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Monday, October 14, 2013

Senhor Pedro Passos Coelho:
Ouvi dizer que anda preocupado com as pensões dos velhos, porque lhe andam a estragar as contas do orçamento.
Venho dizer-lhe que estou disposto a contribuir para o aliviar desse fardo, desde que aceite negociar a dívida que tem comigo. Não levará a mal que traga algumas testemunhas para a mesa das negociações, mas já percebi que o senhor não respeita a palavra dada, pelo que é melhor ter testemunhas, na eventualidade de chegarmos a um acordo e o senhor depois roer a corda.
Permita-me que seja franco. Ao senhor eu não comprava nem um alfinete porque, além de não ser de boas contas, gosta de brincar e divertir-se com o dinheiro dos outros.
Ao que consta, não foi um defeito que adquiriu depois de chegar a S. Bento. Quando estava na Tecnoforma - empresa que curiosamente faliu logo que o senhor chegou ao governo - já utilizava os fundos europeus para fazer formação de pessoas, cuja existência foi concebida por si em parceria com o Relvas. De qualquer modo esse dinheiro não era meu por isso, quem se sentir lesado que se queixe...
A questão muda de figura quando o senhor começa a brincar com o meu dinheiro e o pretende utilizar para fins mais ou menos obscuros. Eu explico melhor, para o caso de não estar a perceber.
Durante 40 anos confiei ao Estado parte do meu vencimento (mesmo quando não vivia em Portugal) com a promessa de que me seria devolvido 36 anos depois em suaves prestações mensais. Um ano antes dessa data, o seu antecessor (José Sócrates) disse-me que não me poderia entregar o dinheiro logo e propôs uma renegociação da dívida. Fazia a entrega imediata do dinheiro, mas com uma penalização de 4% ao mês, ou então eu trabalhava mais uns anitos e recebia tudo por inteiro. Torci o nariz, mas aceitei trabalhar mais dois anos. Fiz mal!
O senhor correu com o Sócrates, prometendo que não cortava nem um cêntimo nas pensões, porque isso era roubo e, assim que se apanhou a lamber o pote, avisou-me que só pagaria a dívida ao fim de 40 anos.
Esse prazo expira em Fevereiro mas, entretanto, o senhor voltou com a palavra atrás e disse-me que também não pagava ao fim de 40 anos de trabalho, mas só quando eu fizer 66 anos - ou seja, daqui a mais três anos. Pior ainda... avisou-me que nessa data me iria cortar 10% do dinheiro que eu confiei ao Estado de boa fé. Fiz as contas e percebi que, mais uma vez, o senhor me estava a tentar enganar com o conto do vigário, porque esse corte, afinal, é superior a 15%.
Confesso que nesse dia me fartei de insultar a sua mãezinha, coitada, que não tem culpa nenhuma de ter parido um traste. Como fica demonstrado já a seguir...
Não satisfeito com a vigarice, mandou alguns dos seus capangas avisar os jovens do meu país que, sendo eu velho, estava a roubar o que lhes pertencia. Passei-me! Tive mesmo vontade de lhe ir aos fagotes, mas o senhor anda sempre rodeado de seguranças, capangas e jagunços e cortei-me, confesso. Quem pagou as favas? Outra vez a sua mãezinha!
Entretanto, há dias, recebi a notícia de que o senhor vai utilizar o dinheiro que eu confiei ao Estado para pagar o resgate de uma dívida cujos principais responsáveis são banqueiros e empresários, entre os quais se encontram os seus amigos Oliveira e Costa, Dias Loureiro e outros vigaristas maltrapilhos que Vocelência cumula de gentilezas.
Voltei a passar-me e decidi fazer-lhe uma proposta. De boa fé. Não quero que me pague nenhuma pensão. O senhor devolve-me de uma assentada o dinheiro todo que lhe entreguei durante 40 anos (valores corrigidos de acordo com a inflacção), eu vou à minha vida e o senhor fica por cá a brincar com o guito dos portugueses que vão na sua conversa. Isto é uma proposta de uma pessoa de bem, não lhe parece?
Permito-me desde já avisá-lo que sou um bocado amalucado e, perdido por 10, perdido por 100. Um dia, numa manif, li um cartaz onde se perguntava: "Que serás capaz de fazer, quando nada tiveres a perder?” Quero só dizer-lhe que já sei do que sou capaz!
Nota final:
Sinto-me mais seguro se confiar o meu dinheiro a um banco ou a uma companhia de seguros, porque se eles não cumprirem, tenho Fundos de Garantia que me compensem e/ou a possibilidade de recorrer aos Tribunais, para que me devolvam o que me roubaram.
Consigo, sr Pedro, é tudo muito mais perigoso, porque o senhor é, simultaneamente, polícia, ladrão e juiz.

Paulo Portas o troca-tintas:

Veio dar uma conferência de imprensa tendo interrompido o Conselho de Ministros para lavar a sua imagem. Há dias numa outra conferência de imprensa escondeu medidas que foram celebradas com a Tróica. Quando a comunicação social desvendou o que estava acordado no memorando de entendimento com a Tróica sentiu-se ofendido e disse cobras e lagartos sobre a comunicação e os bufos do Conselho de Ministros.
Mas estas fugas de informação são um trunfo do governo para apalpar a opinião pública. Assim vêem o impacto causado e depois acertam agulhas. Foi o que aconteceu hoje.Veio com outro patamar de descontos. Assim só quem recebe acima dos dois mil euros de pensão de sobrevivência é que é penalizado.
Teceu críticas ao governo de José Sócrates e até referiu o corte no abono de família que o anterior governo fez. Mas esqueceu-se de dizer que o abono de família é uma prestação de solidariedade social que, não houve descontos para o adquirir, e que só foi retirado às famílias com melhores rendimento porque a segurança social estava necessitada, assim como o Rendimento Social de Inserção que é, ou devia ser, atribuído a quem necessita.
Paulo Portas também se referiu que havia dez países que tomaram a mesma medida. Mas aqui faltou à verdade. 
Nesses dez países o corte nas pensões de sobrevivência não tiveram efeito retroactivo ao contrário desta medida adaptada pelo governo português. Assim uma vez mais foi traída a confiança entre governo e beneficiários.
Portanto Paulo Portas que não venha atirar areia aos olhos dos portugueses. 
E admira não haver jornalistas na conferência de imprensa preparados para contrapor esta medida. É que deu para entender que Paulo Portas estava a jogar em casa ou era avançada contra a defesa.
Seja o valor da pensão que for. Houve um desconto para se ter direito a essa reforma portanto todos tem direito a recebê-la. Este governo já não merecia a nossa confiança mas cada vez mais demonstra o que são.
Depois a comparação com a tartaruga em cima de um poste. Ela não tinha agilidade para subir para lá. Alguém a ajudou. Falta saber quem! Tem dificuldade em ali se manter. Alguém a ajuda. Aqui sabe-se quem!

Sunday, October 13, 2013

"Acho que estes senhores têm de ser julgados"

Numa entrevista "sem papas na língua", Mário Soares não poupa ninguém. De Cavaco Silva a Pedro Passos Coelho, de Paulo Portas aos "usurários" dos mercados que "roubam" Portugal. O ex-Presidente da República defende que o País devia seguir o exemplo da Argentina e não pagar a dívida e insiste na urgência da realização de eleições legislativas antecipadas. E sugere que Rui Rio seria do melhor que poderia acontecer ao PSD e a Portugal.
Acha que o PS, enquanto principal partido da oposição e alternativa ao Governo, deveria aproximar-se dessas figuras do PSD, para construir uma alternativa alargada?
Acho que o que era interessante era que se respeitasse a Constituição. Não é possível falar contra a Constituição ou não a tomar a sério. Para mudar a Constituição precisam de dois terços e como não têm o PS para a alterar, há que respeitar a Constituição. E é preciso não pôr em causa o Estado social que resulta da Constituição. Ora, o Governo quer acabar com o Estado social, com o Serviço Nacional de Saúde, com o respeito pelos sindicatos e a concertação social. Tudo isso tem vindo a desaparecer. Isso tem um objetivo terrível: destruir Portugal tal como foi e a Constituição ordena. Não posso aceitar uma coisa dessas porque sou um patriota.
Aceita que é necessário discutir a sustentabilidade da segurança social, do Estado social como o temos, tendo em conta que ele evoluiu numa fase expansionista e hoje...
[interrompendo] Acho que estes senhores têm de ser julgados, depois de saírem do poder. Mas não é por esta Justiça, que não tem gente. Você sabe que, por exemplo, todos os que roubaram no banco nunca lhes aconteceu nada, estão todos impunes, está tudo a viver à tripa forra?
Deixe-me perguntar-lhe, olhando novamente para o PS: acredita que António Costa, que ganhou Lisboa com um resultado que fez dele um dos vencedores da noite, não vai colocar em causa a liderança de António José Seguro?
Acho que não é esse o objetivo dele, sinceramente.
E acha que pode vir a ser ele um bom candidato do PS à Presidência da República?
Acho que sim. Ele pode vir a ser um bom Presidente. Mas isso é uma impressão minha, nunca falei com ele sobre esse assunto. Acho que ele não quer ser líder do PS.
No DN

Balneário Público:

“O antigo Presidente da República Jorge Sampaio repudiou hoje as críticas ao Tribunal Constitucional da diretora do FMI e do presidente da Comissão Europeia, defendo que deve haver “um assomo patriótico” na defesa das instituições da democracia portuguesa.” (Lusa)
Não se pode classificar de outra forma a postura do atual e péssimo presidente da República, Cavaco Silva. Aquele prejudicial ocupante de Belém age como cobarde e traidor, vendido ao grande capital, aos mercados, ao FMI… Incapaz de defender as instituições nacionais e os interesses de Portugal e dos portugueses perante a avalanche de ataques que entidades e instituições europeias têm cometido contra Portugal. Agora é o caso do FMI, que ataca e desrespeita o Tribunal Constitucional. Quem cala consente e essa tem sido a postura de Cavaco, isso é traição porque é a ele – dito o mais alto magistrado – que compete sair à compita e defender Portugal e as suas instituições. É inadmissivel que entidades e organizações internacionais, como o FMI, cometam tais ataques sem que o cobarde Cavaco Silva não reaja em nome dos portugueses. O que Cavaco não faz, não hesita em fazer o ex-presidente da República Jorge Sampaio. Podemos ler na imprensa que “Jorge Sampaio repudia críticas a Tribunal Constitucional, pede “assomo patriótico”. Claro que precisamos de um assomo patriótico, como diz Sampaio, e nesse assomo está a premência de impugnar Cavaco Silva da Presidência da República, assim como demitir o seu governo e o seu primeiro-ministro Passos Coelho. Portugal tem de tomar uma atitude patriótica como o fez em 25 de abril de 1974. É urgente, pela soberania nacional, pela independência, pela justiça que deve penalizar todos que à custa do erário público abarrotam suas contas bancárias com reformas douradas, com mordomias inconcebíveis, com atos de corrupção, com negociatas inconcebiveis e lesivas dos públicos interesses nacionais, etc., etc. Acorda Portugal!
Álvaro Tomeu

Outros tempos, outras condições:

Há dias fui dar uma volta por alguns lugares de Freamunde e fui ter ao Centro Escolar de Freamunde, situado na Avenida da Quinta do Monte. Deu-me para comparar tempos distantes. Vi o movimento de viaturas e de pessoas a pé a trazer de volta a casa os seus familiares, sejam eles filhos, netos ou irmãos que ali frequentam o ensino pré-primário e primário. Era um corrupio.
Outros tempos. Onde há disponibilidade para os ir ali esperar. Outras condições. Porque o País levou uma reforma impensável de há uns anos atrás aos dias de hoje.
Quer no parque escolar, automóvel, quer no meio ambiente, incluindo as acessibilidades e o nível de vida, etc., etc..
Com isto tudo fiz a minha memória recuar cinquenta e sete anos. E revi como tudo era diferente.
“Somos um bando / De passarinhos; / vimos agora / dos nossos ninhos. / Asas sem penas, / pobres de nós! / Olho sem brilho, / línguas sem voz.
Olhos bondosos / do mestre-escola, / fartai os nossos / da vossa esmola. / Dai-nos abrigo / no coração; / dai-nos o trigo / do vosso pão.
Pão de ventura, / pão de riqueza, / manjar de beijos / na nossa mesa. / Farinha rara, / de estimação, / tem o fermento / do coração.
Portais da escola, / dai arribada / às cotovias / da madrugada. / Asas sem jeito, / língua sem voz, / almas ceguinhas / pobres de nós!” “A escola" de Adolfo Portela. 
Só tive a companhia da minha mãe no primeiro dia aula. Daí para a frente lá ia o Manel sozinho e dado ao tempo.
Como é sabido o maior período de aulas acontece nas estações do Outono, Inverno e Primavera. O Verão é mais para o período de férias.
Também nesses meses o inverno era mais agreste. A maior parte dos dias eram de chuva. Assim para colmatar essa contrariedade ia-se a uma mercearia pedir um saco de serapilheira para servir de nosso abrigo quando não era um casaco todo esfarrapado de um pai ou avô.
Os guarda-chuvas eram raros e caros. Podia-se considerar um artigo de luxo. Hoje são oferecidos como publicidade.
O saco de serapilheira era uma boa dádiva e de uma utilidade que só visto. Tinha-se uma maneira de o pôr, quem o usava, que parecíamos uns pinguins quando o colocávamos na cabeça. De vez em quando conto aos meus filhos e netos estas tradições e trajes e eles riem-se. Mas… era esta a nossa sina para combater a chuva.
Nesse tempo a maioria de nós ia descalço, de calças curtas - o preço da fazenda ou do cotim era caro - e com o estômago vazio. A maioria dos portugueses enganava-o com um bocado de broa velha, a maior parte das vezes côdea, e um bocado de água com cevada que mais parecia chicória.
Leite só na comunhão solene é que veio à minha boca. Estou-me a referir ao leite de vaca. Que em pó era o meu dia-a-dia.
As crianças que frequentavam o ensino primário - pré-primário não existia - de menores recursos, o que era a maioria, diga-se em abono da verdade, deslocavam-se de manhã à cantina escolar e ali lhes era dado o tal leite em pó o qual era deitado numa malga que se levava para o efeito já munida com a tal broa e um pouco de açúcar.
Terminado o pequeno-almoço regressava a casa quando não ficava com outros colegas que iam jogar a bola no campo da feira, que ficava junto à Praça do Mercado, onde estava sediada a cantina escolar. Ao meio-dia ia comer a sopa. Só tinha aula da parte da tarde. Lá ia sozinho para a aula que o senhor professor Valente nos ministrava.
Acabada esta, não tínhamos nenhum familiar à nossa espera. Era o desenrasca-te. Também é certo que não havia o trânsito que há hoje e a segurança era outra. Havia um ou outro malfeitor mas não como hoje.
As salas de aulas não têm comparação. As Escolas Amarelas, comparadas com o Centro Escolar, é o mesmo que comparar uma formiga a um elefante. Ali há de tudo: boas condições para a prática do ensino, bons recreios, dois campos de futebol, baloiços, escorregas, e um sem número de coisas.
As Escolas Amarelas tinham um pequeno recreio coberto e outro ao ar livre de pequenas dimensões onde jogávamos a bola.
Há dias fui ali assistir a um evento e reparei o quanto era pequeno. Naquele tempo ele era para nós como um estádio de futebol. Nunca o imaginei tão pequeno. Também é certo que naquele tempo imaginávamos a nossa pequenez como coisa grande.
Por isso o corrupio no Centro Escolar.
Ali está concentrado todo o ensino pré-primário e primário. Não é de admirar esse corrupio quer no início ou fim da aula, quer de alunos ou familiares, a olhar para ver se encontram os seus familiares quer lhes estejam a acenar através de gestos de mãos ou através da fala.
Saíam correndo para se juntar aos familiares e os familiares continuando a dar-lhes sinais através de acenos de mãos ou através de chamamento pelo nome. E… assim comparei-os a um bando de passarinhos saídos dos seus ninhos.
Voltei para casa ainda a meditar no progresso que este mundo levou e esqueci a diferença temporal. E… estou como alguém diz: para trás mija a burra.

Saturday, October 12, 2013

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