Quarenta e oito anos de opressão…
menos somente um mês e quatro dias!
Foram por conseguinte
dezassete mil e quatrocentos dias de opressão!
Quase meio milhão de horas vazias,
de violências, de injustiça e pranto…
nem sei como pudemos esperar tanto!
Foi um pavoroso e longo inverno,
uma ideia sombria que remota
quinhentos e setenta e cinco meses,
um verdadeiro inferno!
Meio século destilando gota a gota…
anos e meses…
semanas, dias, horas e minutos,
momentos infernais,
o mais fatal dos lutos
e eu, na minha angústia, quantas vezes
julguei até que não findavam mais!
Quarente e oito anos
de triste ansiedade,
de mágoas, decepções e desenganos…
tanto tempo de espera
por esta Primavera
que nos resistiu a libberdade!
17 de Agosto de 1974
Do livro “Poemas da Madrugada”
José Rosa Figueiredo
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