De tempo a tempo, produz notícias sobre a vida privada de José Sócrates ou sobre a sua licenciatura. Este órgão de (des) informação faz lembrar o abutre: só se sente bem com o sangue das vítimas. Seja da maneira que for. Para ele - Correio da Manhã - o que interessa é noticiar sobre José Sócrates. Rende que se farta.
Vejo no Correio da Manhã jornalistas por quem sentia uma certa admiração pela sua isenção noutros jornais ou televisões. Mas, ali chegados, tem de se submeter à orgânica da direcção daquele jornal. Não interessa o estatuto de jornalista ou o código deontológico. O que interessa é noticiar. A mentira, dita tantas vezes, julgam que a torna em verdade.
Sobre a licenciatura de Durão Barroso só puseram na primeira página e não mais a abordaram. Já se passaram quatro dias e não dizem mais nada. Ai se fosse sobre José Sócrates! Era tema de notícia diariamente.
Outros pedem para averiguar a de Passos Coelho mas o Correio da Manhã não levanta uma palheira. Mais a mais a de José Sócrates foi basculhada por tudo e todos.
É mesmo uma obsessão que nutre por José Sócrates. E, quando isso acontece não sei qual a patologia que os pode curar.
"Qualquer comparação com Relvas ofende-me".
O antigo primeiro-ministro José Sócrates afirmou este domingo, na sua estreia como comentador da RTP, que “qualquer comparação” com o caso da licenciatura de Miguel Relvas o “ofende”, considerando que a demissão do ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares chegou tarde.
José Sócrates afirmou hoje, no seu novo espaço de comentário semanal na RTP, que a demissão de Miguel Relvas foi “tardia porque há muito tempo que se percebia que a manutenção daquele ministro prejudicava a acção governativa”.
Contudo, para o antigo primeiro-ministro, o maior motivo de preocupação é o “primeiro-ministro que fica” e que, no seu entender, “revela mesmo incapacidade para liderar esta remodelação governamental”. “O que me parece é que nesta remodelação o primeiro-ministro vai a reboque”, frisou.
Questionado sobre as comparações que têm sido feitas entre o caso da (polémica) licenciatura de Miguel Relvas – e que tem sido apontada como a principal razão da sua demissão – e a sua própria licenciatura, José Sócrates recusou qualquer termo de comparação.
“Qualquer comparação ofende-me. E os que fazem essa comparação agem apenas de má fé”, afirmou.
Na RTP, o antigo líder socialista referiu que fez o seu curso de engenheiro técnico civil “em quatro anos como era exigido”, acrescentando que nunca chumbou um ano e que mais tarde decidiu completar a sua licenciatura.
“Estive seis anos no ensino Superior, cinco em universidades públicas e tirei o meu curso fazendo todas as cadeiras, sem nunca chumbar a uma cadeira e nunca tive uma cadeira que me fosse dada por equivalência com base na minha experiência profissional”, argumentou José Sócrates.
“Rejeito qualquer comparação. Essas comparações só podem ter por base a má fé”, insistiu, recordando que, depois da licenciatura tirou um MBA no ISCTE. “Fiz dois anos para tirar o MBA e fui aliás o melhor aluno, desculpem a modéstia, em ‘ex aequo’ com outro”, contou Sócrates.
O antigo primeiro-ministro recordou também que a sua licenciatura foi investigada e que não resultou dessa averiguação qualquer indício de irregularidades. “O Ministério Público concluiu que nunca fui beneficiado em nada, nunca tive equivalências com base em experiência profissional, nunca houve nenhuma ilegalidade, no que me diz respeito, nem irregularidade”, concluiu Sócrates.
08 de Abril de 2013 | Por Eudora Ribeiro NM
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