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Saturday, July 6, 2013

O empenhar a vida ou a barba:

Antigamente as pessoas faziam-no como prova da sua honradez. Era o empenhar da barba, ou a corda ao pescoço, como fez Ega Moniz, aio de D. Afonso Henriques. Havia uma série de conceitos que se usavam para demonstrar aos credores como se estava a negociar com toda a lisura. Um apertar de mão (mãozada), num encontro, era a forma de fazer ver que se estava desarmado, pois antigamente era comum andar-se armado. 
Quando se convidada alguém para almoçar ou jantar em sua casa, ser-se primeiro servido, era a forma de mostrar que a comida não estava envenenada. Uma série de requisitos  que substituíam os Cartórios Notariais, hoje existentes entre nós.
Quando não era cumprido o contrato, o infractor - caso de Ega Moniz -, ia entregar a vida ao seu credor e, caso fosse o empenhar da barba, a primeira coisa a fazer, era deixá-la cortar em público. Nada contra esses usos.
Também havia quem julgava que o deixar crescer o cabelo era imbuído de uma força superior ou respeito, - caso de Sansão - outros com a barba. Por isso antigamente o uso de cabelo e barba de grandes dimensões. Não era porque rareavam os barbeiros ou cabeleireiros.
Hoje ainda há quem acredite nesta crença. E, o que se passou ou está a passar-se com uma figura que muitos relevaram está a condizer com esse paradigma. 
Enquanto Álvaro Santos Pereira não aparou a barba, - pera - era contrariado por uma grande parte da sociedade portuguesa e colegas de governo, mas nada lhe aconteceu. O que levava alguns a comentar: - a sua barba dá-lhe força!  
Seja verdade ou não, o que é certo, é que após o tê-la aparado parece que a sua exoneração de Ministro da Economia e não sei de quantos Ministérios mais, está iminente.
Agora nada me admira da palavra irrevogável não ser cumprida. Pois quem a narrou não é dono de uma barba rija, pelo contrário, é dono de uns pelitos, o que não lhe dá uma postura de homem. 
Não refiro o nome da personagem - mete-me nojo -, porque é evidente, os meus leitores serem sábios suficientes para saberem de quem se trata, embora não seja, caso único neste des (governo.               

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