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Friday, May 31, 2013

Ir à caça e ser caçado:

Se eu fosse Adriano Rafael Moreira, depois de ouvir a resposta que lhe deu Ana Drago, o que me restava era encontrar um dos vários buracos do Parlamento. Todos os dias só saem de lá ratos. E... que ratos! Metia-me num deles e só saía quando amainasse este assunto. A falta de verticalidade e vergonha é no que está a dar. 
Por isso os portugueses devem acordar da letargia para que este governo os conduziu. Até tem o desplante de dizer que o Estado é um mau gestor quando os gestores são eles próprios. 

O Estado não é gestor de coisa nenhuma. O Estado é um ser abstracto com umas costas largas para encobrir os "Rafaéis" deste País e do Parlamento. Depois, de gestões danosas, ainda cospem no prato que comem. Rua com eles.

“Acordai”
acordai
homens que dormis
a embalar a dor
dos silêncios vis
vinde no clamor
das almas viris
arrancar a flor
que dorme na raíz

Acordai
acordai
raios e tufões
que dormis no ar
e nas multidões
vinde incendiar
de astros e canções
as pedras do mar
o mundo e os corações

Acordai
acendei
de almas e de sóis
este mar sem cais
nem luz de faróis
e acordai depois
das lutas finais
os nossos heróis
que dormem nos covais
Acordai!
José Gomes Ferreira

A minha família:

Nunca escrevi nenhum texto sobre ela. Não por falta de temas mas sim porque entendia que quem me lesse julgava que estava a ser coruja e só revelava o lado bom. Não é esse o caso. Quem a conhecia sabe que era humilde e que tanto o meu pai como minha mãe também eram filhos dessa humildade. 
Mais a mais, o meu pai era filho de mãe solteira, nunca teve muita afinidade com ela, mais tarde veio para nossa casa  doente, passado uns dois anos veio a falecer.
Recordo-me dela mas a simpatia era pouca porque sou adepto de que quem meus filhos beija minha boca adoça. E, não foi o que aconteceu com o meu pai. A boca dele sempre esteve azeda.
Dos pais da minha mãe, António Pacheco e Isabel Ribeiro, tinha por eles um carinho especial. Várias vezes ia a sua casa e lá me ofereciam um pouco do pouco que tinham. 
As minhas tias, - só tinha tias - Isaura, Melânia, Francisca e Eva, esta com esse nome, porque a profecia dizia que num conjunto de cinco filhos seguidos se fosse do sexo masculino o quinto tinha de se chamar Adão, no caso do feminino, Eva. Hoje, das cinco, está viva a Francisca que casou e passou a viver em S. Mamede de Negrelos, S. Tirso.
Como ia dizendo, meu pai foi criado com a sua avó. Também desconheço quem era o seu marido, neste caso meu bisavô,  pois nunca o meu pai se referira a ele. Era sempre à sua avó e com um carinho especial. Por esse motivo julgo que o meu pai a tinha como uma mãe. A quantos isso aconteceu!
Meu pai aprendeu a profissão de serralheiro civil e pela vida fora a única que exerceu. Minha mãe foi para criada de servir logo que terminou a instrução primária. Era o que esperavam as crianças desse tempo. Na casa de seus pais era uma boca a menos a comer.  E, para ela, o futuro passou a ser mais sorridente. Até que começou a namorar com o meu pai. 
Nessa altura, primeira metade do século passado, era esta a sina de quem vinha das chamadas famílias pobres. Como todos, pobres e ricos, quando atingiam a maior idade pensavam em casar para formar família. Depois de acabado o serviço militar resolveram juntar os trapos, que é o mesmo que dizer: casar. Era assim naquele tempo. 

Havia, um ou outro casal, que se "amantizava", era o termo usado, hoje diz-se "união de facto", que é o que faz a maioria dos nossos jovens. Assim, a quatro de Agosto de mil novecentos e quarenta e seis os meus pais resolveram dar o sim na Igreja Matriz de Freamunde.
Meu pai continuou a trabalhar na Fábrica de Albino de Matos Pereira & Barros, “Fábrica Grande”, sendo sócio o dono da casa em que minha mãe servira. Certo é que minha mãe passou a lá ir para ajudar nalguma coisa e ser correspondida com qualquer dádiva para fazer face à vida. 
Assim nasceu-lhes primeiro uma menina. Depois calhou-me a mim. Num dia de Janeiro lá vim ao mundo. Não sei a maneira e o sofrimento que causei a minha mãe. Não tenho a memória de Marinho e Pinto.
"É assim que nasce um ser humano. E esse momento é belo também porque a mulher que berrava de dores passa a rir-se de alegria e beija pela primeira vez esse filho (em outras espécies animais, as mães são ainda mais autênticas pois lambem demoradamente os recém-nascidos). Esse momento é belo, sobretudo, porque é o instante em que as dores da vida se metamorfoseiam na felicidade apoteótica da maternidade e da paternidade. Eu lembro-me bem desse momento. Nunca esquecerei o momento em que nasci e, sobretudo, nunca esquecerei o primeiro beijo que a minha mãe me deu - quase moribunda por me ter parido.”
Depois, atrás de mim, vieram uns quantos até perfazer dez. Nesse tempo as famílias eram numerosas. Não sei se era por causa do abono de família ou se acontecia como a muitas que derivado à sua localização - viviam próximo de uma linha de comboio - e, como o comboio passava a horas inconvenientes só lhes restava duas soluções: para se porem a pé para irem trabalhar era cedo para dormir era tarde. Também não existia a televisão. O que é certo, é que lá vínhamos ao mundo.
Hoje, quase todos avós, quando nos juntamos lá vêm as peripécias familiares. Os mais velhos, como eu, com lamentações. Argumentando que não tivemos a sorte dos mais novos e que tiveram de se fazer à vida quer a trabalhar em fábricas, no que respeita aos sexo masculino, ou criadas de servir quer se tratasse do sexo feminino, e estas, dizendo que tiveram de abandonar os pais e a casa. 
Os mais novos dizendo que apanharam os pais mais velhos e mais rabuzentos. Os meus pais se fossem vivos enchiam-se de alegria e sorriam pelo que lhes era dado ouvir e  agradeciam a Deus, como crentes que eram, pela filharada que puseram no mundo e nos seres humanos que se tornaram. Sentindo-se felizes e realizados. Era assim a geração dos finais da década de quarenta e princípio de cinquenta.
Não me envergonho e gosto de relatar estes factos. Há quem se retraia e diga que não podemos escolher os pais. Mas se isso fosse possível escolhia os que tive. Porque tive os melhores do mundo. Se não me puderam dar um futuro melhor isso deveu-se a quem nos governava. 
Esses é que deviam ter vergonha e ser responsabilizados pelo mal que nos causaram. Só sabiam governar à base do obscurantismo. E ter um povo inculto e necessitado é o lema das ditaduras. E, tanto meus pais, eu e meus irmãos somos filhos dessa ditadura. Que é o mesmo que dizer produto dessa governação. 
Aos meus pais, estejam onde estiver e, julgo que pessoas como eles só tem um lugar para estar: que é o Céu. Porque no "inferno" passaram eles uma vida.
O fenómeno já me irritou, mas agora acho piada à coisa: os portistas não comemoram a vitória do FC Porto, comemoram a derrota do Benfica. E há aqui uma diferença. O FC Porto é uma irrelevância na minha relação com o Benfica. Eu comemoro as vitórias do Benfica, eu sinto alegria pelo Benfica, ponto final. Os portistas, porém, não têm esta relação com o FC Porto. Para se sentirem portistas, eles têm de odiar uma coisa exterior ao clube, o Benfica, Lisboa, os magrebinos, os mouros, etc. Ou seja, a agremiação nortenha não é auto-suficiente, não é grande o suficiente, precisa do meu Benfica. Naturalmente, eu só podia achar piada a este fenómeno que deveria interessar aos departamentos de antropologia. Porquê? Porque confirma a superioridade do Benfica. Para existir como adepto, o portista precisa do Benfica. O benfiquista só precisa do Benfica.
No dia-a-dia, eu não acompanho os jogos do FC Porto. Nem sei quando joga. Ao invés, cada portista é um especialista do Benfica. Sabem sempre quem está lesionado, quem é o árbitro do jogo do Glorioso e vêem os jogos do Benfica com mais intensidade do que os jogos do FC Porto. Naqueles corações em perpétua vingança, a derrota do Benfica é mais saborosa do que a vitória do FC Porto. Até apetece dizer que cada portista é um benfiquista em potência. É como se cada portista tivesse à espera do momento certo para fazer o seu coming out futebolístico, é pá, afinal eu sou benfiquista, ó paizinho, importa-se de passar o sal a um mouro? O portista é uma dependência emotiva do Glorioso.
E esta dependência chega a ser cómica. Estamos a falar de um clube que domina há uma geração (25 anos) o futebol português. Apesar deste domínio do tamanho dos Clérigos, a agremiação em causa mantém a mentalidade de cerco, a mentalidade do Asterix que vai desafiar o centro romano. Isto é um pouco ridículo, repito, porque passados 25 anos o centro do futebol português está no Norte e no FC Porto, em particular. O centro já não é o Benfica, que ganhou 4 títulos nos últimos 23 anos. Ao longo deste tempo, o FC Porto devia ter desenvolvido uma cultura autónoma, uma cultura de clube grande, uma cultura de Império do Meio que não precisa do "outro" para saber quem é. Mas de forma um pouco estranha isso não aconteceu. Porquê? A visão pequenina de Pinto da Costa não o permite: depois de tantos êxitos internos, depois de 2 Ligas dos Campeões e 2 Ligas Europa, o líder da agremiação diz que a sua maior alegria foi "vencer um campeonato na Luz". Ora, esta incapacidade do FC Porto para criar uma cultura sem a variável Benfica dá-me um certo conforto. Só ficarei preocupado quando descobrir portistas a comemorar as vitórias do FC Porto e não as derrotas do Benfica.
Henrique Raposo
No Expresso de hoje

Thursday, May 30, 2013

O Corpo de Deus é um evento milenar baseado em tradições católicas. É realizada na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade, que, por sua vez, acontece no domingo seguinte ao de Pentecostes. 
Com o intuito de levantar a economia e a indústria,  mas a intenção era outra, o Governo resolveu acabar com dois feriados civis, Implantação da República e Restauração da Independência, os católicos, Corpo de Deus (era assinalado a uma quinta-feira, 60 dias após a Páscoa) e Dia de Todos os Santos. Este feriado era celebrado em várias localidades portuguesas com as suas tradicionais festas e romarias e a celebração da comunhão solene.
Assim, quando devíamos estar a celebrar este dia Santo, acontece que os portugueses estão a trabalhar de borla. Há quem diga que com esta medida só ganha as empresas privadas. As públicas depois de contabilizados os ganhos e os gastos chega-se à conclusão que os ganhos são menores que os gastos.
Depois há a desmotivação porque os trabalhadores sabem que o intuito é de beneficiar as grandes empresas. No que toca às grandes superfícies são tremendos os ganhos. 
Estas para laborar nestes dias tinham de compensar os seus funcionários com uma percentagem de uns tantos por cento. 
Assim os trabalhadores continuam a dizer que este governo continua a ser forte com os fracos e fracos com os fortes.      
Antes do encontro para congregar as esquerdas, Mário Soares afirmou que “Paulo Portas tem sido chantageado pelo Governo”. “Quando admitiu que estava a ponderar se ficava ou não, o caso dos submarinos voltou à primeira linha”, sustentou o ex-Presidente, evocando ainda o dossiê Pandur.
O antigo Presidente da República Mário Soares decidiu convocar um ‘conselho de Esquerda’. O histórico político quer reunir quinta-feira, na Aula Magna, as direções de todos os partidos de esquerda com representação parlamentar – Partido Socialista, Partido Comunista Português e Bloco de Esquerda – e as centrais sindicais.
Será um primeiro passo para fazer cair o Governo de Passos Coelho e, o que seria inédito, permitir a eleição de uma grande coligação de esquerda. “Eu gostaria, mas não posso dizer se sim ou não”, assumiu Mário Soares, entrevistado pelo I: “é importante tão-só que se juntem pessoas indicadas ou não pelos partidos e das centrais sindicais que se reclamem da esquerda e se afirmem contra a austeridade e considerem que é fundamental e urgente que o atual Governo se demita”.
A ‘ameaça’ do executivo de Passos Coelho implodir por vontade de Paulo Portas, ministro dos Negócios Estrangeiros, é um cenário no qual o ex-Presidente e antigo primeiro-ministro não acredita. “Paulo Portas tem sido chantageado pelo Governo por causa do processo dos submarinos e dos carros de combate Pandur”, garantiu.
“Quando, pela primeira vez, Portas admitiu que estava a ponderar se ficava ou não, o caso dos submarinos voltou à primeira linha. E isso obriga-o a continuar no Governo. O medo é que manda na vinha”, complementou o histórico socialista.
A hipótese da iniciativa partir do Presidente da República também é descartada por Mário Soares. O conselheiro de Estado lembrou que Cavaco Silva insiste que o Governo tem “legitimidade” para concluir o mandato: “é verdade que disse e foi terrível para ele. Um Governo que não fala com o povo que elegeu – nem pode sair à rua sem ser vaiado – não tem legitimidade. Ou então é porque já não estamos em democracia”.

Há quem os tenha no sítio:

O presidente da junta de freguesia de Carnide, em Lisboa, que desde o final da tarde de ontem se fechara na estação de correios da freguesia, manteve-se encerrado no local durante cinco horas e só saiu depois de ter recebido garantia formal de que o encerramento daquele espaço não ocorrerá e que hoje se reúne com a administração dos CTT.
O autarca tinha exigido que a administração dos CTT assumisse o compromisso de que a estação não encerrará para já. Paulo Quaresma e mais de uma dezena de utentes fecharam-se pelas 17:45 na estação, em protesto contra a decisão dos Correios de encerrar aquele serviço. Com eles estavam também os três funcionários da estação e quatro agentes da PSP. O grupo só deixou o espaço próximo das 22:45.
Paulo Quaresma explica as suas razões aos jornalistas Fotografia © Álvaro Isidoro / Global Imagens

"Recebemos um telefonema dos serviços de segurança dos CTT, dando a garantia que a estação não seria fechada e que seremos recebidos [hoje], numa reunião, às 12.30", disse ao DN Paulo Quaresma.
"Esta é uma luta que tem mais ou menos dois anos. Houve uma primeira intenção da administração dos CTT de encerrar esta estação, tivemos uma reunião com eles e quer a junta quer os CTT assumiram compromisso de manter esta estação aberta até ao final de 2014", explicou.
Segundo o autarca da CDU, a junta cumpriu a sua parte, "divulgar e promover esta estação para que mais pessoas a utilizassem". Por isso, foi com surpresa que na segunda-feira foram informados da intenção dos CTT de fechar o posto. Entretanto tiveram a indicação de que ontem era o último dia e acabaram por se deslocar até ao local.
Na rua, população apoiava o protesto. "Só na Quinta da Luz moram três mil pessoas. Outros milhares moram nas proximidades. Isto é gravíssimo. As pessoas precisam deste serviço. Esta estação tem níveis de utilização muito elevados. Temos uma percentagem elevada de população idosa, com dificuldade de mobilidade, que precisa deste serviço", defendeu Paula Velasquez, presidente da associação de moradores da Quinta da Luz, onde fica a estação de correios.
Ana Maia
No DN

CARTA ABERTA AO DR. SILVA LOPES:

Maria do Rosário Gama

Exmº Sr. Dr. Silva Lopes
Foi com perplexidade que li no jornal “Público” as declarações que o Senhor prestou à Rádio Renascença, pois sempre me mereceu respeito por muitas das posições que já assumiu ao longo da sua vida mas, desta vez, na minha opinião, ultrapassou o limite do razoável ao afirmar peremptoriamente que “não há outro remédio” senão o corte das pensões.
O cidadão comum, ao ler a notícia do Público, questiona-se sobre qual será o valor da(s) sua(s) pensão(ões) uma vez que está tão à vontade para sofrer os cortes que o Governo está disposto a implementar. Devia, antes de prestar essas declarações, fazer uma declaração de interesses e dizer a todos quanto recebe mensalmente.
Ao senhor, não fará diferença sofrer cortes de 10 ou de 20% mas a maioria dos aposentados e pensionistas NÃO AGUENTA mais cortes.
Saiba o Sr. Dr. que segundo dados do EXPRESSO de 8 de Dezembro de 2012, (ainda antes da aplicação da sobretaxa e da “malfadada” Contribuição Extraordinária de Solidariedade), num total de 2.092 milhões de Pensionistas da Segurança Social, 1.881 milhões (87,2%) têm pensões inferiores a 500 Euros, havendo 12,9% com pensões inferiores a 294 Euros/Mês e só 11.400 (0,5%) têm pensões entre 2500 e 5000 Euros. No que se refere à Caixa Geral de Aposentações, dos 453 mil Aposentados só 0,6% (15.740) recebiam pensões acima de 3000 € (juízes, magistrados, professores catedráticos) mas 12,6% recebiam pensões inferiores a 294 €/mês e 8,5% tinham pensões entre 294 € e 500 €. Podia acrescentar outros dados mas estes são suficientes para se perceber quão injusta e desumana é a frase do Sr. Dr. “"Acho muito bem o corte nas pensões". O Senhor pode achar mas os Aposentados, Pensionistas e Reformados que tiveram uma carreira contributiva de longos anos, que descontaram segundo as leis vigentes, que viram o cálculo das suas pensões feito segundo as regras estabelecidas, não podem achar bem que lhes retirem aquilo a que têm direito.
Diz o Senhor que a “a geração grisalha não pode asfixiar a geração nova da maneira como tem feito até aqui", mas esquece-se de dizer que a geração mais nova é a geração dos nossos filhos e netos e esquece-se de dizer, ou não sabe, que a geração grisalha constitui, neste momento, o subsídio de desemprego daqueles que o senhor diz serem asfixiados. Gostaria de tê-lo ouvido dizer que o Governo e a Troika não podem asfixiar os Portugueses reformados ou no activo, que têm que adoptar uma política que leve ao crescimento económico e que combata o desemprego. Só assim a geração mais nova pode não viver asfixiada e não com o cortes nas pensões dos seus pais e avós.
“Sou a favor da contribuição de solidariedade social” diz o senhor - não sei qual a contribuição a que se refere, se a Contribuição Extraordinária de Solidariedade se a nova taxa, chamada Taxa de Sustentabilidade. Em qualquer dos casos é de lamentar que, num país que não declarou o estado de emergência e que, mesmo nessa situação, as leis devem ser gerais e abstractas, aceite que só um grupo social seja afectado. Nós já pagamos as contribuições e impostos como todo o cidadão deste país, não podemos aceitar ser discriminados da forma que o Senhor aceita.
“Sou a favor desta taxa que o Governo agora promete e que, se calhar, também vai ser declarada inconstitucional” continua - Ainda bem que temos uma Constituição que defende o Estado Social por muito que os senhores estejam contra ela. É já pouco do que resta do 25 de Abril; todos os democratas deviam regozijar-se pela protecção que a lei fundamental dá ao cidadão e que, por esse facto, devia ser objecto de respeito.
Finalmente acrescenta nas suas declarações “se nós temos a Constituição e a interpretação do Tribunal Constitucional a impedir estas coisas, isto rebenta tudo” Ai rebenta, rebenta, mas não do modo como o senhor pensa…Rebenta pelo lado do mais fraco… O desânimo já é muito e as pessoas não são estúpidas. Sabem que há outras opções que permitem ao Governo ir buscar o dinheiro em vez “roubar” aos aposentados, pensionistas e reformados e também aos funcionários públicos que, tal como nós, são vítimas de um governo vampiresco que sugará até à última gota de sangue se o deixarmos.
A Presidente da APRe! – Aposentados, Pensionistas e Reformados

Wednesday, May 29, 2013

Victor Gaspar, o Jorge Jesus das Finanças:

Hoje, na audição ao Ministro das Finanças, na Comissão Eventual para Acompanhamento das Medidas do Programa de Assistência Financeira a Portugal, por parte da Troika, que assisti na íntegra, fiquei estupefacto com o que ouvi e vi. Victor Gaspar a uma pergunta do deputado do PS, Basílio Horta, fez um chorrilho de acusações ao PS pela forma como negociou o programa de ajuda financeira a Portugal por parte do Governo PS com a Troika, liderado na pasta das Finanças por Teixeira dos Santos.   
Foi deselegante tanto para Basílio Horta, PS e Teixeira dos Santos, este actualmente não é deputado do PS, pelo que não se podia defender. Espero que Teixeira dos Santos o faça nos órgãos de comunicação social para defesa da sua honra. 
Victor Gaspar usou tal maneira e despropósito que levou o Presidente da Comissão, Vieira da Silva, deputado do PS e Ministro do anterior Governo, no final da audição a corrigir a forma e tempo como Victor Gaspar o fez.  
Victor Gaspar está a ficar como o governo: cansado e sem jeito para coisíssima alguma. O que me admira é os deputados da maioria suportar tal coisa. 
Ao dizer que o programa da Toika foi mal delineado, ao fazer estas afirmações, está também a culpar Passos Coelho, que disse que era o seu programa, que com o tempo ainda o levava para além do da Troika, assim como Eduardo Catroga que até tirou uma fotografia acompanhado de Teixeira dos Santos, que Eduardo Catroga fez questão, para mais tarde recordar. 
Esta cena passou em toda a comunicação social com Catroga todo garboso. Quando assim acontece as manifestações tem carácter de vitória porque ainda não vi alguém manifestar-se e sorrir na derrota.
Victor Gaspar ainda há dias acusou Anselmo Crespo, repórter da SIC, por deselegância numa pergunta que fez ao representante do Eurogrupo. 
Não há pachorra para o aturar. Não tem métodos e em tudo que toca produz efeito contrário. Os analistas políticos estão agora a perceber no logro que caíram ao tecer-lhe elogios.
Mas... enquanto isto quem sofre é o povo. Esta situação faz-me recordar uma antiga, vivida por mim, quando tirava a especialidade de Rádio Telefonista no Quartel de Caçadores 5 em Campolide, Lisboa. 
O meu pelotão era comandado por um Aspirante - não me recordo do nome - nos exercícios de educação física, alguns soldados por não estarem ambientados com a ginástica, não a executavam segundo as suas regras. Então punha-nos numa posição de flexões e com voz à Victor Gaspar - longe de mim pensar que tal personalidade um dia vinha aparecer na minha vida - fazia um sermão como desejava que correspondêssemos aos seus exercícios. Fazia com tal sadismo que via correr as lágrimas pela face de alguns soldados que ainda sorria. Se ele soubesse o que nos ia na alma não tinha vontade do sadismo e riso que nos presenteava.
Tudo acontecia porque éramos uns pobres soldados. É o que acontece com Victor Gaspar. Sabe que a maioria dos portugueses não tem recursos e são obrigados a executar os exercícios para os quais ele não está habilitado. 
Faz experiência atrás de experiência e não vê na posição de flexões que nos está a pôr como esse Aspirante a quem tive o infortúnio de ter como comandante do meu pelotão. 
Mas, ao menos o Aspirante assumia que era a vontade dele. Ao contrário Victor Gaspar torna as culpas a outros.

O pior cego é aquele que não quer ver:

Este título vem a propósito de uma carta que o actor de teatro Ruy de Carvalho escreveu às Finanças sobre a desclassificação de “Artista” para “Prestador de Serviços. Não quero com isto dizer que não tem razão. O andar de cavalo para burro é no mínimo motivo para desconforto de qualquer ser humano. Mas quantos passaram por isso e Ruy de Carvalho não se incomodou. 
Havia em tempos quem se incomodasse e opusesse a este tipo de situação. Era a chamada classe intelectual. Hoje esses intelectuais - para não dizer Ruys de Carvalho - só olham para o seu umbigo. Depois é como no “Intertexto” de Bertold Brecht:
“Primeiro levaram os negros. Mas não me importei com isso. Eu não era negro. 
Em seguida levaram alguns operários. Mas não me importei com isso. Eu também não era operário. 
Depois prenderam os miseráveis. Mas não me importei com isso. Porque eu não sou miserável. 
Depois agarraram uns desempregados. Mas como tenho meu emprego. Também não me importei. 
Agora estão me levando. Mas já é tarde. Como eu não me importei com ninguém. Ninguém se importa comigo.”
Se não fosse este caso tudo continuava como dantes no Quartel de Abrantes.
Ruy de Carvalho continuava a apoiar este Presidente da República, aliás quando foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, só faltou beijar a mão a Cavaco Silva por tal lembrança. 
Não se incomodou de apoiar Passos Coelho para Primeiro-ministro e com isto não reeleger um Governo que fez muito pela Cultura e pelo Teatro.
O andar de olhos vendados ou só pensar em si e nos seus é o que dá: comiseração. 
E, os portugueses tão cedo não se esquecerão do alheamento dos seus intelectuais pelos plebeus. Estes não tem notoriedade e voz para revindicar o que quer que seja. 
Mas eram os que contribuiam para que a classe de “Artista” vingasse, ao contrário dos pseudo-intelectuais que os vê e lhes atribuem a de “Prestadores de Serviço.
Por isso, para o cego começar a ver, nada como lhe mexer na venda que durante muito tempo transportou nos seus olhos. Ou calcar os calos para saberem como são as dores. 
Só que mesmo com o mexer na venda ou calcar os calos julgo não ser suficiente porque a qualquer momento alguma latada deixa cair uma parra.

Tuesday, May 28, 2013

Está no discurso e no forma de fazer política. Quando se tem de elogiar uma medida tomada -  caso de Sócrates - sendo ela para o bem geral da população, não se deve ficar em meias tintas, deve-se elogiá-las, mesmo que elas venham dos nossos adversários. Da mesma forma, sendo o seu contrário, deve receber a reprovação.
Mas, a direita portuguesa é exímia em criticar e desfazer o que os antecessores elaboraram. Veja-se o caso na Educação, Saúde, Segurança Social, Energia Renovável, Novas Oportunidades e mais umas quantas medidas que o Governo Sócrates pôs em prática. 
Não é por acaso que hoje uma grande parte que contribuiu para a queda do Governo Sócrates está arrependida. Votaram em Passos Coelho e agora sentem o vazio. Foi deitar no escuro.
Por falar nisso há dias em conversa com um amigo, que votou PSD, fiz-lhe esta comparação: o teres votado no PSD foi a mesma coisa que numa viagem de carro numa curva desconhecida da estrada entrares a toda a velocidade e no fim de a concluíres tens um desastre.
Eu nesses casos sou prudente. Se não a conheço uso toda a calma e à medida que avanço acelero ou não. Também tenho atenção na qualidade da viatura. Agora quem se lamenta, o que quis foi entrar na curva, desconhecendo o seu trajecto. O que era preciso era desfazê-la a qualquer velocidade.           
Assim deixamos de curvar nas curvas nossas conhecidas para ser nas do além. E, sabemos como o além é uma escuridão imensa. Quando te acontecer de entrares numa curva para ti desconhecida pensa nisto que te estou a dizer e depois faz uma comparação entre essa curva e a tua decisão de contribuíres para a eleição de Passos Coelho. Em ambos os casos estavas de olhos vendados.  

Monday, May 27, 2013

Frases célebres:

Bate-boca no Parlamento inglês.
Aconteceu num dos discursos de Churchill em que estava uma deputada oposicionista, Lady Astor, que pediu um aparte.
Todos sabiam que Churchill não gostava que interrompessem os seus discursos.
Mas concedeu a palavra à deputada.
E ela disse, alto e bom som:
- Sr. Ministro, se V. Exa. fosse meu marido, colocava veneno no seu chá !
Churchill, lentamente, tirou os óculos, seu olhar astuto percorreu toda a plateia e, naquele silêncio em que todos aguardavam, respondeu:
- Nancy, se eu fosse seu marido, tomaria esse chá com todo o prazer!

Sunday, May 26, 2013

Não se acabou a fé perdeu-se tudo:

Assim desabafou o Quim “Fala-barato” quando encontrou o João da “Isaura” e o Zé “parafuso. -  Não acredito em azares e mesinhas - disse o João da “Isaura”. É muita areia para a minha camioneta e não acredito no Jorge Jesus. Olhai! Comparo-o ao José Peseiro aqui há uns anos. Também podia ganhar tudo em que estava metido e sabeis que ganhou tanto como o Glorioso este ano: nada! Mas mesmo nada. Andou-se a alugar a Praça do Marquês de Pombal, em Lisboa, para fazer os festejos e agora quero ver quem paga o aluguer. 
- Deixa-te disso - respondeu o Quim “Fala-barato. O mal é o gozo que os Portistas nos dão. Quero lá saber quem vai pagar o aluguer!
- Também vais mesmo aos pormenores - entrou novamente na conversa o João da “Isaura” - só disse isso como metáfora. Porque sei bem que para se festejar a vitória do Campeonato ou da Taça não é preciso alugar nada. Basta o povo comparecer ali. Não vês que o Rui Rio, Presidente da Câmara Municipal do Porto, não convida para os Paços do Concelho o F. C. Porto para os homenagear mas os adeptos invadem-lhe a Avenida dos Aliados e ninguém lhes cobra nada.
- Também era melhor - argumentou o Zé “Parafuso”. Ter de pagar o aluguer numa coisa que é da cidade e o que é da cidade é do povo.
- Era melhor porquê? - Respondeu o Quim “Fala-barato”. Eles não vão para ali fazer lixo? Quem o arruma não são os empregados da Câmara? Portanto, se pagassem uma coima, nestes casos acho bem. Porque são todos os munícipes que pagam com os seus impostos e nem todos gostam de futebol e de festejos.
- Não vim aqui para falar do F. C. Porto - disse zangado o João da “ Isaura”. Já me basta estes dissabores e agora trazeis para a contenda quem dizeis que odiais. Para mim eu sei o que devia fazer o Luís Filipe Vieira: era não renovar com o Jorge Jesus, contratar um novo guarda-redes, um defesa direito e outro esquerdo e vós vias como voltávamos a ganhar o campeonato. Assim não nos queixávamos das arbitragens. Era um ver que te avias.
- Concordo contigo. - Disse o Zé “Parafuso”.
- Olha, olha - retorquiu o Quim “Fala-barato”. Assim nem é preciso treinador. Se se vai buscar tudo do melhor que há para que é preciso gastar dinheiro num treinador!
- Não! - Disse o João da “Isaura”. O Real Madrid deu tudo o que é de bom ao José Mourinho e o que é que ele fez? Nada! Aliás são os dois piores exemplos de clubes europeus.
- Quem é o outro? - Perguntou o Quim “Fala-barato.
- Estás a gozar comigo - respondeu o João da “Isaura”. O outro sabes bem que é o Benfica.  
- Isto faz-me lembrar um antigo corredor de ciclismo - exclamou o Quim “Fala-barato”. Iniciava uma fuga, andava quilómetros e quilómetro sozinho, quando via que ia ser apanhado, simulava uma queda. Ao outro dia a comunicação social dizia: se não fosse aquela queda hoje quem vestia de amarelo era o corredor fulano de tal - aqui não refiro o nome, mas quem me lê sabe a quem me refiro. Portanto e em final de conversa o Glorioso este ano faz-me lembrar esse corredor de ciclismo.
- Diz em final de conversa! - Atalhou o Zé “Parafuso”. Já sei que vais para casa e quem vai aturar essa "telha" que andas há dias vai ser tua mulher.
- Oh! Não me fales nisso - retomou o Quim “Fala-barato”. À minha cara-metade modifiquei-a em muita coisa mas o ser simpatizante do F. C. Porto é uma espinha que me está atravessada na garganta. Levei-a várias vezes a ver o Glorioso mas nem assim. Ela nestes momentos sabe o que sofro e não mete conversa. Uma vez na cama ainda tentou mas virei-lhe o cu.
- Isso foi o que ela quis! - Com isto entrou na conversa o João da “Isaura” que há um bom bocado de tempo se mantinha calado. Assim não teve de te aturar e, quando digo aturar, sabes ao que me refiro. 
- Ao rapaz já não estou para aí virado, - isso foi “chão que deu uva”. E... "ele", é como o Benfica: no princípio teso mas com o decorrer do tempo fica flácido e cai por terra sem honra e glória.

Frases célebres:

Einstein recebeu uma carta da miss New Orleans que lhe dizia:
"Prof. Einstein, gostaria de ter um filho seu... A minha justificativa baseia-se no facto de eu ser um modelo de beleza, e tendo um filho com o senhor certamente que o garoto teria a minha beleza e a sua inteligência".
Einstein respondeu:
" Querida miss New Orleans, o meu receio é que o nosso filho tenha a sua inteligência e a minha beleza.

Saturday, May 25, 2013

Que estranha porra de vida:

Os Palhaços:

O circo percorria as aldeias da província. Um fim-de-semana aqui, ora ali outro. A petizada alegrava-se com a sua chegada e ficava triste com a sua partida. No desfile que faziam pelas principais ruas da aldeia, como forma de publicidade, participavam todos os elementos do circo. Até os animais mais ferozes mas resguardados nas suas jaulas. A atracção era total. Mas o que mais era admirado pela catraiada eram os palhaços. Sabedores disso punham todo o seu talento para cativar espectadores. Acabado o desfile davam início à montagem da tenda.
A Junta de Freguesia cedeu o espaço a título de graciosidade sem contudo exigir que no dia da apresentação isso fosse referido. É que as eleições autárquicas estavam à porta e como os portugueses são exímios neste tipo de coisas há que dar com uma mão e receber com a outra. Chegou o dia marcado para a estreia do circo.
O recinto estava a abarrotar. Além da maioria dos habitantes dessa aldeia compareceram uns quantos de aldeias vizinhas que sabiam de antemão que não iam ter a visita do circo. Decorria o espectáculo e todos os números estavam a ser do agrado do público: orquestra, equilibristas, ilusionista, trapezistas, cães amestrados, leões, só faltavam os palhaços. Nesse momento deram entrada em cena e foi o delírio geral. As piadas e as actuações estavam ao rubro. Não era só a ganapada que ria. Os adultos riam a bom rir.
Foi aqui que a minha memória retrocedeu uns anos. Era pequeno e fui com o meu pai a uma matiné do circo. Esse circo só tinha um palhaço mas valia por uns quantos. Era costume o palhaço actuar na parte final. Nesse dia foi dos primeiros a actuar. Não compreendia o motivo. Regra geral actuam no fim para ficar bem vincado na memória dos espectadores e servir de corrector para uma qualquer anomalia.
No final e quando nos dirigíamos para casa disse ao meu pai que não compreendia o motivo. O meu pai que era bastante familiarizado com o dono do circo disse-me: 
- O motivo da actuação ser mais cedo é que o Elias – nome do palhaço – tem de ir tomar parte no velório e funeral do pai que se realiza após o findar do espectáculo. 
- Fiquei estupefacto! Como podia ser! Um ser humano no meio de uma perda enorme - que é a do pai - ter disposição para fazer rir uma plateia de pessoas.
Por isso ainda hoje admiro a classe de palhaços. Que fazem do triste alegre e do alegre triste. Que não se importam que zombem deles. Só que entendo que deviam pedir explicações quando alguém os compara a pessoas medíocres.
Miguel Sousa Tavares devia ser responsável pela contrafacção que fez com Cavaco Silva. Cavaco Silva está a anos-luz de qualquer Palhaço. Só sabe fazer palhaçadas. Para prova disso basta ver a admiração e o elogio à ordenha das vacas, à protecção que dá a sua esposa por causa da fraca reforma que aufere. Se estes casos não são palhaçadas, não sei o que são.
Os Palhaços têm um intuito. Fazer rir quem os ouve. Cavaco Silva é o seu contrário. Dá comiseração a quem o vê e ouve. Ainda hoje recordo uma frase que um palhaço do Circo Águia – na altura dos melhores que percorriam o interior do País – dizia em jeito de despedida: chora… chora, que o Circo Águia vai-se embora. A alegria que Cavaco Silva nos dava se fizesse o mesmo. Mas… aqui não chorávamos. Riamo-nos.            

Analisem bem e vejam como é possível:

Imaginem que um casal chega a um hotel da vossa terra e pergunta quanto custa um quarto para o fim-de-semana. O recepcionista responde: 100 euros pelos 2 dias.
Muito bem. Responde o cavalheiro. Mas gostaríamos de conhecer as vossas instalações antes de reservarmos. O quarto, a piscina, o restaurante...
- Não há problema, responde o recepcionista. Os Srs. deixam uma caução de 100 euros, levam a chave e podem visitar as nossas instalações à vontade. Se não gostarem nós devolvemos o dinheiro.
- Combinado, disse o casal. Deixaram os 100 euros e foram visitar o hotel.
Acontece que:
O recepcionista devia 100 euros à mercearia do lado e foi a correr pagar a dívida.
O merceeiro devia 100 euros na sapataria e foi a correr pagar a dívida.
O sapateiro devia 100 euros no talho e foi a correr pagar a dívida.
O talhante devia 100 euros à agência de viagens e foi a correr pagar a dívida.
O dono da agência devia 100 euros ao hotel e foi a correr pagar a dívida.
Nisto o casal completou a visita e informou que afinal não vai ficar no hotel.
- Não há problema. Tal como lhe disse, aqui tem o seu dinheiro, devolveu o recepcionista.
Conclusão:
Toda a gente pagou a quem devia... sem dinheiro nenhum.
O casal levou os 100 euros que pagaram todas as 5 dívidas no valor total de 500 euros.
Ponham aqui os olhos e percebam que todo o sistema financeiro pode ser uma fraude.
Zero euros pagaram 500 em dívida.
E podíamos continuar indefinidamente.
Como disse Milton Friedman: "Não perguntem onde está o dinheiro porque ele não está em lado nenhum!"

Humor fim-semana:

JURISPRUDÊNCIA                          
No meio de um julgamento, pergunta o Juiz:
- O senhor chegou a casa mais cedo e encontrou sua mulher na cama com outro homem, correto???.. 
- Correto, meritíssimo!!!... - diz o réu, de cabeça baixa..
Continua o juiz:
- Então o senhor pegou na sua arma e deu um tiro na sua mulher, matando-a na hora, correto???.. .
- Correto, meritíssimo!! !... - repete o réu.
- E por que o senhor atirou nela e não no amante dela???...
O réu responde:
- Senhor Juiz.... pareceu-me mais sensato matar uma mulher uma única vez, do que um homem diferente todos os dias.
Foi absolvido na hora!!!... Corno, porém sensato!!!..

Friday, May 24, 2013

Nacos de vida. Poesia de Rodela:

Saudades do Libório Pinto

Homem pequeno mas teso
quando p´la terra a intervir,
ele era um paiol aceso,
sempre prontinho a explodir.

Meu grande Libório Pinto,
vai o que a terra te deve,
neste poema faminto
que este meu pulso te escreve.

Um bairrista verdadeiro
e festeiro a tempo inteiro
deu à terra a sua pele!

Tanta rua inaugurada
com turistas de fachadas
e ninguém se lembrou dele!

Dos maus tratos:


Estive no Parlamento há uma semana, a assistir ao debate da coadoção. E, como muitos outros, não consegui evitar a comoção ante o resultado. Tinha ainda muito presentes as histórias de famílias que recolhera para a reportagem que assinei no DN nesse dia, os nomes das crianças a quem aquela votação reconhece não só que as suas duas mães e os seus dois pais de verdade e amor serão também as suas duas mães e os seus dois pais de lei, mas que o ordenamento jurídico português não lhes continuará a dizer que vivem em famílias "com defeito".
Surpreendi-me com a votação como me surpreendi com o ambiente nos corredores: abraços, sorrisos, uma quase beatitude. Um deputado do PSD confidenciou: "É em dias assim que sinto estar aqui a fazer alguma coisa." Se havia raiva - e houve, e há - não a vi ali. Acho que se calhar quem tanto se opõe a que as crianças que vivem com casais do mesmo sexo sejam protegidas como crianças "normais" foi apanhado de surpresa pelo facto de o Parlamento português seguir o entendimento do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (THDH), que em fevereiro obrigou a Áustria a mudar a lei que impedia a coadoção em casais do mesmo sexo, certificando tratar-se de uma discriminação inaceitável - a das crianças que vivem com essas famílias. Ou, quiçá, quem assim pensa ignora a decisão do TEDH. Faz sentido: quem se opõe a que a coadoção seja estendida a casais do mesmo sexo invoca geralmente a "natureza". Se calhar não deu conta de estarmos a tratar de legislação, que é uma coisa muito artificial que regula a vida em sociedade, e de adoção, que é a forma de suprir a ausência de uma família biológica. Consequentemente, não terá reparado que a lei portuguesa não impede um homossexual de adotar, desde que o faça de modo singular, nem uma lésbica de engravidar. Como não pode impedir estes homossexuais com filhos de viver em união de facto ou de casar.
O que é que está, pois, em causa? Permitir que as crianças que foram adotadas ou dadas à luz por homossexuais deixem de ser discriminadas e tenham direito ao reconhecimento do outro membro do casal, unido de facto ou casado, como responsável parental. Só isto, mais nada. Espantoso que haja quem, como o bastonário dos advogados, Marinho e Pinto, se oponha a isto "em nome das crianças", alegando que "ninguém lhes perguntou nada" e comparando a coadoção em casais do mesmo sexo a maus tratos. Não sei se a Marinho e Pinto, suposto ser um homem de leis, falta a coragem de defender que a polícia vá arrancar estas crianças às mães e aos pais para as entregar a instituições ou famílias que ele considere "certas" - sendo essa a consequência lógica do que afirma. Mas tenho a certeza de uma coisa: não se atreveria a olhar nos olhos estas meninas e meninos de quem fala com tão cruel e arrogante irresponsabilidade e perguntar-lhes: "Olhem lá, têm a certeza de que não preferem outros pais? É que eu acho que os vossos não prestam."

Ser o outro:

Raras vezes a política se confronta com os limites da sua própria essência como foi o caso no passado dia 17 de maio, quando o Parlamento aprovou a lei que permite a coadoção no seio de casais do mesmo sexo.
No seu discurso, a deputada Isabel Moreira recordou aquilo que dá à política a sua dignidade maior: a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro. A marcha da história oscila entre períodos em que essa capacidade de ver pelos olhos dos outros predomina, e o mundo ganha luz e novas energias. E outras épocas, em que cada um se fecha no seu casulo de egoísmo e todas as formas de violência ganham rédea solta.
Na lei de 17 de maio, o que esteve verdadeiramente em causa foi a possibilidade de mais de um milhão de portuguesas e portugueses homossexuais assumirem mais alguns dos direitos e deveres da cidadania plena. O grande James Madison descobriu a tendência universal para os humanos se constituírem em "fações", grupos unidos por um interesse comum, defendido belicosamente contra tudo e contra todos.
Nas vozes que se opuseram à lei de 17 de maio, foi possível verificar, mais uma vez, como é que a orientação sexual maioritária pode transformar-se numa fação irracional e agressiva. É curioso verificar que o argumento da "falácia naturalista" (a ideia errada de que a natureza tem em si um imediato valor normativo) foi invocado por aqueles que negam a evidência empírica de que a orientação sexual não é uma escolha, mas um facto, uma condição que cada um encontra no percurso da sua identidade.
A democracia é um equilíbrio de inclusão e distância. Inclusão, pois o outro é reconhecido como igual no contrato social. Distância, pois a balança da igualdade é equilibrada pela proteção de cada um no reduto da sua identidade (onde se inclui a orientação sexual). No dia 17 de maio, a lógica da fação foi vencida pela lógica da liberdade. E com isso, porque alguns souberam calçar as sandálias do outro, crescemos todos. Como cidadãos e como pessoas.
Viriato Soromenho Marques 
no DN

Thursday, May 23, 2013

As surpresas que nos esperam:

Na Blogosfera ou na Internet de vez em quando somos levados a contactos com alguém que não conhecemos mas que à partida nos leva a ganhar consideração e respeito. Seja pelo modo como somos tratados, seja pelo tipo de comentários que fazem sobre nós, seja pelo ser humano ser um tipo influenciável e de simpatias. 
À mínima coisa sem se conhecer quem está do outro lado ganha-se uma afeição que julgávamos impossível. Umas vezes com prejuízo pelo motivo da ilusão criada. 
É sabido quantas ilusões criadas e como acaba em desilusões. Nem em tudo devemos acreditar e criar uma ideia do que ouvimos porque a realidade depois é diferente. Para exemplo:
Um dia um ouvinte depois de ouvir um programa radiofónico começou a simpatizar com a voz melodiosa da locutora. A partir daí não perdia um programa dessa emissora em que intervinha essa locutora. A simpatia era tal que o levou a apaixonar-se por essa mesma voz. Passado uns tempos conseguiu o contacto pessoal dessa locutora e marcou um encontro sem antes lhe dizer o quanto estava afeiçoado à voz dela.
A locutora em princípio não se mostrou receptiva a esse encontro porque sabia a desilusão que ia criar. Já com outros tinha acontecido o mesmo. Mas como desempenhava serviço público na rádio e não gostava de criar ilusões resolveu aparecer ao encontro para pôr as cartas na mesa, não fosse esse o título do seu programa. 
O ouvinte quando soube da cedência por parte da locutora – já sua apaixonada – deu gritos de alegria, como os apaixonados costumam dar.
Nesse dia aperaltou-se com a sua melhor indumentária e usou os melhores perfumes para criar boa impressão. Até o ramo de flores, que nestes momentos são indispensáveis, foi dos mais caros que a florista tinha em exposição no seu ateliê. 
Estava tudo nos conformes. Faltava a chegada da hora do encontro. Os nervos cada vez eram maiores mas não havia necessidade dado que esse ouvinte não era caloiro nenhum em matéria de paixões.
Anos atrás, quando cumpria o serviço militar em Angola, para onde foi mobilizado, na troca de correspondência com uma “madrinha de guerra”, ganhou tal afeição por ela, derivado à sua caligrafia e aos temas abordados, que semana que não recebesse uma carta punha-o logo a cismar: de certeza encheu-se de mim e da maneira como escrevo e dos erros que dou. 
Esteve tentado em pedir a um colega – que escrevia cartas para vários colegas seus - para corrigir as cartas mas entendia que assim passava a ser um namoro a três.
Quando regressou de cumprir o serviço militar e no encontro que tiveram sentiu tal desilusão pela sua fisionomia, parecia sua mãe – agora compreendia a recusa de fotografias. 
Logo ali lhe disse que sempre lhe pediu sinceridade e os seus vinte anos afinal eram mais do dobro. Que assim não podia confiar em alguém que durante ano e meio o andou a enganar. 
E, assim terminou uma ilusão de vários meses mas que ficaram gravados na memória para todo o sempre.
Não! Desta vez não ia acontecer o mesmo. A mesma água não passa duas vezes por debaixo da mesma ponte como bem diz o povo. 
Por isso todo o aperaltamento que resolveu dar à sua pessoa. 
Chegou ao sítio combinado antes uns minutos com o intuito de presenciar como era a rainha do seu coração. Tinham combinado como iam vestidos para assim saberem a quem dirigir-se.
Chegou a hora e nesse momento saiu um condutor de um carro que de imediato dirigiu-se à mala de onde tirou um carrinho de rodas. De seguida foi ao outro lado do condutor e de lá ajudou a sair uma senhora que lhe faltava uma perna. 
Até aí tudo bem. O encontro tinha sido marcado próximo de uma clinica e talvez fosse uma doente que ali se dirigia. Mas não. A senhora continuava à espera junto do motorista.
Até que algo lhe chamou a atenção. A roupa que a senhora envergava tinha a mesma cor que tinha sido combinado com a sua imaginada amada. 
Pensou logo no que há anos lhe tinha acontecido com a “madrinha de guerra”. Naquela vez foi apanhado de surpresa e inexperiência. Por isso o ter chegado antes uns minutos. Não suportava outra desilusão.
Pensou! Queres ver que afinal a mesma água passa duas vezes por baixo da mesma ponte! 
Até o ramo de flores que lhe ficou bem caro as flores murcharam. Não… não ia a esse encontro. Não suportava nova desilusão. 
Assim fez o trajecto de regresso e num caixote de lixo depositou o ramo de flores.    
Não ouvia mais o programa da rádio. E nunca mais acreditava no que não via. Ia usar o lema de S. Tomé: ver para crer. 
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