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Wednesday, July 24, 2013

Os remendos:

Há bastantes anos, era puto de escola, a vida dos portugueses era difícil e a maioria deles, pobre. Para fazer face a várias soluções, uma delas, no que diz respeito ao vestuário, era levá-lo até ao limite da sua duração. A ordem não era rica - como era uso apregoar - e por morde disso tinha-se que arranjar soluções para levar essas peças de vestuário para além do seu limite. Claro está! Na classe mais pobre.
Então resolveu-se inventar o “remendo”. Este servia para dar mais continuidade ao vestuário, principalmente, calças. Ainda me lembro de dizer a um colega meu para pôr escrito em cada remendo o nome dos distritos e províncias ultramarinas portuguesas o que ele me respondeu. 
- Não me tinha lembrado - mas de qualquer maneira ainda sobra remendos que não sei o nome a dar-lhes!
- Respondi-lhe - pelos remendos que contei sobram dois, aos quais, punhas o nome do Presidente do Conselho de Ministros, à época Salazar, e do Presidente da República, Américo Tomás.
- Disse - não o faço porque não estou para fazer publicidade graciosa e os meus pais também não o admitiam. Assim brincávamos com a nossa triste vida e com os remendos do nosso vestuário.
Também se usava dizer: “Um remendo de um pano novo e resistente sobre um tecido já enfraquecido, fatalmente causará um rombo maior”. E assim acontecia. 
Quantas vezes, a minha mãe tinha de cozer novamente os remendos para dar mais uns dias de uso às minhas calças. Tempos desgraçados.
Ao ver os remendos que Passos Coelho faz com o governo lembro-me da frase que volto citar: - “Um remendo de um pano novo e resistente sobre um tecido já enfraquecido, fatalmente causará um rombo maior”.
Pena que quem tem o dever de olhar se o remendo é consistente não passe também de um remendo. E… como se usa dizer: remendo mal remendado buraco alargado. É o que vejo neste remendo do governo.    

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