Nacos de vida. Poesia de Rodela:

Dois anos de baixa

Tive dois anos de praga
que tudo me sucedeu
mas a aguentei a vaga
e o meu corpo não torceu.

Sem talento nem dinheiro
meu filho num hospital
e um cabrão hospitaleiro
quis comprar meu ideal.

Nem com guerras nem com fome,
nem inventando um ciclone,
me fizeste intimidar.

Hei-de seguir sempre em frente,
os passos da minha gente
e ninguém mos vai trocar. 

Thursday, November 28, 2013

Este final de Novembro:

Embora solarengo, está muito frio. Assim os desempregados e reformados vão aproveitando estes dias que restam para se deslocarem até ao Parque de Lazer para jogar uma suecada, pescar algum peixe que, como mandam as normas de pesca do Clube de Pesca e Caça de Freamunde tem de ser devolvido novamente ao rio Ferreira, ou pôr a conversa em dia. Assim aconteceu hoje comigo. Gosto de ir até ali. Quase sempre aproveito por ir pelo lugar de Além. Digo lugar porque ainda não me familiarizei com os nomes de rua que deram aos vários lugares de Freamunde.
Ao passar pelo lavadouro de Além fez-me recordar tempos remotos. Ali vi na minha imaginação as lavadeiras - nesse momento em que passei encontrava-se uma a lavar roupa - a contarem episódios do dia-a-dia. Disse para os meus botões: como tudo está a ficar abandonado.
Noutros tempos não faltavam ali lavadeiras. Falavam de tudo. Da sua vida e da alheia. Quantas virgens ali perderam a sua virgindade na boca das lavadeiras. Quantos namoros e casamentos ali desfeitos. Quantos namoros e casamentos ali construídos. Quantas amizades construídas e destruídas. E o lavadouro de Além mudo e quedo.
A sua água se já estava suja mais suja ficava com o que ouvia. Sim! Se o lavadouro estava mudo e quedo o mesmo não se passava com a água. Esta agitava-se com o que ouvia. Não gostava que ali fosse um banco de má-língua como o dos homens. Mesmo assim as alcoviteiras tinham sempre notícias fresquinhas. Boas e más. Ferisse ou não ferisse. É este o papel delas. Falar por falar. Com isso julgam que lavam a sua língua.  
Quantas verdades também se disseram mas quem as ouvia julgava que eram mentiras. É assim o povo. Diz o que não deve e cala o que deve ser dito. Por isso a minha paragem por um bocado de tempo a olhar para o que resta do lavadouro de Além. Nota-se na sua melancolia muita tristeza. O seu rectângulo em pedra cheio de água que continua a ser revezada por outra não o faz como outrora.
E neste vai e vem continuava a pensar na modificação que levou o lavadouro de Além. As máquinas de lavar roupa tomaram o seu lugar. As pessoas que ali iam remeteram-se ao seu lar. As raparigas deixaram de perder ali a sua virgindade na boca de certas lavadeiras. Também hoje ninguém liga a esse preconceito.
Uma ou outra que ali vai lavar fá-lo na plenitude do seu silêncio ou como forma de vida, cantarolando como ouvi hoje em pequeno tom, querendo demonstrar a quem passava que não estava sozinha.
Vim ao lavadouro de Além / Lavar roupa suja / Aqui não vejo ninguém / Com má-língua como a tua.  
Quem ainda vai ao lavadouro de Além vai também lavar as suas mágoas.

Tuesday, November 26, 2013

Tem graça:

A polícia não cumprir com os seus deveres e depois o encarregado por essa determinação vir a ser promovido. Aconteceu no dia vinte e um de Novembro com a manifestação das forças de segurança. Sabe-se que as escadarias da Assembleia da Republica não são a casa da democracia mas fazem parte dela. Falo nisto porque há muitos comentadores que dizem que não houve intromissão nenhuma em as subir.
E´ evidente que houve. Intromissão há quando se ultrapassa uma porta de qualquer dependência. Como a escadaria de acesso `a Assembleia da Republica e, como o próprio nome diz, escadaria de acesso, tem de ficar aquém do edifício. Por isso a colocação de barreiras de segurança. Estas têm a finalidade de servir de portas de acesso. Assim se vê como a intromissão foi uma realidade. Mais a mais que depois das barreiras de segurança havia uma barreira humana composta por polícias.

Muitos dizem que quem invadiu não fosse forças de segurança, o caldo teria entornado, como agora se usa dizer, e não se sabe o que os mesmos comentadores agora diriam. E´ que assim foi jogar avançada contra a defesa como se diz na gíria futebolista. Faziam parte do mesmo clube e todos queriam ganhar. Mas não ganharam todos.
Um perdeu e outro ganhou. Perdeu o antigo Director-geral da PSP que foi obrigado a pedir a exoneração. Ganhou o responsável pela dita segurança. A partir de hoje compensa não cumprir com as normas institucionais.
Triste Ministério e triste Ministro. Quando nomeia o infractor algo vai mal. Ou não tem gente capaz ou a gente capaz faz-lhe o manguito como o Zé-povinho. Depois dizemos como e´ normal dizer-se: o crime compensa. Ou como dizem muitos: Tem graça. 

Monday, November 25, 2013

Quem avisa amigo é:

As notícias que neste fim-de-semana vieram a público trouxeram um pouco de tudo, assim como os comentários, das parideiras do costume - leia-se dores de barriga. Em tudo dizem que houve um apelo à violência mas não referem que a igreja católica já fez a mesma referência quer em homilias quer em conferências cristas. O que foi dito não foi um incentivo `a violência mas sim um apelo, um aviso. Costuma-se dizer: quem avisa amigo é.
As direitas não gostam de conselhos, julgam-se seres superiores, não admira o desdém demonstrado por eles. Julgo que deviam dar mais crédito aos avisos. Não façam o contrário do outro Pedro quando dizia que vem lobo. Esse era para gozar com a maralha. Os Pedros que agora avisam sabem de antemão que os lobos estão famintos e a qualquer momento vão em alcateia à procura das ovelhas ranhosas que lhe estão a esbulhar toda a esperança.
O que prometeram faltaram em tudo. Não olharam a meios para atingir fins. O outro governo é que nos estava a arruinar. Comparado com este oxalá que o tivéssemos novamente. O Pais ficou com dívidas. Mas deixou obra feita. E que obra! No que concerne ao concelho de Paços de Ferreira basta dar uma vista de olhos para ver o que se fez pela Educação. Prova disso são os Parques Escolares.
Em Freamunde foi sair da noite para o dia. De edifícios de escolas com mais de cinquenta anos passou-se para uma arquitectura moderna. Há quem diga que assim não custa! Os outros é que a tem de pagar. Mas com estes vão os anéis e os dedos.
Por esse motivo se vê o descontentamento que vai na rua. Não há um dia em que não haja greves. Dizem políticas. Mas não estão olhar com olhos de ver. E… como se diz: maior cego é o que não quer ver.
Portanto continuem a fechar os olhos. Digam que são apelos à violência. Assim dizia a Pide no antes vinte e cinco de Abril. Só que depois fugiram todos em debandada. Fizeram o que os ratos fazem em caso de afundamento do navio. A acontecer esta situação estou a ver o que mais foge. Se tem medo dos avisos o que será quando estes se tornarem realidade.  

Sunday, November 24, 2013

A esquerda e´ "indispensável":

Subir escadarias em brandos costumes:

A semana acabou, nas escadarias de São Bento, na correria em vaivém das forças da ordem. Estas, embora manifestando-se, cumpriam a lei. A da gravidade, pelo menos: o que sobe, desce. Ou, como diria Isaac Newton: a força de atração entre dois corpos - no caso, o Corpo de Intervenção e o corpo de polícias manifestantes - depende das suas massas. Sendo estas, as massas, poucas (aliás, era a razão de todos estarem ali), a atração, a força gravítica, seria branda e bem portuguesa. Razão tinham os dois leões no sopé da escadaria. Apesar de simbolizarem sentinelas, eles viram subir os manifestantes e nem se mexeram na pedra, só bocejaram, certos de que aqueles que subiam, esganiçando-se - "Invasão! Invasão!" -, haveriam de descer. De facto, se lá no alto, na frontaria parlamentar, há duas estátuas, a da Justiça e a da Força, o que justificava o movimento ascendente, também há outras duas, a Prudência e a Temperança, que remeteram os nossos polícias para a base. Por cá sobe-se e desce-se em caracol, mesmo nas escadarias monumentais, somos terra de Manoel de Oliveira, o dos movimentos pacatos. Não somos terra russa de Serge Eisenstein, aquele que vendo uma escadaria logo sonha com couraçados Potemkin e revoluções e põe um carrinho de bebé a rolar por degraus... Para tudo ser bem nosso, o ministro podia ceder e fazer uma promessa aos sindicatos de polícia: diga-lhes que vai mandar instalar umas escadas rolantes em São Bento.
FERREIRA FERNANDES
Hoje no DN

Saturday, November 23, 2013

Faço uma pequena introdução a esta bela prosa escrita por Óscar Mascarenhas. Jornalista de longa data calcorreou os degraus que o elevaram ao que é hoje. Não precisou de pôr-se de cócoras como muitos o fazem. Senão não malhava forte e feio em quem assim procede. Porque como diz o ditado quem tem telhados de vidro não pode atirar pedradas. E, Fernando Moreira de Sá pelo que consta tem carradas deles. Provedor do leitor no Diário de Notícias não deixa para “boca alheia” o que tem de ser dito. Chama os bois - bois e não boys - porque é assim que eles merecem. Quando não se olha a meios para atingir fins está tudo dito: é a lei da selva. É o que está habituado um tal Fernando Moreira de Sá. Mas para melhor entendimento leiam a prosa.
“Quando o bom padre jesuíta alentejano Manuel da Costa escreveu e dedicou ao rei D. João IV a sua Arte de Furtar, deixou claro que a intenção não era ensinar nada aos amigos do alheio mas denunciar métodos e estratagemas dos que se apropriam do que não lhes pertence, para que sua majestade os castigasse. Nasceu mal esta Arte de Furtar, Espelho de Enganos, Theatro de Verdades, Mostrador de Horas Minguadas, Gazua Geral Dos Reynos de Portugal. Offerecida a Elrey Nosso Senhor D. João IV. Para Que A Emende. Composta cerca de 1652, ficou fora do alcance das vistas uns 90 anos, pelo que D. João IV, ou recebeu em mãos uma cópia, ou nunca pôde saber até que ponto grassava a corrupção em torno de si - que Manuel da Costa, à cautela, dizia serem coisas que se passavam em Espanha...
Mudaram-se os tempos e mantiveram-se as maldades, mas agora sem intenção regeneradora por quem as revela, pelo contrário, incensando as patifarias e elevando-as à condição académica de louvável teoria do mal, com distinção e palma: a arte de manipular, difamar e fazer batota numa disputa democrática. O que deveria ser uma sentida autocrítica escrita nas vascas da morte passa a ser a inversão do Soneto Ditado na Agonia, de Bocage. Onde este escreveu, lancinante, "rasga meus versos, crê na eternidade", um novo vate da putrefação dos costumes rabiscou, ufano, algo como "decora o meu escrito, despreza a honestidade", em vernáculo das ilhas do Porto e algum sotaque de labrego da Galiza.
Diz que é uma tese de mestrado com a classificação mais alta dada por uma universidade galega. Não vou fora disso, mas experimentei alguns embaraços ao ler as 28 páginas do que me foi dito ser uma tese de mestrado. Não sou de formalidades académicas e entendo, como dizem os brasileiros, que "tamanho não é documento": estou mesmo ansioso por que um certo académico cumpra a promessa de fazer a tese de doutoramento em quatro páginas para passar a ser o seu mais sincero admirador. Nem sou intransigente naquelas preciosidades de que as teses devem ter índice e conclusão e bibliografia segundo a regra Roskoff 14, nada disso: só requeiro que uma tese me diga ao que vem, o que pretende demonstrar - e que o demonstre. O resto é capa e batina, não faz o académico.
Mas esta coisa, dita tese, não se parece com nada. É assim uma espécie de relatório de um Jaime Bunda (perdoa, Pepetela!) a contar como fez para ajudar Passos Coelho a ganhar as eleições internas no PSD, não explicando se o autor (ou delinquente confesso) entende se da prática que levou a cabo extrai regras para o futuro ou se, em próxima ocasião, continuará a navegar à vista.
A primeira dificuldade com que tive de me defrontar na "diz que é uma espécie de tese" foi descobrir em que língua foi escrita. Não foi decerto em português e os longos anos de vida em redação deram-me pelo menos a psicologia suficiente para desde já afirmar: o delinquente autor não tem amigos, ou é possuído de tão imensa soberba que prescinde de ouvir opiniões, ou pesam-lhe tanto os remorsos, como se intuirá mais adiante, que não teve coragem de mostrar o manuscrito fosse a quem fosse. A "obra" - no sentido de resultado de quem acaba de "obrar" - não teve ou não mereceu revisão, porque, na língua portuguesa, as vírgulas marcam tempos de respiração e quem queira seguir os cânones arrisca-se a uma síncope cardíaca porque o calceteiro da palavra que a cinzelou espalhou, no final, as vírgulas que trazia num saco de serapilheira para preencher espaços vazios e sorte já eu tive de não encontrar duas seguidas no mesmo espaço. Como bom Tino de Rans da teoria, lá deve ter escovado, no final, com piaçaba...
Os rudimentos que possuo da fala galega não me informam se para lá do rio Minho as vírgulas se botam a eito. Mas, se assim for, temo que aquele povo irmão padeça fortemente de aerofagia e ventre dilatado. Também não sei se por lá é indiferente a concordância em número do sujeito com o verbo, mas acho que não lhes deve dar muito jeito.
Digamos que a analfaprosa foi escrita em moreirês ou lá o que é e alguém com a paciência de Champollion há de conseguir decifrar as garatujas. Penso até que foi por modéstia académica dos mestres que tal hipo-tese (tese cavalar) foi elevada ao panteão da sabedoria: "Não percebi aonde ele quer chegar, mas deve ser defeito meu, pelo que dou a nota máxima." E como estamos em tempo de promoção de equino-valências (lá voltam os cavalos aos pinotes...) aprovaram a tese - ou equivalente.
As 28 tremendas laudas foram, afinal, sacrifício demasiado para nada se retirar delas. Valeram as duas ou três páginas na Visão que Miguel Carvalho conseguiu extrair do delinquente a soldo de Passos Coelho - e de quem este ainda não teve um pingo de dignidade para se demarcar ou assumir as responsabilidades, tal é a lama onde se compraz em atascar.
Como qualquer mercenário de práticas sujas e imorais, as primeiras vítimas das suas memórias são os seus cúmplices. Nem foi preciso zangarem-se as comadres - que estão, agora, verdadeiramente furibundas. O tal Moreira foi vítima de uma coisa mais forte do que ele, como aquele barbeiro que no final do dia, depois de ter dito mal de todos os clientes que iam saindo, se viu sozinho diante do espelho e rematou a jornada: "E tu também me saíste um bom safardana..."
Já há vários anos que José Pacheco Pereira tem vindo a denunciar esta quadrilha de conluio de assessores com jornalistas e da sua estratégia cirúrgica de denegrir e difamar pessoas para fazer subir outras nos poderes partidários e políticos. Mas Pacheco Pereira, por prudência ou pudor, não avançava com nomes - alguns dos quais se atravessaram no caminho do DN, razão pela qual hoje me pronuncio sobre tão sórdido assunto e personagens - mas, agora, eles foram regurgitados por um dos delinquentes, lui-même, impante, a pavonear-se diante de Miguel Carvalho, descendente da raposa de La Fontaine que convenceu o presunçoso a exibir a sua maviosa voz enquanto deixava cair o queijo que trazia no bico.
Só ouvi campainhas a retinir quando soube da reação de Pacheco Pereira a uma crítica que dirigi a um então redator do DN, Francisco Almeida Leite, que havia cometido o que eu julgava ser apenas uma imprudência, publicar um argumentário do Governo para combater os trabalhadores dos transportes em greve, sem ter feito o exercício do contraditório. Vim depois a saber que tal redator havia entrado no DN para chefe de redação, pela mão de um ex-jornalista que fora e é assessor de Cavaco Silva e depois de Martins da Cruz, pre-térito ministro dos Negócios Estrangeiros. Depois do episódio do argumentário, Almeida Leite acabou por sair do DN (com o arnês da requisição bem apertado, para poder regressar do bungee jumping) para o Instituto Camões, daí seguindo para secretário de Estado de Paulo Portas (é sempre bom estar de bem com Pedro e Paulo...), mas apareceu Rui Machete que, talvez no único momento de lucidez do seu exercício ministerial, o dispensou. Agora anda Pedro a tentar encaixar o seu jagunço, segundo o tal Moreira, como banqueiro, e - não vomitem leitores, é apenas esta governação no seu máximo despudor - o figurão foi aconselhado a tirar um cursinho de gestão, que o lugar lhe fica a matar e está guardado para ele. Sic transit gloria mundi, que é como quem diz assim se transita na vanglória da imundície, ou assim eles retouçam, imortais, na pocilga do tacho: de vergonha é que os Pedros, os Paulos e os Franciscos, sendo da cor, nunca hão de morrer.
Nessa altura, Pacheco Pereira trouxe à memória, no seu blogue, o que já havia escrito sobre as mancomunações de jornalistas com políticos em ascensão - nomeadamente para liquidarem Manuela Ferreira Leite - mas continuava a não citar nomes.
Aquele meu comentário recebeu fogo de artilharia de vários fortins chamados blogues e eu, apesar de muito distraído em matéria de nomes, não consegui esquecer alguns. E não é que reencontrei muitos deles na quadrilha da manipulação e intimidação difamatória revelada pelo presumível chefe da delinquência?
Já várias pessoas disseram que se trata de assunto em que deveria ser aberto inquérito na Procuradoria, mas creio que a dificuldade estará em que se trata de "crime particular", reclamando queixa dos molestados. No entanto, certos casos, como o cerco montado a José Sócrates, agora confessado, já parecem recair no crime público, não dependente de queixa, porque se tratava de um primeiro-ministro em exercício. Mas os juristas dirão.
Outros nomes, ligados às tropelias do tal Moreira são de jornalistas do DN que sempre apreciei como homens de dizer não e nunca percebi que bigorna lhes caiu no cocuruto para passarem a ser lacaios de dizer sim a membros deste Governo. Que droga marada deram a estes meus considerados amigos, hoje já fora da carroça do poder - males que vêm por bem - de quem não consigo dizer outro mal que não seja que foram ludibriados já no verão das suas vidas? A trabalhar para Miguel Relvas, dá para acreditar? Um deles disse, um pouco empertigado, que não trabalhou para Miguel Relvas mas para o Governo da República. Não, camarada, a humilhação suprema é que serviste Miguel Relvas! Porque quando lhe calçaram os patins e o despacharam para administrar não sei o quê no Brasil, tu ficaste pendurado: o (teu) Governo da República nem quis saber quem eras. Se um dia te vir a transportar, ajoujado, a pasta de Agostinho Branquinho, não leves a mal se eu mudar de passeio para fingir que te não vi. Mas saberás como te dilaceraste na minha consideração!
António Marinho e Pinto escreveu, quase premonitoriamente, que deveria estar previsto o crime de corrupção jornalística. Tenho dificuldade em aceitar, quer porque não me sinto bem a transferir para juízes cada vez menos capazes de ler um texto o poder de decisão sobre o que é "a" verdade jornalística, quer por não me parecer fácil a prova dos benefícios. Evidentemente, se proliferarem Moreiras tão consistentemente autobufos como este, vamos a isso, Marinho!”
OSCAR MASCARENHAS
Hoje no DN

Entrevista de José Sócrates ao JN:

Humor fim-de-semana:

O filho pergunta ao pai:
- Pai, as mamas das mulheres são todas iguais?
- Não meu filho. Há mamas tipo maçã, tipo pera, tipo cebola...
- E qual é a diferença?
- As do tipo maçã são redondinhas, rijas...
- E as tipo pera?
- São também redondas, mais ou menos rijas e mais estreitas na ponta.
- E as tipo cebola?
- Olha filho. Essas são como as da tua mãe. Quando olho para elas dá-me logo vontade de chorar.

Friday, November 22, 2013

O vinte e um de Novembro:

Há dias que ficam perpetuados nos anais da história. Os portugueses sabem-no e pela maioria deles tem um carinho e um significado especial, pois como disse, não é todos os dias que a história os relata. Fez ontem um ano e uma semana que foi a greve geral com uma manifestação em frente à Assembleia da República. Houve dezenas de feridos e várias detenções. 
Todos os que assistiram aos acontecimentos ficaram indignados com a atitude de alguns manifestantes que ficaram ali a fazer finca-pé depois das Centrais Sindicais terem dispersado. O que se viu durante umas horas foi degradante. A PSP que ali fazia segurança foi insultada, ultrajada e agredida com pedras sem que para isso reagisse. Como disse fiquei indignado com o que estava a assistir. Pela inoperância da PSP e da brutalidade dos manifestantes. Quer queiramos ou não na democracia há formas de se manifestar. Assim como há formas de intervir. Se a PSP foi inoperante durante várias horas depois passou a ser à bruta porque batia em tudo a eito. Teve tempo de sobra para memorizar os autores de tal façanha. Quando a actuação, por quem a pratica, tem proporcionalidade nada disto acontece. Mas por vezes dá entender que gostam e aproveitam para molhar a “sopa”.
Ao contrário dos acontecimentos de catorze de Novembro de dois mil e doze os de ontem foram totalmente diferentes. Estavam frente a frente polícias e Forças de Segurança. Uns e outros tinham razão. As Forças de Segurança tinham e tem carradas de razão para se manifestar. Ali estava uma de quem fiz parte - Serviços Prisionais. Sei como eles sofrem no dia-a-dia e com falta de condições e cortes nos benefícios sociais. Também deles padeço. Embora esteja aposentado. Portanto compreende-se o seu descontentamento. Agora o que não se compreende é a sua actuação. O ultrapassar as barreiras de protecção foi uma má resolução. O virar as costas para a Assembleia da República acho uma boa ideia. Quem nos vira as costas merece o mesmo. Coisa diferente é a derrubamento das barreiras de protecção. Elas representam um muro. Assim como os condutores quando ultrapassam uma linha contínua não o devem fazer porque se forem apanhados são autuados o mesmo não o deviam fazer as forças de segurança: Dura lex sed lex. Com isto não estou a dizer que sou contrário às manifestações. Haja muitas por que motivos não faltam. O que se deve respeitar são as leis e a democracia. Às vezes julgamos que a estamos a defender e acabamos por dar cabo dela. Porque não falta quem se aproveite destas situações. E… eles estão vorazes.

Outro acontecimento que vem enobrecer o dia vinte e um de Novembro foi a Conferência na Aula Magna promovida por Mário Soares. Houve quem não gostasse. Nos fóruns das televisões e rádio não faltaram as dores de barriga. Alguns até disseram que está cadavérico. Outros dizem que devia estar calado porque roubou o País. Ainda outros dizem que devia estar a gozar a sua reforma e mordomias. Mas isso não é para Mário Soares. Qualquer um no lugar dele é o que fazia. Mas há pessoas que não suportam a tirania. E nós estamos a ser governados por tiranos. Gente sem escrúpulos. É desses que Mário Soares não suporta. Alcançaram os lugares, Presidência da República e Governo e esqueceram-se do prometido. Não respeitam a Constituição da República. Fazem de Portugal a sua coutada. E dos portugueses os seus criados. Por isso soube bem ouvir a onda de contestação da Aula Magna. As televisões deram só a abertura em directo. Cortaram a palavra a Carlos do Carmo e que lição de democracia estava a dar. Se fosse a Fundação Francisco Manuel dos Santos com o palrador António Barreto ou César das Neves não era interrompida. Depois ouvir Pacheco Pereira e os outros oradores fica-se com a ideia que a democracia vai vigorar por muito tempo. Haja assim pessoas. Que os fazedores das mentiras vão ter opositores. E que opositores.
Que este vinte e um de Novembro nos reponha a democracia que nos estão a roubar. Se no vinte e cinco de Novembro se defendeu a democracia porque não no vinte e um. Ou será que a direita quer ser diferente da extrema-esquerda.
Que Mário Soares perdure por muitos e muitos anos ao contrário dos jotas. Estes nada tem na cabeça. Ao contrário Mário Soares tem muita vida vivida e muita sabedoria. E é como o slogan ao vinho do Porto: quanto mais velho melhor.

Nacos de vida. Poesia de Rodela:

À fonte dos meus poemas

Desculpa se te consumo,
ó meu cérebro cansado!
Tenho sede do teu sumo,
mesmo depois de afogado.

Tens-me dado o que não tens
mas eu, um louco exigente
a receber tantos bens...
e nunca ando contente!

Não há nada, meu amigo
que se compare contigo.
Nem uma vaca leiteira

aturava a sua cria,
a sugá-la todo o dia...
E eu sugo-te a vida inteira!

Thursday, November 21, 2013

O ponto G:

A revista da federação de futebol pediu-me um texto para o último número. Decidi escrever sobre a renovação das camadas jovens da seleção e de como faria sentido divulgar a tática do W invertido por esses relvados fora. Mentira. No máximo, poderia alvitrar sobre a recessão económica em V ou em W, a mais portuguesa de todas, porque a nossa economia é um ioiô. Ora sobe ora desce, ora diz que está muito em cima (para os padrões lusitanos) ora muito em baixo (até para os padrões lusitanos). Às vezes não cai, fica por ali, rasteirinha como a base de um L, a linha reta de um eletrocardiograma fatal_____.
Não quero no entanto cometer o erro de Rui Tavares, o do partido da papoila. Não quero adormecer ninguém. Anteontem à noite, estava o jogo a acabar em Estocolmo e o País já ardia em orgulho legível no Twitter, quando o dissidente do Bloco decidiu entrar na festa. Em vez de fazer uma tabelinha, decidiu-se por um monólogo à Ronaldo - só que com um remate para o pinhal. Pôs--se a tweetar sobre política. Pensei: mas que raio, deve ser mesmo um partido para 150 pessoas.
Volto, portanto, ao futebol. Dizia eu: o W invertido, a recessão em W. Como se vê, as letras têm significados, significados até gráficos, mas os gestos às vezes são mais eficazes. É o caso do abraço recente entre Paulo Bento e Luiz Felipe Scolari a seguir ao Brasil-Portugal. Como se costuma dizer, aquilo ficou-me na retina. É público e notório que Portugal sofre do complexo do vira-lata, nas palavras célebres de Nélson Rodrigues. O que é? É um sentimento de inferioridade que vai da costa à contracosta, de Portugal ao Brasil, e que se exprime nos relvados, na política, na economia e por aí fora. Quando entramos na refrega, seja ela qual for, a coisa já parece inclinada.
É evidente que o Brasil ainda sofre deste mal, embora não claramente no futebol. Na justiça, sim, na economia também, depois de um momento em que parecia que não. Mas no futebol isso já era há muito tempo. Anos e anos de vitórias limparam a baba bovina da humildade da boca do escrete canarinho (outra vez Nélson Rodrigues). O Brasil virou predador-vencedor nos relvados; e nas freeshops também.
Scolari não é o pai desta transformação, mas deu-lhe outra base para andar. Mais tarde, tentou fazer o mesmo quando treinou a seleção de Portugal e foi essa atitude (mata-mata) que ele deixou a Paulo Bento (Carlos Queiroz foi um infeliz parêntesis). Ora bem, o dia de concretizar a lição chegou. Cristiano Ronaldo, um super, ultra-atleta como Usain Bolt e Lebron James, fez-nos sair da Suécia não de cabeça curvada, em G, mas como um justo ponto de exclamação. Não mudou nada no País, claro que não, o futebol é de outra galáxia, mas vivemos uma alegria como há muito não tínhamos sequer a confiança para imaginar. É isto: são as aspirações que fazem girar o mundo.
ANDRÉ MACEDO
Hoje no DN

Wednesday, November 20, 2013

O orgulho Nacional:

Todos ou quase todos portugueses ontem depois do jogo Suécia x Portugal a contar para o play-off do Mundial de Futebol a disputar em dois mil e catorze no Brasil se rejubilaram com o feito da Selecção Nacional. Cantavam, dançavam e diziam maravilhas. Mas se o feito fosse ao contrário os mesmos teciam os maiores impropérios. Não custa nada cantar vitória. O que custa é compreender e aceitar a derrota. Toda a comunicação social, escrita, vista e falada vieram logo com imagens, tom de fala e letras garrafais tornarem-se quase “donos” deste feito. Esqueceram o que disseram noutras ocasiões de infortúnio. Não pouparam Cristiano Ronaldo e companhia, incluindo Paulo Bento. Se fossem mais precavidos e dessem mais alento nas horas más a quem precisa de estímulo talvez não fosse preciso a Selecção viver horas de angústia. Nos bons momentos todos os santos ajudam, como se usa dizer. O pior é os maus momentos. As aves de agoiro aparecem logo. O que era bestial passa a besta e o seu contrário. Foi o que aconteceu.
Estou a escrever isto e desde já faço uma declaração de interesses. Gosto de três clubes portugueses: S. C. Freamunde, C. F. Os Belenenses e Selecção Nacional de Futebol. Para mim são os clubes do meu coração. Alegro-me com as vitórias e sofro com as derrotas. Sofro para mim. Não atribuo culpas a ninguém porque sei o quanto querer vai na alma de treinadores e jogadores. Se houver sucesso são eles que lucram com ele. Se houver desaires são eles os prejudicados. A nós espectadores ou telespectadores nada custa comentar uma jogada mal sucedida. Seja na bancada do estádio ou na poltrona de casa em frente à televisão temos logo remédio para o insucesso. Somos uns ases.
Nas nossas profissões cometemos erros e esses erros advém mesmo com conhecimento do que estamos a fazer. Porque nas nossas profissões temos conhecimento prévio do que vamos realizar. No futebol é tudo uma caixinha de surpresas. Não temos hipóteses da mesma jogada duas vezes. Se assim fosse corregia-se o erro. Mas, nestes dois jogos com a Suécia os jogadores erraram pouco. E quando se erra pouco é-se contemplado com o sucesso. Foi o que aconteceu ontem. Foi uma festa.
Não vou fazer destaques individuais. Portugal valeu-se pelo seu todo. Embora reconheça o quanto é gratificante ter um Cristiano Ronaldo. Vou fazer um destaque a uma terra e a um clube: Freamunde e S. C. Freamunde. O quanto dá orgulho ver naquele meio um seu filho: Antunes de seu nome. Nado e criado nesta terra e clube que a representa é um prazer vibrar com tão humilde jovem. Calcorreou a vida a custo. Aliás é lema de quem nasce naquele lugar: Gandarela. Quem ali nasceu sabe ao que me refiro. Foi ali que nasci. Calcorreou a passo, corridas, fintas e remates as classes mais jovens do S. C. Freamunde. Teve sucessos e insucessos. Nunca desistiu. Soube enveredar pelo profissionalismo. Com a sua tenácia e humildade chegou onde sempre qualquer jovem sonha: Selecção Nacional.
E, ontem quando entrou em campo a substituir Fábio Coentrão senti uma imensa alegria, aliás, como já tinha sentido noutros jogos mas, neste foi maior, porque era um jogo decisivo e este precisava de uma boa prestação do jovem Freamundense. E… deu-a. Digo jovem porque é assim que o vejo. E… os Freamundenses, julgo eu, sentiram o mesmo.
Lembraram-se do quão importante é possuir as várias classes de jovens que praticam desporto ao serviço do S. C. Freamunde. Não é qualquer clube modesto como o S. C. Freamunde se orgulha de ter contribuído com vários jogadores internacionais. Sendo claro que o nome mais sonante seja Antunes. Há outro que merecia uma chamada à selecção. Também nado e criado nesta terra e clube. Pelo campeonato que fez o ano passado ao serviço do F. C. Paços de Ferreira merecia essa chamada. Falo de André Leão. Tal como Antunes, julgo eu, tinha lugar naquele grupo. 
Ontem com a entrada de Antunes lembrei esta terra e clube. 
Por isso o orgulho que sinto por este País mal governado e mal dirigido que mesmo assim mostra ao Mundo de que matéria é feita esta raça de Lusitanos.                        

Dia Mundial dos Direitos da Infância:

Tuesday, November 19, 2013

E como não quero deixar passar esta efeméride sem dar a minha contribuição, embora a alegria na minha pessoa seja ténue e, pelo que constato, também na maioria dos portugueses. Assim, publico o vídeo “Alegria”, do Big Band, da Associação Cultural Recreativa Pedaços de Nós. Como disse a alegria é pouca mas é a forma de a comemorarmos.

Monday, November 18, 2013

Contam os nossos avós que um certo agricultor, passando a fronteira de Espanha, se terá queixado ao seu amigo espanhol de que as colheitas iam de mal a pior e que já nem davam para alimentar os animais de carga. Este de imediato propôs-lhe um negócio: Vender-lhe uma raça de burro que, com o tempo, habituar-se-ia a não comer, contribuindo para a diminuição das despesas. Tal dito. Tal compra.
Regressado a Portugal, depressa começou com o plano de emagrecimento, que começava por alimentar o animal, dia sim, dia não, até que chegasse ao ponto de o animal não comer.
 Algumas semanas depois, mostrava todo orgulhoso o burro aos seus vizinhos dizendo: vejam só, a última vez que comeu foi há quatro dias. Mais umas semanas e posso garantir-vos que se habitua e deixa de precisar de comer. Os dias passaram e a dieta intensificava-se e o agricultor passeava. De repente, a aldeia deixou de ver o agricultor e o burro.
Estranhando ausência prolongada, um vizinho bateu à porta do agricultor e perguntou "Está tudo bem consigo, vizinho? E o burro, está tudo bem com ele?". O agricultor, em lágrimas, responde-lhe "Ai vizinho, que desgraça, não quer você acreditar que o raio do burro morreu? Logo agora que já se tinha habituado a não comer".
Aproveito esta estória para a comparar à entrevista que César das Neves concedeu à TSF em que disse que o aumentar o ordenado mínimo levaria a que os empregadores não pudessem contratar outros empregados que estivessem ou no desemprego ou à procura de emprego. O aumento de cinco cêntimos diários arrasaria as finanças portuguesas e do patronato. Seria um suicídio porque subir o salário mínimo é estragar a vida aos pobres.
Este “economista” e, ser economista, advém outros predicados tais como a parte social e humana, para compreender que a economia de qualquer país só floresce quando a sua população tem poder de compra. Se assim não for nada lhe resiste porque as exportações não garantem a subsistência de qualquer país caso não seja produtor de ouro amarelo ou negro.
 Nada custa dar conselhos. Aliás, se os conselhos tivessem alguma utilidade quem os dá passaria a cobrar um preço por eles como fazem os médicos e advogados pela consulta. Como não é assim estes Césares das Neves tudo faz para agradar aos donos do dinheiro para continuarem a ser recrutados para novas entrevistas.
Se há classe que beneficia com a crise uma dela é a dos economistas. Estão em todo o lado e rastejam por todo o lado. Digo, rastejam, porque o que proferem não é digno de um ser humano quer seja cristão ou agnóstico.
Numa altura em que o Supremo da Igreja Católica dá exemplos de como deve ser o ser humano estas individualidades de bater com as mãos no peito e papar hóstias pregam o seu contrário.
Nem Zaqueu com a sua humilde atitude ilumina o cérebro desta triste raça que pavoneia pela comunicação social seja escrita, vista ou falada. E, por quanto tempo os temos de suportar.                     

Sunday, November 17, 2013

A blogosfera de Vasco Pulido Valente:


Vasco Pulido Valente escreve hoje no jornal Público sobre a entrevista que Fernando Moreira de Sá deu à revista Visão na passada semana. Para ele a blogosfera e as redes sociais são um repositório de iliteracia. Uma manada de incultos, que invadem esse espaço, que devia estar ao dispor de celebridades como ele.
"O covil dos traidores"









Não se lembra que colaborou em programas duvidosos. Tais como no jornal de sexta-feira da sua querida amiga Manuela Moura Guedes. Depois vem defender Manuela Ferreira Leite e Paulo Rangel pelos ataques que Moreira de Sá e sua equipa lhe dedicaram.
Este homem é de uma verticalidade que nos deixa dúvidas. Ela vai para o lado que lhe convém. Não é que no tal jornal de sexta-feira a Moura Guedes só via José Sócrates como o mau da fita. Eram impropérios atrás de impropérios. Adjectivos atrás de adjectivos. Vasco Pulido Valente nunca saiu em defesa de José Sócrates. Sabia bem malhar em quem não estava presente. Se ao menos fossem factos. Mas eram inverdades. Nunca ninguém provou nada. Era: ouvi dizer.
Mas tanto ontem como hoje o azeite está a vir à tona. E, quando assim é desfaz todas as contradições. Julgavam que José Sócrates se mantinha sempre calado. Mas o programa “A Opinião de José Sócrates” aos domingos à noite na RTP1 está a desfazer as “verdades” e os seus opositores estão com receio da sua hecatombe. Nada mais clarificador que esta crítica à blogosfera e redes sociais.
Os paladinos da verdade e sapiência estão a ficar enervados com o avolumar das verdades que são ditas nas tais redes sociais. Vasco Pulido Valente até chega a dizer que por ali anda gente de má nota. Não se lembra de quando fazia parte de “O Espectro”. Nesse só escreviam os literatos. Presunção e água benta cada um toma a que quer.

Saturday, November 16, 2013

Humor fim-de-semana:

Um advogado casou com uma mulher que havia sido casada oito vezes. Na noite de núpcias, no qarto do hotel a noiva disse: - Por favor meu bem, seja gentil. Ainda sou virgem!!! Perplexo, sabendo que ela havia sido casada oito vezes, o noivo pediu para que ela se explicasse. - Ela respondeu: - Meu primeiro marido era psicólogo. Ele só queria conversa sobre sexo; - Meu segundo marido era ginecologista. Ele só queira examinar o local; - Meu terceiro marido era colecionador de selos. Ele só queria lamber; - Meu quarto marido era gerente de vendas. Ele dizia que sabia que tinha o produto, mas não sabia como utiliza-lo; - Meu quinto marido era engenheiro. Ele dizia que compreendia o procedimento básico, mas que precisava de três anos para pesquisar, implementar e criar um método de utilização; - Meu sexto marido era funcionário público. Ele dizia que compreendia perfeitamente como era, mas que não tinha certeza se era da competência dele; - Meu sétimo marido era técnico de informática. Ele dizia que se estava funcionando, era melhor ele não mexer; - Meu oitavo marido era analista de suporte. Depois de dar uma olhada, ele disse que as peças estavam todas perfeitas, mas que não sabia porque o sistema não funcionava. - Por isso agora estou me casando com um advogado. - Por que eu? - Disse o advogado. - Porque tenho certeza que você me vai .....

A porca da política ou a política porca:

Estes últimos dois dias trouxeram ao nosso conhecimento notícias sobre a política portuguesa que é de estarrecer o comum dos mortais. Sabemos que na política nem tudo é limpo. Mas tanto não. Como pode pessoas que se dizem paladinos da verdade e que estão obrigados a um código deontológico descerem tão baixo. É como se diz: o vil metal está acima de tudo. E não se olha a meios para se atingir fins.
O sindicato de jornalistas devia de chamar à colação os autores destes feitos. Mas já não era um sindicato. Para actuar junto dos seus associados quer tenham razão ou não tem de ser uma ordem. E... sabemos com são a maioria dos sindicatos. Só olham para o seu umbigo. Depois lastimam-se ao estado a que chegaram. Porca política ou política porca. 
Também a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) se fosse uma instituição fiável tomava providências sobre estes casos lastimáveis. Mas o seu presidente - que tantas vezes elogiei como jornalista e comentador radiofónico - não os “têm” no sítio para actuar. Está ali para vir receber as pessoas à porta e elogiar a cor da sua (deles) gravata.
Não temos Procuradora Geral da República para vir a terreiro pôr ordem nisto tudo. Não falo da ministra da justiça porque esta beneficiou de toda a tramóia. Se assim não fosse não estava a esta hora a alambazar-se no poder.
Depois diziam que era Sócrates que manobrava tudo e todos para continuar no poder. À beira destes era um infantil. O que pintaram. É preciso não ter escrúpulos para conviver com estas situações.
Se tivéssemos um Presidente da República digno desse nome corria com esta gentalha toda. Mas não temos. Pelo contrário. É dos que também beneficia com estes trapaceiros.
Os jornalistas dignos deste nome deviam se reunir e exigirem a demissão destes pseudos jornalistas. São pessoas que não têm coluna vertebral. Ia dizer que deviam ser calcados mas não valia de nada. Como não têm ossos acontecia o mesmo como calcar um poio de merda.
Mais coisas havia a dizer. Mas mete nojo falar deste assunto. É tudo obra das maçonarias ou máfias. Por isso devemos de estar de atalaia sobre os defensores dos pobres.
Vem isto a propósito das notícias sobre as maçonarias ou máfias que projectam o assassínio do Papa Francisco. O capitalismo não sabe conviver com a democracia. Arranja todos os meios para banir quem lhes faça frente. É esta a sua democracia.

Friday, November 15, 2013

Nacos de vida. Poesia de Rodela:

Os meus dois amores

Quantas vezes louco e cego
ultrapasso o meu talento,
as rajadas do meu ego
são mais fortes do que as do vento.

Eu vou cantando a poesia
que vou fazendo a meu jeito,
só p´ra mostrar a alegria
que trago dentro do peito.

Nem ao filho dos meus ais
eu quero nem menos nem mais
são dois amores diferentes,

amados do mesmo jeito,
moram dentro do meu peito
mesmo que estejam ausentes.

Campanhas ao negro:

Gaspar fazia reuniões em off com jornalistas para dizerem em conjunto mal do Executivo anterior e cantarem loas à austeridade. Passos foi eleito na campanha interna do partido graças a um punhado de bloggers "especializados em desinformação" coordenados por Relvas, que também orquestrou a das legislativas; não teve estado de graça porque mal ganhou compensou todos (menos um?) com sinecuras, destruindo "a rede".
A primeira revelação é de André Macedo na sua coluna de ontem no DN, close-up de um ministro pintado pelos media como "um técnico puro" que afinal se desvendava em 2011, mal pegou ao serviço, como propagandista politiqueiro. A segunda efabulação é de um consultor de comunicação entrevistado pela Visão a propósito de uma alegada tese sobre "a importância da comunicação política digital na ascensão de Passos" e que assume a existência de campanhas negras contra o Governo Sócrates, com criação de "perfis falsos" no Facebook e no Twitter: "Se deixarmos uma informação sobre o caso Freeport num perfil falso e ele for sendo partilhado, daqui a pouco já estão pessoas reais a fazer daquilo uma coisa do outro mundo."
Estes dois vislumbres sobre a génese e a natureza do Governo Passos têm, até pela credibilidade muito distinta dos emissores, valores diferentes. Do que o André conta anota--se não que um político quis trazer a si os media - qual o espanto? -, mas que os jornalistas lhe saltaram para o colo, entusiasmadíssimos com as "ideias" da troika/Gaspar. Daquilo que o consultor de comunicação diz, entre infrene autopromoção, falsidades e absurdos (como garantir que em 2009 os blogues políticos tinham 30 mil visitas/dia e que a net foi fundamental para as vitórias), ressalta a ironia de certificar que os apoiantes do atual PM, incluindo "jornalistas no ativo" que, aliás, nomeia, fizeram tudo aquilo que imputavam furiosamente aos do Governo PS. Vai ao ponto de asseverar que a sua "equipa de voluntários" tomou como modelo de atuação o blogue Câmara Corporativa, que acusavam (emulando Pacheco Pereira, autor da teoria) de ser feito e pago a partir do gabinete de Sócrates, "usando informação privilegiada sobre pessoas": "Não éramos anjinhos, sabíamos bem ao que íamos", diz, gabando-se de que o seu "grupo" recebia "filet mignon informativo" do PSD de Passos através de "um mail fechado".
Mas a ironia não fica por aqui. Ao mesmo tempo que clama ter participado em campanhas ínvias e negras para manipular os media e a opinião pública, o entrevistado da Visão repete a acusação de que o gabinete do anterior PM fornecia "informação privilegiada sobre pessoas" ao tal blogue, sem que a revista exija dessa gravíssima alegação qualquer prova ou sequer exemplo. Às tantas, o tipo é mesmo, como pretende convencer (ou recordar?), muito bom no que faz. Ou temos de concluir que, como afiança, vivemos num "caldinho jeitoso para isto."
FERNANDA CÂNCIO
Hoje no DN
ban nha mat pho ha noi bán nhà mặt phố hà nội